terça-feira, outubro 06, 2015

E eu que queria chegar em casa peladinha

Aquela estrada. Meu desejo crescia quando passava por ela.

Ai, gemi.

O quê?, ele quis saber.

Nada, sussurrei.

Cruzei as pernas, o vestido a me escapar. Continuou dirigindo. Apenas nosso carro, faróis cortando a escuridão. Jorge sabia o que significava meus ais. Mas esse namoradinho era inexperiente, acho que cortês demais, sua preocupação era guiar. Cheguei a pensar em pedir que parasse, diria que estava com vontade de fazer xixi, sairia e voltaria nua. Como ele reagiria?

Jorge que era bom, diferente. Mandava eu descer, tomava toda minha roupa. “Espera um pouco que já volto”. Mergulhava na escuridão, adiante. Eu, pra trás; ele cada vez menor, mais distante. Sumiam os faróis. Eu e à noite. Meu coração aos saltos, toda molhada. O gozo. Mas um gozo diferente. Voltava trinta minutos depois. Certa vez demorou uma hora, achei que não vinha. Acabei aprendendo a gostar das situações perigosas. Não podia contar ao namoradinho. Me chamaria de louca, masoquista. O desejo, porém, crescia. E como.

Para um pouco, vamos namorar, sugeri.

Nessa escuridão?, ele.

O que tem?, entra com o carro num atalho.

Tive de ensinar. Pronto, apenas nós e as estrelas. Ficamos a olhar um ao outro. Me puxou pra junto dele. Um beijo na boca. Mãos sob meu vestido.

Você quer transar aqui?, perguntou.

Hã hã, afirmei com cara de safadinha.

Tirou minha roupa.  Restou sutiã e calcinha.

Já cheguei em casa de sutiã calcinha, afirmei.

 Jura?, conta então como foi.

Você gosta de histórias, não? Conto, sim. Mas me tira primeiro a calcinha.

Atendeu. Depois deitou o banco e abriu a calça. Puxei o pinto. Dei uma mordidinha. Subi sobre ele, as pernas bem abertas. Me acertou de primeira.

Espera, viu, não goza não, sei que está gostoso e que você vai por um triz, mas vamos fazer bem demorado. E ainda tem a historinha...

A maioria dos homens são decepcionantes. E eu que queria chegar em casa peladinha!

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