Você me faz um favor?, como?, ah, sim, sou bonita, sei, qualquer
homem vai querer me fazer um favor, tomara que você continue pensando assim, mesmo
depois de saber que tipo de favor vou pedir, a praia está ótima, é óbvio, e com
um sol desses, tanto mais aqui dentro d'água, não, não, por favor, não toque em mim, você diz que aceita me fazer um favor e já quer me agarrar, escute, você não está acostumado a ouvir as mulheres, ou está?, parece
que não, mas vou te dar uma chance, toda mulher bonita tem um namorado,
concorda?, também tenho um, adora me pregar uma peça, já esteve por aqui, sabe, me abraçou, me beijou, exagerou, agora está perdido por aí, sei que você vai dizer
que ele é bobo, que deveria estar agarrado comigo, mas sabe como são os
homens, gostam de tomar cerveja, gostam de futebol, de conversar com os amigos
e coisa e tal, acabam dando um chá de espera nas namoradas, acho que se excitam com isso, não, nada disso, não vou pedir pra você procurar por ele, ouça, o que lhe peço é que vá até
aquela faixa de areia, está vendo, e chame uma amiga minha, a Tereza, a de biquíni azul, reparou?, preciso que ela venha aqui, já acenei, mas ela não percebeu, por que não saio d' água e vou eu mesma chamá-la?, hum, você é um rapaz inteligente, se você for até lá, dou um
prêmio, preste atenção, essa minha amiga é muito namoradeira, logo ao se aproximar ela vai te olhar de lado, com uma face sedutora que só ela tem, todos os homens sentem desejo de beijá-la imediatamente, de abraçá-la, querem transar com ela, verdade, repare
só, minha amiga usa um biquíni mínimo, é redundante dizer biquíni mínimo?, acho que o menor de toda a praia, repare
como está sentada, ela adora se mostrar, faz de tudo pra aguçar a curiosidade
dos homens, quando entra n’água há quem mergulhe
pra ver de perto, não tenho coragem de usar uma peça tão pequena como a
dela, você vai lá?, chama minha amiga pra mim, olha que ela gosta de homens
altos como você, jovens com físicos de quem pratica esporte, não, não é pra
pedir nada a ela, nem pra você se deixar seduzir por ela e ficar por lá, que ela entre n’água e venha aqui falar comigo, você está
achando estranha a minha história?, quer saber qual o meu objetivo?, por que tudo tem de ter
um objetivo?, na vida a gente faz coisas por prazer, às vezes dá certo, outras
vezes não, eu gosto de conversar com ela aqui dentro d’água, e ela nada bem, às
vezes a gente nada junto até depois da arrebentação, o quê?, você tem
mais de vinte anos de praia?, já conhece a minha história?, ah, você quer saber
quanto tempo venho aqui?, não muito, sou de Minas, sabe, moro na cidade faz dois
anos, você me acha ingênua?, rá, rá, rá, nem tanto, você já descobriu do que se
trata?, o que vou pedir a ela?, não, por favor, você não pode fazer isso, não,
agora não, já que você descobriu, tudo bem, mas não vá fazer escândalo, viu, você quer algo em troca pra ir até ela?, já falei que dou um prêmio, que prêmio?, adivinha, isso, mas não aqui na praia, olha em volta, tem muita gente, prometo, depois que ela vier você
volta, vou contigo, sou uma pessoa de palavra, você tem outra solução?, acha que não precisa chamar
minha amiga?, o quê?, boa ideia, eu não tinha pensado nisso, nada melhor do que alguém com a cabeça fria, está bom assim, mas você quer o prêmio antes?, pelo menos uma parte dele?, hum, deixa eu pensar, você é impaciente, viu, mais impaciente do que eu, está bem, eu deixo, um pedacinho do doce, mas de
leve, viu, pense bem, se você for muito guloso vai perder o principal, me abrace então, isso, calma, devagar, assim, assim, gostou?, pronto, agora vai, você quer saber antes por que estou sem o biquíni?, já falei o motivo, você não escutou ou não prestou atenção, além disso, você não está cumprindo o prometido, vai lá primeiro, por favor, já
tem muita gente por aqui, se descobrirem vai ser um escândalo, mais um abraço?, tudo
bem, só mais uma vez, viu, quer saber se também estou gostando?, o que você acha?, vou gostar mais daqui a pouquinho, depois de você voltar, calma, devagar, assim, com delicadeza, vamos deixar o restante pra depois, não, por
favor, se segura, eu posso dar muito mais prazer a você, espera, o quê?, você gozou? (ai, os homens depois que gozam...).
quarta-feira, julho 26, 2017
quarta-feira, julho 19, 2017
Hóspede
Célia pede que suas amigas escrevam histórias interessantes.
Não sou muito de escrita, mas vou contar algo engraçado que aconteceu comigo. Peço
a ela a devida correção para que este texto venha ter a elegância e o estilo
que costuma dar aos seus.
À época eu trabalhava numa pequena pousada, em M. Ficava na recepção,
mas também fazia outros serviços, como arrumar os quartos enquanto os hóspedes
saíam. Os frequentadores eram
costumeiros, trabalhavam durante alguns dias na cidade, no final
voltavam aos seus locais de origem, na semana seguinte retornavam, acabavam assim criando uma rotina de hospedagem e de amizade comigo e com a proprietária da casa. Sempre fui travessa, adoro namorar, mas naquele tipo de trabalho tentava me manter sob controle. Um dia, porém, houve um hóspede por quem me afeiçoei, alguém muito especial.
Conversava comigo como se fosse sua amiga de longa data, mostrava-me livros e
jornais sobre assuntos interessantes, como se eu fosse pessoa igual a ele. Com
o passar do tempo, começou a fazer algumas brincadeiras, dizia que eu era
bonita, chegou a perguntar se tinha namorado e se gostava de sair à noite
para uma bebida. Portei-me com naturalidade, respondendo o possível. Chegamos a
beber uma ou duas cervejas tarde da noite, na própria pousada, após o término do meu serviço. Certa vez acabamos abraçados junto às mesas, já arrumadas para o café da
manhã. Mas o principal veio a acontecer há duas semanas. Ele chegou à pousada por volta do meio-dia. Havia
apenas eu no local. Atendi-o e entreguei-lhe a chave do apartamento. Perguntou
se eu podia passar lá em cima um pouquinho depois, deu um sorrisinho malicioso
e subiu. Fiquei a pensar o que significava aquele sorriso, afinal, os homens
são muito parecidos uns com os outros, o que acontece na maioria das vezes é alguma diferença de educação. Era
o caso dele. Esperei quinze minutos e subi. Bati. Logo veio atender. Entre,
por favor, convidou. Entrei e me encostei à parede, ao lado da porta. Esperei para ver o que me aguardava. Mas ele parecia sem graça, permaneceu calado, como não soubesse o que
dizer. Vou ajudá-lo, pensei. Você está satisfeito com o quarto?, é de frente, pode
apreciar a rua, apontei. Você trabalha aqui faz tempo, não?, mostrou-se
interessando pelo meu trabalho. Respondi que sim, disse que já havia me
demitido duas vezes e depois voltado, a cidade oferece poucos empregos para uma
pessoa como eu. Você é bonita, não deve ser difícil arranjar emprego numa
empresa maior, sugeriu. Não é assim que as coisas funcionam aqui, não contratam
pela beleza, mas pela qualificação. Olhou-me de cima a baixo, mas com
suavidade. Depois se levantou e se aproximou. Coloquei as mãos na cintura e
esperei mais uma vez a iniciativa dele. Mas ele ainda permaneceu parado. Após alguns
segundos perguntou você pode ficar aqui um pouco, vai chegar alguém para se
hospedar? Acho que não, respondi, à hora do almoço o movimento é fraco. Segurou-me, então, pela cintura. Aceitei suas mãos e o abraço. Como era demorado
nos movimentos, desabotoei o botão da minha bermuda. Chegou mais perto e puxou o
fecho. A bermuda abriu-se e foi ao chão. Segurou no elástico da minha calcinha
e a desceu totalmente. Levantei os pés, um após o outro. Com aquela pequena
peça nas mãos ele a dobrou e guardou num de seus bolsos. Achei o gesto engraçado,
dei uma gargalhada. Não fiquei apenas sem a calcinha, deixou-me também sem a blusa e sem o sutiã! Inteiramente nua, encostada à parede, senti-me bem assim. Abraçou-me
e me apertou forte, contra a parede. O tecido de suas roupas sobre a
minha pele causou-me algum prazer. Jamais eu estivera numa posição daquela, nua
e agarrada a um homem vestido. Continuou abraçado ainda durante alguns
segundos. Em seguida, levou-me para cama, tirou toda a roupa e pediu que eu
sentasse sobre ele. No começo fiquei preocupada, vai me machucar, pensei ao
reparar o tamanho do seu peru. Mas fui ficando úmida, e a penetração acabou acontecendo. No início uma certa dorzinha, depois o prazer. Tanto maior quanto mais fundo me penetrava. Comecei a gemer e a dar alguns gritos. Eu estava mais à vontade que ele, por
isso senti mais prazer e cheguei a gozar primeiro. Pedi, então, que viesse
por cima. Mudamos de posição e ele me penetrou de novo. Não demorou a gozar.
Assim que acabamos, ouvimos a campainha. Vá à janela e olhe quem é, mas de modo disfarçado, sussurrou. Era a proprietária chegando com uma bolsa de
compras. E sua única funcionária pelada no quarto de um hóspede! Vesti correndo
a bermuda, a camiseta e desci aos saltos a escada. Abri a porta. Oi, Dona
Marinete, como vai, por que não pediu que eu fosse ao mercado pra senhora?
quarta-feira, julho 12, 2017
Vou contar o que senti!
Recebi carta de um ex-namorado. Isso mesmo, uma carta,
quem diria. Veio manuscrita, letra bem desenhada, autêntica obra de arte. Diz
sentir saudades de mim. Que privilégio, saudade, algo difícil de explicar, de
traduzir, inclusive palavra existente apenas em português. Deve ser verdade. Os
portugueses foram longe, deixaram muita gente atrás de si, mulheres, filhos,
amantes, muitos jamais retornaram. Não desejo avançar, atravessar todas as
fronteiras, dar a volta ao globo terrestre, como fizeram os portugueses, quero
apenas a carta, sua letra cursiva, a história de amor que comporta, amor e
fantasia. O homem me faz alguns pedidos. Está sempre a me imaginar bela, apesar
dos anos. Arrepio-me ante suas palavras. Caso não tivéssemos vivido várias aventuras, surpreender-me-ia. O que deseja? Transcrevo suas palavras.
Você costuma estar só,
costuma viver o prazer de uma tarde de outono, escuta a música silenciosa
presente no ar, percorre os cômodos, senta à uma poltrona na sala com um livro
à mão, lê uma boa história, sonha com os personagens. Portanto, peço a você que
faça uma representação. Torne-se uma personagem durante alguns instantes, pelo
menos para mim. Dispa-se, isso mesmo, tire toda a roupa, todinha, nada sobre o
corpo. Ponha-se a caminhar pela casa, como alguém que procura algo. Você
lembra-se de uma bolsa a tiracolo, preta e de verniz, pequena a bolsa, uma
gracinha. Vai ao encontro dela, deve estar num dos armários. Você possui tantas
coisas, guarda os objetos queridos, mesmo os não mais em uso. Encontra a bolsa,
lembra-se de uma saída noturna, você carregava a pequena bolsa, quase um
bibelô. Você a põe pendurada ao ombro. Não esqueçamos, você está nua. A seguir,
observa os pés. Não é possível portar uma bolsa tão mimosa e vestir pantufas. Vai
até o outro armário e olha os sapatos, as sandálias, os de saltos mais altos.
São tantos. Escolhe um deles, que reflete a mesma cor e brilho da bolsa, quem
sabe foram comprados juntos. Deixa as pantufas ao lado da cama e calça o sapato
de meio salto, quase clássico. Olha-se no espelho, vê-se refletida, corpo
inteiro, a bolsa e o sapato. Caminha pela casa, dirige-se de novo à sala. Está
pronta para sair. Um passeio, uma festa especial, não sei, convite de um
admirador. Mas ainda não é a hora, é possível sentar-se e aguardar, ler uma
página de revista antes. Chega-se ao sofá, senta, deixa a bolsa ao lado, toma
nas mãos a revista, há várias na mesa de centro. Abre, percorre as primeiras
páginas, cruza as pernas. Sente certo frisson, prazer talvez sentido poucas
vezes, experiência nova, você nua, dentro de casa, arrepio a lhe correr o
ventre. Cruza a perna na direção oposta, agora a direita sobre a esquerda. O
sapato destaca-se. Após um quarto de hora, deixa a revista, levanta-se, ajeita
a bolsa a tiracolo, dá alguns passos até à porta, é a hora, barulho de motor lá
fora. Vai você, aventura. Mas pode andar mais um pouquinho pela casa. Faça de
conta que ainda não terminou de se aprontar. As mulheres são mais demoradas,
esmeram-se. Senta-se novamente, sente pequena ardência que pouco a pouco vai crescendo,
até tornar-se um sol que a excita, como o sol de uma manhã de verão, uma
espécie de prazer, um prazer quase indescritível (na praia, o calor deste sol
se ameniza com um mergulho). Mas na sala, totalmente nua, bolsa a
tiracolo, sobre um sapato de meio salto, você tenta se conter, quer deixar o
momento de prazer para mais tarde, junto
ao namorado que a espera dentro do carro, diante do portão. Como se chama mesmo
o prazer que é caro às mulheres? Ah, sim, você sabe tão bem, as mulheres querem
sempre mais...
quarta-feira, julho 05, 2017
Ninguém no meu pé
Faz alguns meses me separei, deixei a região serrana e voltei
para a cidade. Como as notícias correm rápidas, um homem começou a rondar minha
nova residência. Às vezes, essas pessoas provocam medo na gente. Mulher é um
ser frágil, há quem se sinta no direito de nos perseguir para obter vantagens.
Por mais que se aproximasse e puxasse assunto, não dei conversa. Cansou e deu
um chá de sumiço.
Num sábado de sol, resolvi ir à praia. Como meu biquíni era
antigo, corri ao centro e comprei um novo. Estava tão eufórica que aceitei um
biquíni menor do que costumo usar, acho que era o sol a me provocar. Do centro
mesmo fui a Cavaleiros, bem naquele pedaço em que a praia termina e começa o
Pecado. Aliás, avancei mais um pouco, e fiquei num local de pouca gente, acho
que uma mãe com duas crianças, alguns jovens a trinta metros, uma mulher alta
mais adiante etc. Estendi minha toalha, finquei o guarda-sol, e me deitei. Estava
tão agradável o ar que dormi durante uns vinte ou trinta minutos. Cheguei a
sonhar. Um sonho com uma amiga dizendo praia me dá tesão. Logo que começa a
tomar sol e sente o corpo esquentar, é assaltada por uma vontade louca de trepar.
Não sai por aí agarrando o primeiro que aparece, disse que se contém e gosta da
sensação. Certa vez um homem insistiu para tirar uma foto dela, você tem o
corpo perfeito, afirmou. Não gosto de fotos, por favor. Não fez a foto, mas
ficaram os dois conversando. Não vai mergulhar?, ele quis saber, está muito
quente. Sabia que o mergulho na água fria lhe aumentaria o
desejo por sexo, temia não resistir e entregar-se ao homem. Acabou dizendo não entro n’água. Ele foi sozinho.
A história provocou-me arrepios. Ainda bem que ninguém por
perto, nem um paquera, estava esquecida em meio à areia, o mar, e aquela pouca
quantidade de gente. Fui dar um mergulho. Após entrar n’água, nadar, voltei-me
para a areia, surpreendi-me, um jovem muito bonito, de corpo de esportista,
estava próximo ao meu guarda-sol. Será que espera por mim?, refleti. Voltei para
junto dos meus pertences. Ele distanciou-se, esperava um amigo. Quando este
chegou, foram juntos para o mergulho. Não olhou nem um instante para mim. Mesmo
que estivesse nua, ele não repararia. Lembrei-me do meu paquera do quarteirão, você
aceita uma cerveja?, perguntaria. Não sou de cerveja, obrigada, eu tinha pronta
a resposta. Ele manteria a pose, tiraria do bolso o maço de cigarros, acenderia
um, sorriria, olharia o mar e soltaria a fumaça de modo que não me incomodasse.
Posso ficar um pouco na sombra?, perguntaria olhando o guarda-sol vazio. Nesta
cidade os homens são invasivos, insistentes, as mulheres querem independência,
não desejam ninguém na cola. Se houvesse homem que trepasse com a gente e
depois fosse embora, nada comentasse, só aparecesse caso fosse chamado, seria ótimo.
Mas este não é assim, vai acabar achando que é meu patrão. O jovem que esperava
o amigo era de outra qualidade, adoraria ser paquerada por ele, quem sabe
rolasse algum namoro. Mas o jovem não voltou, agradou-lhe mais o amigo. Fiquei na
praia até as três ou quatro horas. Ora sob o sol, ora num mergulho refrescante.
Tive vontade de trepar sim, como minha amiga do sonho, mas fiquei só na
vontade, e a vontade é boa quando a gente sabe mantê-la, há todo um gozo nisso.
Numa noite dessas houve festa na serra. Quando há esse
tipo de evento, vem gente de fora, até mesmo de outro estado. Arranjei um
namorado só para aquela noite, muito parecido com o jovem da praia, achei até
que podia ser ele, mas nada perguntei. O importante é que homens de fora não
voltam para ficar no pé das mulheres daqui. Então, entreguei-me. Fiz de conta
que era a maior piranha do lugar. Trepamos dentro do carro dele. Onde
estacionara, não havia ninguém, todos estavam longe, na festa. Tirei toda a
roupa e fui por cima. O peru do homem estava tão duro, mas tão duro, que parecia
prestes a explodir. Abri as pernas e sentei sobre o rapaz. Chegamos o banco do motorista
para trás, assim eu tinha onde esticar uma das pernas; para a outra, foi
preciso abrir a porta. Então, eu controlava a trepada, descia e subia. No
início demorei para acertar, mas pouco a pouco fui ficando molhadinha, a partir daí foi fácil, escorregava no pau do homem como num pau de sebo. Quando eu sentava
totalmente sobre aquele sexo enorme, sentia o volume bem fundo dentro de mim. A loucura foi tanta que perdi a cabeça, mesmo sem conhecer o tal jovem acabei deixando que gozasse dentro de
mim. Mas foi só naquele dia. Depois que terminamos, me vesti e
voltei para festa. Ninguém no meu pé!
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