Luiana tinha cabelos compridos porém maltratados, rosto suave mas sem nenhum atrativo. À primeira impressão, todos os moços achavam-na feia. Lu, como a família costumava chamá-la, vestia-se com retalhos de tecidos que o amante lhe trazia. A traída era costureira. Lu emendava aqueles pedaços de tecido com muito gosto. Era o que podia esperar daquela situação. Fazia saias e blusas para cobrir seu esculpido corpo. Corpo que Manoel, da cidade vizinha, aproveitava. Ninguém da família sabia deste romance. Com muitos irmãos homens, Luiana tomava o maior cuidado, pois não queria perder o que mais lhe fazia bem: o sexo. Seus irmãos pensavam ter uma irmã ingênua, pura e virgem, sempre falavam: "o cabra que fizer algum mal a mana terá que se ver com os nossos facões afiados". E Lu guardava seus encontros em segredo. Tinha um lugar secreto para se encontrar com o amante. Uma gruta na localidade vizinha. Ela falava para os pais, já velhos, que precisava visitar um abrigo muito longe dali. Adorava crianças, fazia de conta. Na verdade, Lu adorava era ensaiar pra fazer bebê, mas tomava as providências necessárias
Manoel era bom no assunto. Sabia que debaixo daquelas saias tinha uma vagina quente, espumando, à espera de prazeres. Eles se encontravam duas vezes por mês. Luiana, para despistar pais e irmãos, dizia que a coordenadora do abrigo lhe dava os retalhos para costurar também roupas de criança.
Luiana vivia costurando, mas não saía nenhuma roupa infantil. Ela costurava, além de sua roupa, colcha para forrar a relva ou uma pedra, em formato de coração, sobre a qual se deitava com Manoel.
Um dia Luiana estava tão estimulada, que deixou Manoel esfolado. Em casa, ele nem procurava a esposa, vinha esgotado do trabalho, dissimulava ele como desculpa.
A esposa costurava muito, e Manoel dizia vender os retalhos na capital. Ele conseguia dinheiro, mas o usava apostando nas casas de jogo das cidades próximas. Tinha sorte no jogo e, muito mais, no sexo.
Numa determinada tarde, Luiana surpreendeu Manoel, foi ao encontro dele com um vestido curtíssimo, que ela mesma costurou. Vestiu-o antes de entrar na gruta. Fizeram o sexo mais explosivo de todos aqueles encontros. No final, Manoel era o homem mais feliz do mundo. Mas seu coração não aguentou. Luiana saiu correndo deixando lá o corpo do amante. Estava tão assustada que se esqueceu de trocar o vestidinho pelo que costumava usar ao sair de casa.
A viúva jamais encontrou Manoel e pensa que ele está enterrado num mangue bem longe dali. Que foi morto por cobrar aos compradores de retalhos.
Luiana envelheceu com aquela história de amor no coração. Ficou solteira, porém não mais virgem. No seu interior, sentia-se feliz por ter conhecido Manoel e aproveitado o melhor da vida.
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