Naquela manhã de praia e sol, eu sentia um intenso frisson, alguma coisa quase inexplicável me penetrava os poros, estendia-se
pelo interior do meu corpo, me agitava o coração e me despertava arrepios. Vestia um biquíni mínimo que instigava aos homens e a mim mesma, me provocava quase um gozo. Os
rapazes se aproximavam, queriam estar perto das mulheres bonitas, nos tocavam, falavam alto, alegres, observavam as
gotículas de água salgada a brilhar sobre nossa pele. Quando eu mergulhava na
água fria, sentia a sensação ainda maior. Uma das vezes cheguei a gozar, a
mesma sensação que se tem no clímax de uma relação sexual bem gostosa com o
homem dos sonhos.
Inspirei, o ar ainda fresco, mais frisson. Como me controlar
diante de tamanha felicidade?
Avistei Jorge, sabia que não demoraria a vir para perto de
mim. Apesar de vez ou outra dar uma saidinha com ele, deixei bem claro, não
quero namorar. Ele me adorava, e acho que ainda me adora. Quando ligava, vinha rápido.
Ao me encontrar na praia, podia estar com quem fosse, corria a me abraçar
e me beijar. Seu abraço misterioso me deixava a mil. Certa vez, na mesma
praia, ao entardecer, ninguém dentro d’água, apenas nós dois, ele me deixou
peladinha. O abraço foi o mesmo, envolvente. mas quando me soltou levou o
biquíni junto. Volte aqui, gritei taradinha. Notou ele o meu ardor. Ao me abraçar de novo, imaginem o resultado. Que amor gostoso aquele dia!
O corpo cura todas as angústias. Basta um pouco de nudez e
frisson que tudo passa, tanto mais quando vamos nas mãos de um homem volumoso.
Havia mulheres que
desejavam muito Jorge. Acho que ele trepava com todas, não sei. Mas nada de
comentários, cada uma com o seu gozo. Acho que ele ficaria comigo, quem sabe
casaria. Eu mesma, porém, descartei tal hipótese. Mais valia minha liberdade.
Naquela manhã, no entanto, todas nós estavam a mil por hora,
e nem precisávamos de bebida alcoólica. Uma embriaguez causada pela pulsação do
dia.
Anita me veio dizer que estava ardida. Aconselhei a passar o
protetor solar. Não é nesse sentido que estou falando, contrapôs. Abraçou-se,
acariciou-se, deu uma queda de quadris, fechou os olhos e deu uns passinhos
à frente. Mas aqui?, perguntei, espere pela noite, todos eles vão disputar
você. À noite, será outra história, desejo agora, reafirmou. E não é que conseguiu.
Depois de apenas vinte minutos, já ia agarradinha a um rapaz. E não praticaram
somente abraços e beijos. Conhecia minha amiga, era capaz de tudo por um homem.
Fiquei a imaginar onde treparam.
Vez ou outra, uma de nós não resistia; partíamos, então, ao
principal, entendem? Onde? Este era o problema. Mas a praia era, e ainda é, bem
extensa. Havia também a possiblidade de amar dentro d’água, embora não gostássemos.
Certa vez, um dos rapazes armou um tenda à beira da lagoa, logo no final da
praia. Caramba, acho que teve até fila. Claro, éramos discretas, mas é o modo
de falar. Sempre estava ocupada. Vamos colocar uma toalha separando os
compartimentos. Ficou melhor, e não se precisava esperar muito tempo. Derramávamos, carinhosas, todo o nosso tesão, corpo contra corpo, fricções, cheirinho de perfume,
secreções a nos escorrer.
Ah, que vida boa, que arrepio. Vinha lá o Jorge. Você está
maravilhosa, me falava antes do beijo. Eu sempre me lembrava do meu biquíni nas
mãos dele, do seu pênis grosso e comprido.
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