Outro dia saí com um namorado extravagante que só. Adora me convidar
a passeios noturnos. Como nossa cidade é pequena, logo se atinge a rodovia
federal. Ele me leva tarde da noite no seu carro, para num trecho do
acostamento e pede para eu tirar toda a roupa. Mais rápida do que uma lebre em
fuga, deixo no banco traseiro todas as peças e mergulho nos seus braços. Num
dia desses, saí peladinha do carro. Ele adorou minha iniciativa. Passamos a
transar também do lado de fora, e até mesmo nos afastar do carro para dentro da
escura vegetação que bordeia a rodovia. Eu sempre nua.
Ainda não falei, mas sou casada. Tenho o marido e mais este
namorado. Meu marido é uma pessoa que trabalha numa rádio comunitária. Aliás,
não trabalha, é voluntário, fala o tempo todo nisso. Já não aguento. Ganha uma
pequena aposentadoria e não faz mais coisa alguma na vida para conseguir
dinheiro. As grandes despesas sou eu quem pago com o meu salário de funcionária
da prefeitura. Além de viver nesta bendita rádio, quando chega em casa ele
enche a pança e cai num sono pesado. Acorda somente no dia seguinte, lá pelas
oito da manhã.
Meu namorado serviu para eu sair da vida enfadonha ao lado
do marido que nem sexo me oferece. As aventuras que vivemos proporcionam-me
intenso gozo, dão-me gosto pela vida e me deixam plena de sorrisos.
Num dia desses aconteceu uma coisa muito engraçada, que
veio melhorar a relação com este rapaz que conheci faz pouco tempo. Nossas
transas à beira da estrada foram se multiplicando. Ele, um tanto mais ardiloso,
inventou nova maneira de ficarmos ainda mais excitados. Passou a pedir para
eu sair pelada do carro e fazermos uma encenação. Ele parte com o veículo e
volta depois de uns quinze ou vinte minutos. Fico esperando por ele, mas finjo
então que se trata de um desconhecido. Ele para ao me ver nua, aproxima-se,
abre a calça e põe o pinto pra fora. Eu tenho de chupá-lo. Quando acabo, passa-me
uma nota de cinquenta, entra no carro e vai embora, deixando-me ainda nua. Num
dia desses, além do sexo oral, trepou comigo, eu encostada à lataria do
automóvel. No final, gozamos juntos. Então me passou quatro notas de cinquenta
e foi embora. Fiquei esperando dez, vinte, trinta minutos, mas ele não voltou.
O que vou fazer agora, nua, longe de casa?, pensei, mas sem desespero. Caso eu
tivesse ficado com o celular, não adiantaria telefonar para o marido vir buscar-me,
porque ele não acorda por nada deste mundo. De repente lembrei que ali perto
há o sítio de um amigo, que mora sozinho. Caso eu chegasse lá nua, seria
o queijo na goiabada. Caminhei vinte minutos e ouvi latido de cães. Meu amigo
logo apareceu, pensou que fosse algum ladrão. Ao me avistar, esfregou os olhos,
pensou ser um sonho. O que houve com você?, exclamou. Absolutamente nada, disse
tranquila, apenas um imprevisto. Não contei a ele que tinha um namorado e que
ele havia me abandonado nua. Aliás, nada falei, só pedi abrigo até às cinco da
manhã, e depois que me levasse em casa. Ele compreendeu. Teve a elegância de
nada mais perguntar. Eu o abracei e, adivinhem o que aconteceu? Mais um
namorado.
Nos dias que se seguiram, o homem que me deixou nua voltou a me procurar. Saí com ele. Não havia problema algum, nem fiquei aborrecida por causa daquele gesto impensado da parte dele. Jurou que não o repetiria. Mas mantive segredo, não disse a ele como voltei para casa nem o que aconteceu. Você é fogo, viu, falei sorrindo. E o abracei. Mas me senti tentada a pedir que ele me abandonasse nua de novo, no mesmo lugar.
Enquanto isso, meu marido na rádio. Enquanto isso meu marido
enchendo a pança e dormindo de barriga para cima. Não acorda por nada nesse
mundo. Azar o dele!
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