Sempre gostei de usar blusas soltas, conhecidas também com
batas, dessas que descem até abaixo do umbigo. Há outras mais compridas, que
vão até às coxas. Gosto de todas, mas prefiro as mais curtas. Um dia desses, o
namorado me deu uma de presente. Acho que comentei alguma coisa e ele anotou.
Uma bata linda, verde clara, adorei. Há uma coisa que não contei a ele. Sinto
um prazer enorme em andar dentro de casa vestindo apenas a bata. Isso mesmo, a
bata e a calcinha. É tão confortável. Quando usei o presente, ele disse que eu
estava linda.
Saímos, passeamos, acho que fomos ao cinema, fizemos um
lanche. Depois trouxe o namorado pra minha casa. Logo ao entrar, começamos a
nos abraçar, beijar, um agarra agarra e tanto. Antes de chegar ao quarto, já
estava eu sem a calça comprida, apenas a bata sobre o corpo, como costumo fazer
quando estou sozinha. Ele falou você fica bem assim, só de bata, as pernas de
fora, e essa calcinha pequenina. Fiz um gesto inocente, na verdade uma pose, o
sorriso nos lábios, as pernas um pouquinho curvadas e as mãos sobre as coxas.
Merece uma foto, ele completou. Mas lógico que não clicou, ficamos apenas nas
palavras. Mais um pouquinho eu continuava de bata, mas sem a calcinha. Daí em
diante, não preciso contar, fizemos a festa.
Meu namorado ficou com a imagem na cabeça: eu de calcinha e
de bata. Seria bom se você pudesse sair assim, de calcinha e de bata, sugeriu.
Sorri. Vai ser um escândalo, respondi com fisionomia de quem tem na pele um
arrepio. Sabe, tenho uma amiga que topa qualquer coisa, já saiu até nua,
acrescentei. É mesmo, como ela faz?, ele quis saber. Hum, eu dando ideia, o que
iria acontecer comigo? Ah, acho que ela sai de casa pra garagem, entra no carro
e dirige nua. Jura?, ele, curioso, dirige nua?, repetiu. É totalmente louca,
acho que já foi nua encontrar o namorado, afirmei. Ficamos nisso, ele não
perguntou nada mais, nem nada acrescentei.
Lembrei um episódio de minha adolescência. Certa vez fui à
praia com dois amigos também adolescentes. Na volta, paramos na minha casa,
fizemos um lanche, depois os levei pro meu quarto. Pedi licença, fui ao
banheiro, tomei uma ducha e voltei enrolada na toalha. Vocês permitem que eu
fique nua?, não é sem vergonhice não, adoro ficar nua depois que chego da
praia, mas não significa que vocês possam me agarrar, compreenderam? A princípio
eles ficaram surpresos, e adoraram me ver nua, deitada na cama; eles juntos a
mim, um de cada lado. A partir daquele dia, passamos a fazer aquele programa. Praia,
minha casa, lanche, e eu nua no quarto entre os dois. Chegamos mesmo a namorar,
os três ao mesmo tempo. Eles, como só tinham a ganhar, jamais comentaram com alguém. O namoro, porém, nunca foi além de beijos e carícias, dois pares de mãos a percorrer meu
corpo.
Que legal essa tua amiga, foi encontrar nua o namorado. Acho
que ele me imaginou batendo nua à porta dele. Já pensou se alguém do apartamento
ao lado abre antes de você?, perguntei em meio a uma breve gargalhada.
Num outro dia, andava eu sempre de bata pela casa, mas
estava sozinha. Desfilei de um lado a outro, fui à cozinha, preparei um lanche
levinho. Que prazer. No sábado à noite, encontrei o namorado,
Vestia saia curtinha, blusinha leve, verão, perfume no ar.
Como você está linda, ele disse surpreso. Está muito calor, retruquei. E saímos
no carro dele. Um passeio pela orla, a parada num quiosque, água de coco e um
sorvete. Que namoro inocente, vocês dirão. Será?, voltamos pra casa depois
da meia noite e fizemos outra festa. Ele pediu pra eu desfilar apenas vestindo
a blusinha. Somava-se a ela apenas a bolsa a tiracolo e a sandália plataforma. O
homem ficou morrendo de tesão. Até que eu disse tenho uma surpresa, espere um
instantinho. Abri a porta, e saí como estava vestida. Volto já. Percebi que ele
ficou a mil. Quis ir comigo. Não posso deixar você sair assim por aí, quis ele
intervir. Nada disso, vai dar tudo certo, assegurei. Ele pensou que eu ia ficar
ali pela porta de casa, no pequeno jardim. Eu havia apanhado a
chave do carro, escondidinha, e saí pruma volta no quarteirão. Ao ver que eu já
ia longe, e de automóvel, ele quase enlouqueceu. Quando voltei, ele fez
charminho. Deixou-me batendo à porta um bom tempinho. Eu, seminua. Olhe, se
passar alguém na rua vou com ele, viu, tem tanta gente querendo me namorar. Então,
abriu a porta e eu me atirei nos seus braços. Você é totalmente louca,
sentenciou. Depois disso, bem, vocês imaginem. Meu namorado ficou com a pulga
atrás da orelha, como minha avó dizia. Como você aprendeu essas coisas todas?
Todos os homens vão querer você, caso saibam das tuas artimanhas.
No último sábado, saí de vestidinho. Ele me perguntou você
me deixa te levar pra passear peladinha? Hum, quem sabe, eu estava esperando a
sugestão, mas não fui me atirando de cabeça. Vamos andar um pouquinho, depois
pensamos nisso, suspirei sem que ele notasse. E saímos pro nosso passeio. Um passeio demorado, uma volta completa, com água de coco e sorvete. Então, chegou a hora de passear nua. O que você está fazendo?, perguntou num faz de conta. O que você sugeriu, estiquei o pescoço e taquei-lhe um beijo. Tirei o vestidinho. Eu, de calcinha, os peitinhos de fora. Está bom assim? ele veio acariciar-me, tocar-me os dois seios. Falta uma coisinha, disse eu rindo que só. Tirei a calcinha, um gesto rápido, de acrobata. Você abre a mala do carro?, perguntei. Está aberta. Saltei, corri até a traseira, levantei a tampa e coloquei lá dentro o vestidinho e a calcinha. Pronto, agora podemos ir, falei depois de entrar e bater a porta. Tocava uma música romântica no rádio, nós dois rolando na autoestrada. Não olha pra mim não, afirmei cruel, você está ao volante. Cuidado!, cheguei a dar um gritinho. Suspirei, cruzei as pernas e dei uma risadinha, esquecida do mundo lá fora. Numa saída lateral a uma estrada secundária, ele desviou; logo depois, parou. O
final, vocês imaginem com muito amor, muito mesmo.
Depois da praia eu nua de novo na minha cama; de cada lado,
meus namoradinhos de adolescência!
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