Você já deve ter pensado nisso, as mulheres são iguais aos homens. Eles dizem que querem trepar com a gente. Eu digo que quero comer todos eles. É sério. São as mulheres que comem os homens. Estou sempre atenta a isso, mas é preciso refletir. Existem vários tipos de homem, não se pode sair por aí com o primeiro que aparece. Analiso assim, veja se você concorda comigo, já que estamos conversando sobre, sem nenhum outro interesse. Em primeiro lugar, quando se tem a minha idade, quase todos os homens são casados. Quando aparece um, me quer como amante. Caso aceite, não devo me submeter a ele. Trepo e não lhe devo satisfações. Outro tipo é aquele que aparece não se sabe de onde, trepa e passa a achar que sou propriedade sua. Desse tipo, é preciso se afastar. Às vezes, por um milagre da natureza, aparece um que não é comprometido. Transo e ele já acha que sou sua namorada, não me larga um minuto, quer estar todo o tempo ao meu lado, quase um casamento. Casamentos não duram muito. Seria bom conversar, você não tem compromisso com outra mulher, podemos ficar juntos, sim, mas não como marido e mulher, você vai fazer suas coisas e eu as minhas, depois a gente se encontra, não precisa ser todos os dias. O ideal é aquele homem que, quando trepa com a gente, não cria compromisso, acha que foi bom e que, quando acontecer de novo, vai ser ainda melhor, e vai à sua vida sem fazer perguntas. É por esse tipo que me apaixono, fico sonhando com ele, dormindo nua e pensando que está ao meu lado. Quando saio, ou vou à praia, às vezes aparece uma porção de caras a me cobiçar. Mas faço de conta que não os vejo, apesar de, muitas vezes, estar louca de vontade de trepar. Fico arrepiada. Se saio com todos que aparecem, seria preciso saber representar, como uma atriz profissional. Não é o meu caso. Seguro um pouco a barra, não sou a primeira a me atirar n’água. Quando era mais jovem, não pensava assim, era muito precipitada. Mas, agora, depois de tantos relacionamentos, tantas transas, e de achar que sou eu que como os homens, preciso maneirar um pouco. É bom quando surge alguém de poucas palavras, como um estrangeiro que não sabe a nossa língua mas a gente adivinha as intenções. Nossas mãos, nossos tatos, nosso calor fala por nós. Depois de me deixar nua, e de me satisfazer, ele parte, ainda em silêncio. Seu corpo foi o meu interlocutor, eu correspondi à sua conversa tátil. Não sei dizer mais do que isso. Moro sozinha, e não posso facilitar, porque a linguagem corrente é a de que a mulher precisa se submeter aos homens. Eu jamais fui assim. Outro problema que pode acontecer é aparece um doido. Certa vez arranjei um namorado que adorava me amarrar. Pernas e braços atados à cama. No começo, quis experimentar a sensação de namorar com alguém assim. Mas, com o passar do tempo, fiquei preocupada. Um dia ele, além de me amarrar, me amordaçou. Me deixou imobilizada durante duas ou três horas, que suplício. Consegui me livrar dele. Quando suspeito que o homem gosta dessas coisas, me afasto. E olha que, no começo, até cheguei a sentir prazer.
Certa vez falei a um namorado de ocasião, você me namora, eu te como, depois a gente vê como é que fica. Ele não entendeu. O que você quer dizer com isso? Perguntou. Exatamente o que falei, depois a gente vê como fica, depois que a gente gozar. Se isso, na verdade, acontecer. Ele, porém, continuou não entendendo. Tive um amigo que me contou sobre uma mulher. Trepou com ela apenas uma vez. E ela o marcou. Por quê?, eu quis saber. Porque ela desapareceu depois e eu não mais consegui encontrá-la. Foi melhor assim, afirmei. Ela ficou por cima. Sim, ficou, ele disse, e nenhuma outra foi como ela. Como ela, eu repeti, salientando o jogo de palavras.
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