domingo, fevereiro 17, 2019

Vamos beber mais champanhe

Estava na praia, deitada de bruços, sobre a canga. Posição estratégica, porque não há homem que não dê uma olhadinha. Alguém poderia perguntar como uma mulher bonita como você, que sempre tem namorados capa de revistas, deseja se mostrar de maneira tão intensa? Exatamente por isso tenho namorados de cinema, respondo tranquila. Meu biquíni é fio, entra todo, reparo que muitos dos meus admiradores olham com mais ardor para se certificarem de que não estou nua! Sério. Dou cada susto neles. Eles voltam a cabeça procurando a tirinha que me revela seminua. É sempre bom ser admirada, faz bem para o ego, acho que acontece o mesmo com todas as mulheres. Às vezes ando de biquíni no calçadão, quando há bastante gente, o sol quente, os quiosques plenos de rapazes lindos a bebericar, a tentar matar a sede. Quando me veem, esquecem a bebida, o que estavam conversando, esquecem mesmo as mulheres que os acompanham. Conto agora o que se seguiu, uma história deliciosa, dessas a que estou sujeita no dia a dia da praia.

Fazia tempo que permanecia deitada, o bumbum ardendo. Virei-me, sentei-me na cadeira. Não passou dez minutos, decidi subir ao quiosque, tomar um suco. Poderia tomá-lo no local, alguém o traria até meu guarda-sol, mas preferi dar uns passinhos, exercitar o corpo, reparar os rapazes. Pedi a alguém próximo você pode dar uma olhadinha nas minhas coisas? Sim, claro, fique a vontade disse a mulher. Apenas de biquíni segui, aventurei-me cem metros no calçadão. Mas que prazer, quanto tempo disse um homem e tanto, acho que artista de TV. Conversa antiga. Claro que ele me paquerava. Acabei por aceitar sua aproximação. Ao parar e trocar algumas palavras, percebi que vários passantes olhavam minha bunda. Faz um tempo um jornalista escreveu que as cariocas não andam de biquíni no calçadão, que isso é coisa de gente de fora. Nem quero pensar na tal crônica, sempre gostei de andar nua no calçadão. O homem me dragava, patati, patatá, patati, patatá. Eu gostando. Conversa vazia, mas plena de frisson. Onde podemos nos encostar para me dar um beijo?, meu o pensamento. A conversa mole continuava, corpo ginástica esporte sucos sol mar álcool. É preciso ter sorte nesse tipo de paquera, não se sabe de quem se trata numa praia comprida como essa. Tive uma amiga que acabou o dia nuinha. Lógico, era isso que desejava. Conseguiu trepar com um homem lindo, segundo ela, musculoso, como um campeão de atletismo. Tudo aconteceu por trás da arrebentação. Mas há homens que gostam de guardar para si alguns biquínis! Nunca tive uma sorte dessas, ou melhor, um  homem halterofilista a me deixar nua. Mas este, um marmelo doce como só, me lambia o corpo inteiro. Vamos dar uma volta, convidou. Minhas coisas estão lá embaixo, pedi a uma desconhecida para tomar conta, retruquei. Não faz mal, é rápido. Ele apontou algo incerto, adiante. Não sei por que desejamos e aceitamos companhias. O incerto e o perigo nos atraem. Será a solidão? Por mais bonita que sejamos, os homens nos querem para se deitarem conosco, ou para que os chupemos bem forte. A gente é de estirpe semelhante. Que tal apenas uma conversa sobre arte, uma garrafa de água mineral, um café... Não conseguimos. Será? Acaba predominando a linguagem do corpo, seu desejo, aliás, o desejo nosso por inteiro. Segui o homem, quero dizer, caminhei ao seu lado. Confesso que me arrepiei quando seu braço forte e longo envolveu-me, tocava-me a cintura. Um casal de namorados adolescente. Paramos adiante, em frente a um jipe enorme. Abriu a porta e me convidou a entrar. Não posso sair, minhas coisas estão na praia. Ele já sabia. Não iria sair, não saiu. No jipe havia um pequeno freezer. Abriu e tirou uma pequena garrafa de espumante. Em alguns segundos, a rolha espocou. Encheu duas taças de plástico, brindamos e bebemos. Muito boa. Ficou a me olhar, fez seu banco reclinar. Entendi seu desejo. Abaixei a cabeça, puxei sua bermuda. Seu pênis, bastante duro, penetrou minha boca, meus lábios molhados de champanhe. Ele segurava meus cabelos, não me deixou levantar a cabeça. Fiquei naquele exercício por uns cinco ou dez minutos, até que o homem explodiu dentro de mim. Segurou firme, até estar ciente de que eu engolira todo seu sêmen. No final, me soltou e sorriu, permaneceu no banco ainda deitado. Vamos beber mais champanhe, convidou. Quando acabamos, não esperava que ele tivesse tanta energia. Soltou os laços do meu biquíni e pediu que subisse sobre ele. Não quero dizer o prazer que senti. Eu ardia. Tive apenas tempo de dizer não goza dentro não, não tenho mais como engolir tanta porra.

Ah, os meus pertences. A mulher ainda estava lá, tomou conta direitinho.

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