Não faz muito tempo, eu era maluquinha. Namorava todos os
homens que apareciam no meu caminho. Ganhava tantos presentes, que não tinha
onde guardá-los. Certa vez vivi uma experiência sedutora.
Conheci um fotógrafo. Devido à profissão, ele não perdia a
oportunidade de fotografar tudo que achava interessante. Então, aproveitava
também para fazer umas fotos minhas. Naquele tempo ainda não existiam as
máquinas digitais. Fazíamos as fotos e tínhamos de esperar alguns dias para ver
se ficaram boas. Toda semana, pedia para ele me fotografar. Ele atendia, e as
fotos iam se avolumando. Tenho todas as cópias até hoje. Numa determinada fase
do nosso namoro, quando já vivíamos mais intensamente a relação, pedi que me
fotografasse nua. No início, recusou. Mas depois, após eu insistir, começou a
fazer as fotos. Às vezes eu usava algum tecido para cobrir determinadas partes
do corpo, só para provocar quem acaso viesse a apreciar as fotos. Mas, na maioria, eu saí nua por inteiro. Toda mulher tem um ponto vulnerável, e o
meu passou a ser as fotos de mim mesma. Certa vez, tentei pregar-lhe uma peça.
Levei uma das fotos a uma agência de publicidade. Queria que fizessem um
outdoor. Perto de onde eu morava, havia um monte deles. Após insistir e pagar
uma pequena fortuna, consegui o outdoor por três dias. Eu aparecia nua, mas de
perfil; no alto, ia escrito: “venha, Antônio, estou lhe esperando”. Ninguém de
onde moro me reconheceu. Pelo menos foi o que pude deduzir. Lembro que saí de
casa todas as manhãs para passear bem defronte à minha própria imagem. Houve
apenas duas diferenças entre a mulher da grande foto e eu. Passeei vestida e de
óculos escuros. Nem meu namorado percebeu a minha imagem. Mas faço uma
ressalva: ele era muito distraído. Depois de substituída a foto por uma
propaganda qualquer, contei a ele. Mas não acreditou.
O tempo passou. Meu namorado foi embora do Brasil. Eu não
quis acompanhá-lo. Fiquei por aqui. Daí surgiram outros. E como não descobrissem
o meu ponto fraco, eu lhes soprava no ouvido, você não tem uma câmera? Após a
primeira foto, eles também se tornavam dependentes dessa arte. E do meu corpo.
Chegaram, então, as digitais e os celulares que fazem fotos.
Tudo ficou mais fácil na minha vida de namoradeira prestes a ser clicada nua. Cada
admirador passou a colecionar um punhado de fotos minhas.
O engraçado é que sempre após o término dos namoros, as
fotos ficavam com eles. Aliás, houve um que, tristonho, voltou com o intuito de
devolvê-las. Nada disso, disse-lhe eu, fica de presente. Mas você está nua,
ainda tentou me convencer. Não tem problema, retruquei, o que há de mal nisso?
Na semana passada, após longo inverno sem namorado, surgiu a
ocasião de a maluquinha aqui entrar em ação de novo. No apartamento do homem,
pedi, faça uma foto minha. Ele atendeu. Pedi mais uma vez, quero uma foto nua. Nua?, replicou, acho que fingindo surpresa. E fui tirando a roupa. E foi ele me clicando. Depois das fotos, ainda nua, contei-lhe a minha longa
história de fotografias. Lógico que sem ressaltar os namorados. Você não tem medo que essas fotos vazem?, arregalou os
olhos. Vazem?, repeti. Isso mesmo, que caiam na internet?, acrescentou. Nunca pensei nisso, respondi, e não vou me preocupar agora, mas peço uma coisa a você, ok? Ok, respondeu, já sei, que eu tome muito cuidado com
essas fotos... Nada disso, concluí, quero que você venha até aqui bem
pertinho, tire a roupa e enfie esse peru gostoso bem fundo dentro de mim. Ele veio. Sabe, sussurrei-lhe no ouvido, esta história de fotos é
muito boa, melhor, porém, é trepar, e uma trepada bem gostosa...
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