Estou peladinha e sentada numa cadeira de ferro, dessas de
mesa de bar. Na sala há a mesa e mais três outras cadeiras. De
repente me vem à mente as fotos em que apareço nua. Foram três ou quatro
namorados que me pediram para posar. Aceitei. Mas sempre acabo deixando as
fotos com eles. Às vezes fico pensando o que fizeram delas. Mas este último com quem estou namorando já faz um tempinho não me pediu apenas fotos, quis também que eu ficasse na
cadeira de ferro, nua e de pernas cruzadas. Disse para eu esperá-lo que logo
voltaria.
Nos vimos pela primeira vez na cafeteria onde trabalho, cafeteria de muito requinte. Ele vai sempre para tomar um expresso. Enquanto eu vou à máquina para preparar o café, ele me deixa nua. Sério, nuazinha. Depois, enquanto bebe, puxa conversa comigo. Frequenta a loja já de várias semanas. E sempre gosta de me trazer um presente. Uma blusinha, tal qual a que eu uso por baixo do avental, um perfume, uma bijuteria. "Achei que ia ficar bem em você", ele fala. Quando me convida para sair, digo: "só posso na sexta". Ele vem de carro, e me leva para passear na orla marítima. "Aqui é você quem será servida", diz, e vem o garçom a nos atender. Após o jantar, lá pelas onze e tanto da noite, dirige até a sua casa. Uma gracinha o local. Entra-se numa garagem, sobe-se uma escadinha, e já aparece a porta do apartamento, um quarto e sala grande, banheiro e cozinha, tudo muito amplo e claro. À noite, com a janela aberta, é possível ver o céu cheio de estrelas.
Namoramos com muito gosto. E é então quando ele me deixa peladinha pela primeira vez. Antes havia sido com os olhos; agora é de verdade. Ele me seduz de tal modo, que fico louquinha. Não age com aquele instinto animal que a maioria dos homens tem, quando chegam a ser brutos; mas com delicadeza. Espera que eu esteja pronta para escorregar para dentro de mim, tudo com a maior naturalidade.
Penso que ele de repente pode desaparecer. Todos sabem como são os homens; assim que conseguem o que querem, partem para outras aventuras. Ele, porém, sempre volta. E me traz uma pulseirinha. Naquela noite me leva para passear de novo. Um novo jantar, outro restaurante. "Quero que você conheça todos os lugares bonitos dessa cidade", fala. Jantamos. Bebemos uma garrafa de vinho. E a seguir, de novo no seu apartamento acolhedor, o amor.
Passamos a sair pelo menos duas vezes na semana. Partimos para aventuras mais estimulantes. Como são essas aventuras? Ah, é difícil descrever. Mas ele tem razão; que elas nos excitam, não resta dúvida. Chega o dia em que pede para eu sair com ele vestida apenas com a pulseirinha. "E como vamos fazer? Será que não vou presa?", fico um pouco assustada. Para me tranquilizar, ele diz: "nada disso, deixa que resolvo todos os problemas." Sinto que posso confiar nele. Faço como ele pede. Entro no carro vestida apenas com a pulseira de ouro, um pulseira sútil, bem delicada. Dirige de Macaé a Rio das Ostras. Ai, com fico arrepiada, nua no banco do carona. Dias depois, comento com uma amiga. Uma amiga mesmo, quase irmã. Ela fala que há homens que inventam muitas coisas legais, e que também tem passado por isso, mas na praia; seu namorado a deixa pelada dentro d'água; no final da brincadeira, ela está morrendo de tesão. Paramos em Rio das Ostras. Ele sai do carro para comprar algo para comermos e bebermos. Adiante, num local mais escuro, também desço do carro. Caminhamos de mãos dadas até a beira da praia. Ficamos um tempo enorme namorando. Sussurro no ouvido dele: "caso apareça alguém, você me empresta tua camisa, ok?". "Combinado", responde. Mas não precisa, fico nua a noite inteira. Depois voltamos para o apartamento dele, e namoramos com a maior vontade.
Mas, voltando a esse momento em que escrevo, me pergunto: por quanto tempo vou esperar por ele? Estou nua. Dessa vez ele colocou minhas roupas numa pequena bolsa e disse: "tenho de fazer um trabalho rápido, você me espera?" Fiz que sim com a cabeça. Ele me beijou e se foi. Será mais uma ação dele para ficarmos excitados? Depois que bateu a porta, comecei a pensar, e se aparece alguém, se entra aqui outra pessoa? Ainda para mais me angustiar: e se ele não volta? Há homens capazes de tudo.
Mas meu namorado não é assim, não. Desde que nos conhecemos, na cafeteria, ele se tem mostrado muito afetuoso, e tem razão quando diz: "você vai sentir cada coisa, namorando comigo...." E não é verdade? Estou a esperar por ele, e muito arrepiada. Não queria dizer, porque não gosto de vulgaridade, mas estou até mesmo molhadinha. Agora, só falta ele voltar!
Mais um pequeno detalhe. Ainda que nua, sempre tenho frieza para algum argumento. É sobre o que acabo de escrever. Pode ser que pensem: "não é possível uma garçonete escrever tão bem; não seria garçonete, mas escritora." Quem sabe. Tive um professor que sempre me dizia: você escreve muito bem, você é uma verdadeira escritora!
Nos vimos pela primeira vez na cafeteria onde trabalho, cafeteria de muito requinte. Ele vai sempre para tomar um expresso. Enquanto eu vou à máquina para preparar o café, ele me deixa nua. Sério, nuazinha. Depois, enquanto bebe, puxa conversa comigo. Frequenta a loja já de várias semanas. E sempre gosta de me trazer um presente. Uma blusinha, tal qual a que eu uso por baixo do avental, um perfume, uma bijuteria. "Achei que ia ficar bem em você", ele fala. Quando me convida para sair, digo: "só posso na sexta". Ele vem de carro, e me leva para passear na orla marítima. "Aqui é você quem será servida", diz, e vem o garçom a nos atender. Após o jantar, lá pelas onze e tanto da noite, dirige até a sua casa. Uma gracinha o local. Entra-se numa garagem, sobe-se uma escadinha, e já aparece a porta do apartamento, um quarto e sala grande, banheiro e cozinha, tudo muito amplo e claro. À noite, com a janela aberta, é possível ver o céu cheio de estrelas.
Namoramos com muito gosto. E é então quando ele me deixa peladinha pela primeira vez. Antes havia sido com os olhos; agora é de verdade. Ele me seduz de tal modo, que fico louquinha. Não age com aquele instinto animal que a maioria dos homens tem, quando chegam a ser brutos; mas com delicadeza. Espera que eu esteja pronta para escorregar para dentro de mim, tudo com a maior naturalidade.
Penso que ele de repente pode desaparecer. Todos sabem como são os homens; assim que conseguem o que querem, partem para outras aventuras. Ele, porém, sempre volta. E me traz uma pulseirinha. Naquela noite me leva para passear de novo. Um novo jantar, outro restaurante. "Quero que você conheça todos os lugares bonitos dessa cidade", fala. Jantamos. Bebemos uma garrafa de vinho. E a seguir, de novo no seu apartamento acolhedor, o amor.
Passamos a sair pelo menos duas vezes na semana. Partimos para aventuras mais estimulantes. Como são essas aventuras? Ah, é difícil descrever. Mas ele tem razão; que elas nos excitam, não resta dúvida. Chega o dia em que pede para eu sair com ele vestida apenas com a pulseirinha. "E como vamos fazer? Será que não vou presa?", fico um pouco assustada. Para me tranquilizar, ele diz: "nada disso, deixa que resolvo todos os problemas." Sinto que posso confiar nele. Faço como ele pede. Entro no carro vestida apenas com a pulseira de ouro, um pulseira sútil, bem delicada. Dirige de Macaé a Rio das Ostras. Ai, com fico arrepiada, nua no banco do carona. Dias depois, comento com uma amiga. Uma amiga mesmo, quase irmã. Ela fala que há homens que inventam muitas coisas legais, e que também tem passado por isso, mas na praia; seu namorado a deixa pelada dentro d'água; no final da brincadeira, ela está morrendo de tesão. Paramos em Rio das Ostras. Ele sai do carro para comprar algo para comermos e bebermos. Adiante, num local mais escuro, também desço do carro. Caminhamos de mãos dadas até a beira da praia. Ficamos um tempo enorme namorando. Sussurro no ouvido dele: "caso apareça alguém, você me empresta tua camisa, ok?". "Combinado", responde. Mas não precisa, fico nua a noite inteira. Depois voltamos para o apartamento dele, e namoramos com a maior vontade.
Mas, voltando a esse momento em que escrevo, me pergunto: por quanto tempo vou esperar por ele? Estou nua. Dessa vez ele colocou minhas roupas numa pequena bolsa e disse: "tenho de fazer um trabalho rápido, você me espera?" Fiz que sim com a cabeça. Ele me beijou e se foi. Será mais uma ação dele para ficarmos excitados? Depois que bateu a porta, comecei a pensar, e se aparece alguém, se entra aqui outra pessoa? Ainda para mais me angustiar: e se ele não volta? Há homens capazes de tudo.
Mas meu namorado não é assim, não. Desde que nos conhecemos, na cafeteria, ele se tem mostrado muito afetuoso, e tem razão quando diz: "você vai sentir cada coisa, namorando comigo...." E não é verdade? Estou a esperar por ele, e muito arrepiada. Não queria dizer, porque não gosto de vulgaridade, mas estou até mesmo molhadinha. Agora, só falta ele voltar!
Mais um pequeno detalhe. Ainda que nua, sempre tenho frieza para algum argumento. É sobre o que acabo de escrever. Pode ser que pensem: "não é possível uma garçonete escrever tão bem; não seria garçonete, mas escritora." Quem sabe. Tive um professor que sempre me dizia: você escreve muito bem, você é uma verdadeira escritora!
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