Meus seios sempre foram grandes, não que isso me cause algum
tipo de problema, muito pelo contrário, os homens adoram, e me olham com um
desejo e tanto. Mas, às vezes, sinto um pouco de vergonha, principalmente
quando uso blusas soltas. Não posso sair sem sutiã, ou sem algum tipo de top.
Outro dia, um namorado insistiu para eu sair com ele sem o top.
“Já fico nua pra você, por que quer que os outros vejam meus
seios?”
Ele nada falou, na verdade queria me exibir às outras
pessoas. Fiquei um pouco chateada com a insistência e pensei em terminar o
namoro. Nada de ser objeto de exibição.
Um episódio, porém, me surpreendeu e mexeu comigo. Aconteceu
no último sábado. Eu caminhava pela praia, vinha do Pecado quando na altura do
Durval me deparei com uma senhora que também caminhava. Ela vinha de camiseta e
sem top, seus seios eram grandes e, apesar da idade, eram rijos e bonitos.
Fiquei pensando por que andava daquele jeito, sem vergonha alguma e desejosa de
mostrar o que tinha de mais bonito. Será que seu objetivo era arranjar namorado
ou, quem sabe, sentia prazer em mostrar os seios?
“Jacqueline, você tem os seios grandes!”, exclamam minhas
amigas caso me surpreendam nua, “queria ter seios assim”, dizem com certa
inveja.
“Não é fácil ter os seios grandes”, rebato, “os namorados
ficam loucos, e me querem sempre com os peitos de fora.”
Elas riem, acham ótimo, adorariam ter namorados como os que
me aparecem.
E apareceu de novo o namorado que me desejava sem o top.
Acabei saindo com ele, um sábado à noite. Fomos a um restaurante. Dele o convite.
Um lugar aconchegante, à luz de velas. Bebemos vinho, culinária francesa, tudo
do bom e do melhor. Será que vai me querer nua depois do jantar?, pensei.
Lembrei na hora a mulher que caminhava pela praia de camiseta, sem o top. Ela
seria a primeira a tirar a blusa. No final do jantar, andamos um pouco pela
praia, uma brisa fresca, um arrepio. Ele contou uma história, uma viagem,
barcos e aviões. O mar inspirava. No final, deu a senha.
“E então?”
“Então o quê?”, fiz-me séria, como se não o entendesse.
“Você vai me deixar roubar o teu sutiã?”
“Rá, rá, sorri forçada, você não esquece isso.”
“Como eu poderia esquecer, você com esses seios grandes é um
charme.”
“Você quer mesmo meu sutiã?”
“Claro.”
Lembrei algo que eu queria comprar mais não tinha dinheiro,
e era tão bonito. Falei a ele.
“Será que a loja está aberta, agora?”
“Quem sabe?”, respondi.
Deixamos o shopping para o domingo à tarde, pois era sábado,
quase meia-noite. Mas fui para casa dele. Trepamos. Um gozo e tanto.
“Vou roubar teu sutiã agora, e quero que você vá apenas de
blusa até lá fora”, o homem morria de ansiedade.
“Nada disso”, contestei, “você terá de esperar até amanhã.”
Ele esperou. No dia seguinte, fomos à loja determinada e ele
comprou o que pedi. Não falo qual o presente porque morro de vergonha, as
pessoas podem pensar que sou prostituta.
No carro, no escurinho da noite, ele:
“E então?”
Enquanto o homem dirigia, tirei a blusa, depois o top,
coloquei as duas peças no banco traseiro do automóvel.
Com o presente na bolsa, valia a pena passear de torso nu,
tanto mais no escurinho da estrada. Comecei a entender a senhora que passeava
de camiseta e seios soltos à beira da praia. Um arrepio. Aliás, dois, o
presente e o frisson.
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