Fazia tempo que permanecia deitada, o bumbum ardendo.
Virei-me, sentei-me na cadeira. Não passou dez minutos, decidi subir ao quiosque,
tomar um suco. Poderia tomá-lo no local, alguém o traria até meu guarda-sol,
mas preferi dar uns passinhos, exercitar o corpo, reparar os rapazes. Pedi a
alguém próximo você pode dar uma olhadinha nas minhas coisas? Sim, claro, fique
a vontade disse a mulher. Apenas de biquíni segui,
aventurei-me cem metros no calçadão. Mas que prazer, quanto tempo disse um
homem e tanto, acho que artista de TV. Conversa antiga. Claro que ele me
paquerava. Acabei por aceitar sua aproximação. Ao parar e trocar algumas
palavras, percebi que vários passantes olhavam minha bunda. Faz um tempo um
jornalista escreveu que as cariocas não andam de biquíni no calçadão, que isso
é coisa de gente de fora. Nem quero pensar na tal crônica, sempre gostei de
andar nua no calçadão. O homem me dragava, patati, patatá, patati, patatá. Eu
gostando. Conversa vazia, mas plena de frisson. Onde podemos nos encostar para me dar um beijo?, meu o pensamento. A conversa mole continuava, corpo
ginástica esporte sucos sol mar álcool. É preciso ter sorte nesse tipo de
paquera, não se sabe de quem se trata numa praia comprida como essa. Tive uma
amiga que acabou o dia nuinha. Lógico, era isso que desejava. Conseguiu trepar
com um homem lindo, segundo ela, musculoso, como um campeão de atletismo. Tudo
aconteceu por trás da arrebentação. Mas há homens que gostam de guardar para si
alguns biquínis! Nunca tive uma sorte dessas, ou melhor, um homem halterofilista a me deixar nua. Mas
este, um marmelo doce como só, me lambia o corpo inteiro. Vamos dar uma volta,
convidou. Minhas coisas estão lá embaixo, pedi a uma desconhecida para tomar
conta, retruquei. Não faz mal, é rápido. Ele apontou algo incerto, adiante. Não
sei por que desejamos e aceitamos companhias. O incerto e o perigo nos atraem.
Será a solidão? Por mais bonita que sejamos, os homens nos querem para se
deitarem conosco, ou para que os chupemos bem forte. A gente é de estirpe
semelhante. Que tal apenas uma conversa sobre arte, uma garrafa de água
mineral, um café... Não conseguimos. Será? Acaba predominando a linguagem do
corpo, seu desejo, aliás, o desejo nosso por inteiro. Segui o homem, quero
dizer, caminhei ao seu lado. Confesso que me arrepiei quando seu braço forte e
longo envolveu-me, tocava-me a cintura. Um casal de namorados adolescente. Paramos
adiante, em frente a um jipe enorme. Abriu a porta e me convidou a entrar.
Não posso sair, minhas coisas estão na praia. Ele já sabia. Não iria sair, não
saiu. No jipe havia um pequeno freezer. Abriu e tirou uma pequena garrafa de
espumante. Em alguns segundos, a rolha espocou. Encheu duas taças de plástico,
brindamos e bebemos. Muito boa. Ficou a me olhar, fez seu banco reclinar.
Entendi seu desejo. Abaixei a cabeça, puxei sua bermuda. Seu pênis, bastante duro,
penetrou minha boca, meus lábios molhados de champanhe. Ele segurava meus
cabelos, não me deixou levantar a cabeça. Fiquei naquele exercício por uns
cinco ou dez minutos, até que o homem explodiu dentro de mim. Segurou firme,
até estar ciente de que eu engolira todo seu sêmen. No final, me soltou e sorriu,
permaneceu no banco ainda deitado. Vamos beber mais champanhe, convidou. Quando
acabamos, não esperava que ele tivesse tanta energia. Soltou os laços do meu
biquíni e pediu que subisse sobre ele. Não quero dizer o prazer que senti. Eu
ardia. Tive apenas tempo de dizer não goza dentro não, não tenho mais como
engolir tanta porra.
Ah, os meus pertences. A mulher ainda estava lá, tomou conta
direitinho.
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