Sabem esses vestidinhos justos até a cintura, que depois alargam tornando a parte debaixo como uma saia rodada, curtinha? Eu vestia um assim. Sei que alguém vai dizer você é levada! Mas não é a única questão. O
rapaz com quem eu marcara tinha certa fama na nossa cidade. Muitas moças
gostavam de sair com ele, mas não deixavam de lado os comentários. Ficava um
tititi danado. O que será?, eu exercitava minha mente. Até que descobri. Ele
namorava as moças, acariciava as pernas de cada uma delas, depois, bem, depois
adivinhem! Trepava com elas, é lógico. Era o que todas desejavam. No final,
acontecia a surpresa. Ele lhes roubava as calcinhas. Lúcia, a de cabelo
vermelho, me contou a boa nova, aliás, nem tão nova assim. Quando ele me
convidou pra sair, vesti a tal roupa. E nada de
calcinha. O homem me pegou à porta de casa, olhou minhas pernas e sonhou com
elas, é certo que iria se deliciar. Como também gosto da brincadeira, pensei na
fama de seu pênis. Passeamos e passeamos. Nada de namorar no carro, viu?, gosto
de um bom hotel. Como não deixei que avançasse sobre minhas pernas, que deslizasse
as mãos por baixo do vestido, acabamos no hotel, como eu queria. Foi então que
fiz a maior encenação. Quem tira minha roupa sou eu. Enfiei-me no banheiro, fiquei
sentada um bons quinze minutos sobre o vaso. Depois saí, enrolada na toalha, um tecido fofo
que me cobria até os pés, um tomara que caia comprido. Quando me deitei, não
demorei a ficar meladinha. Eu ardia! Nossos corpos entrelaçados durante duas
horas. O cara era criativo nas posições. Em certo momento fez que eu girasse,
ele deitado, um eixo firme; eu, o carrossel. Quando acabamos, pensei ele vai
ficar furioso, não tem calcinha pra roubar. Por isso deixei que fosse ao
banheiro antes de mim. Ao sair, estava radiante, o sorriso aberto, maior do que
qualquer coisa do mundo. Então, minha vez de me aprontar. Surpresa,
onde minha roupinha? Amor, alertei, você vai dirigir com uma mulher peladinha ao teu
lado! Ah, como sou levada...
Dentro do carro ele olhava minhas pernas. Eu sorria, cruzara os braços, queria saber como acabaria aquela história. Custa cento e cinquenta, disse a ele. O quê? O vestidinho, completei solícita, comprei no shopping. Ele assentiu com a cabeça. Você terá uma surpresa, falou. Dirigiu ainda durante uns vinte minutos. Na Riviera subiu um ladeira, dobrou a direita e parou em frente a uma casa de dois andares. Pode saltar, apontou o portão, toque lá, alguém virá atender, não tenha medo, tudo será excitante. Desci, sem demonstrar a mínima vergonha. Caminhei ao portão e toquei a campainha. Enquanto isso, ele deu a partida e desapareceu após alguns segundos. Eu conhecia de vista o homem que veio abrir a porta. Olhou-me com alegria, beijou-me e pediu que entrasse. Não se mostrou surpreso por causa da minha nudez. Agi como estivesse vestida por inteiro. Entramos numa sala grande, com móveis, sofás e uma poltrona ao fundo. Ele apontou que eu sentasse. Desapareceu durante alguns instantes e voltou trazendo um envelope. Entregou-mo. Olhei o conteúdo e reparei várias notas de cinquenta. Coloquei-o ao lado e sorri para o homem. Ele aproximou-se e segurou um dos meus braços. Começamos então novo exercício sexual, cada vez mais intenso e envolvente. Tudo que fizera, na cama, com o primeiro namorado, repetiu-se sobre aqueles sofás e poltronas. Nunca gemi tanto, pelo menos é o que acho agora, no momento em que escrevo. No final, deixou-me sozinha e desapareceu dentro de um corredor que levava a outros cômodos. Como demorasse, sentei-me na poltrona principal, cruzei as pernas e tomei nas mãos um livro que repousava sobre a mesinha lateral. Era um romance. Li os primeiros parágrafos. Tratava-se de uma mulher nua, como eu, sentada numa grande sala. Interessei-me pelo começo da história. A mulher viu uma camisa masculina de magas compridas, tipo um agasalho, que estava sobre uma das cadeiras, caminhou até o local e vestiu-a. Depois disso dirigiu-se à porta, abriu-a e escapou. Olhei toda a sala e encontrei, assim como a personagem do romance, o mesmo agasalho. Fui a ele, vesti-o, também corri à porta de saída e logo andava a passos largos sobre a calçada. Não esqueci meu envelope, ia seguro pela minha mão direita.
Desci a Riviera, atravessei a via principal e logo cheguei à orla. A blusa não dava na pinta, parecia mesmo um vestidinho curto, de mangas compridas. Somente observado bem próximo é que se descobriria a verdade sobre a roupa que me cobria o corpo. Após caminhar dez minutos (o jeito seria ir a pé), um automóvel passou a acompanhar meus passos. Reparei um senhor, deveria ter em torno de sessenta anos, usava óculos. Você não aceita uma carona?, chegou a propor. De início, achei que já estava bom por aquele dia, o final de tarde apressava-se. Mas, como ele insistia, achei que poderia beneficiar-me da situação, não precisaria andar tanto. Parou o automóvel, abriu a porta para eu entrar. Agradeci ao sentar-me no banco do carona. Durante o percurso, foi econômico nas palavras, achei ótimo, mas reparei que apreciava minhas pernas, a blusa subira quando eu sentara e não adiantava ficar esticando a parte inferior. Ao parar diante da minha casa, olhou-me e percebi em seus olhos uma ponta de desejo. O que eu diria a ele, apenas obrigada? Corri e fui a abrir a porta. Permaneceu olhando-me, esperando que eu entrasse. Abri e dei mais um adeusinho. Acenou e pediu que eu aguardasse. Fique com meu número, esticou-me o braço pela janela do carro. Voltei até ele e peguei seu cartão. Também vou deixar o meu, disse a ele. Depois que se foi, tranquei a porta, tirei a blusa e a larguei sobre o canapé, sentei-me na poltrona e fechei os olhos. A lembrança do envelope com as notas de cinquenta trouxe-me de novo à realidade. Após contar e guardar o dinheiro dentro do armário, voltei à sala e, ainda nua, deitei-me no pequeno sofá. Peguei, então, o agasalho e o joguei sobre meu corpo. Que gozo, pensei, ainda há o do automóvel! Será o próximo. Afinal, a fila precisa andar.
Dentro do carro ele olhava minhas pernas. Eu sorria, cruzara os braços, queria saber como acabaria aquela história. Custa cento e cinquenta, disse a ele. O quê? O vestidinho, completei solícita, comprei no shopping. Ele assentiu com a cabeça. Você terá uma surpresa, falou. Dirigiu ainda durante uns vinte minutos. Na Riviera subiu um ladeira, dobrou a direita e parou em frente a uma casa de dois andares. Pode saltar, apontou o portão, toque lá, alguém virá atender, não tenha medo, tudo será excitante. Desci, sem demonstrar a mínima vergonha. Caminhei ao portão e toquei a campainha. Enquanto isso, ele deu a partida e desapareceu após alguns segundos. Eu conhecia de vista o homem que veio abrir a porta. Olhou-me com alegria, beijou-me e pediu que entrasse. Não se mostrou surpreso por causa da minha nudez. Agi como estivesse vestida por inteiro. Entramos numa sala grande, com móveis, sofás e uma poltrona ao fundo. Ele apontou que eu sentasse. Desapareceu durante alguns instantes e voltou trazendo um envelope. Entregou-mo. Olhei o conteúdo e reparei várias notas de cinquenta. Coloquei-o ao lado e sorri para o homem. Ele aproximou-se e segurou um dos meus braços. Começamos então novo exercício sexual, cada vez mais intenso e envolvente. Tudo que fizera, na cama, com o primeiro namorado, repetiu-se sobre aqueles sofás e poltronas. Nunca gemi tanto, pelo menos é o que acho agora, no momento em que escrevo. No final, deixou-me sozinha e desapareceu dentro de um corredor que levava a outros cômodos. Como demorasse, sentei-me na poltrona principal, cruzei as pernas e tomei nas mãos um livro que repousava sobre a mesinha lateral. Era um romance. Li os primeiros parágrafos. Tratava-se de uma mulher nua, como eu, sentada numa grande sala. Interessei-me pelo começo da história. A mulher viu uma camisa masculina de magas compridas, tipo um agasalho, que estava sobre uma das cadeiras, caminhou até o local e vestiu-a. Depois disso dirigiu-se à porta, abriu-a e escapou. Olhei toda a sala e encontrei, assim como a personagem do romance, o mesmo agasalho. Fui a ele, vesti-o, também corri à porta de saída e logo andava a passos largos sobre a calçada. Não esqueci meu envelope, ia seguro pela minha mão direita.
Desci a Riviera, atravessei a via principal e logo cheguei à orla. A blusa não dava na pinta, parecia mesmo um vestidinho curto, de mangas compridas. Somente observado bem próximo é que se descobriria a verdade sobre a roupa que me cobria o corpo. Após caminhar dez minutos (o jeito seria ir a pé), um automóvel passou a acompanhar meus passos. Reparei um senhor, deveria ter em torno de sessenta anos, usava óculos. Você não aceita uma carona?, chegou a propor. De início, achei que já estava bom por aquele dia, o final de tarde apressava-se. Mas, como ele insistia, achei que poderia beneficiar-me da situação, não precisaria andar tanto. Parou o automóvel, abriu a porta para eu entrar. Agradeci ao sentar-me no banco do carona. Durante o percurso, foi econômico nas palavras, achei ótimo, mas reparei que apreciava minhas pernas, a blusa subira quando eu sentara e não adiantava ficar esticando a parte inferior. Ao parar diante da minha casa, olhou-me e percebi em seus olhos uma ponta de desejo. O que eu diria a ele, apenas obrigada? Corri e fui a abrir a porta. Permaneceu olhando-me, esperando que eu entrasse. Abri e dei mais um adeusinho. Acenou e pediu que eu aguardasse. Fique com meu número, esticou-me o braço pela janela do carro. Voltei até ele e peguei seu cartão. Também vou deixar o meu, disse a ele. Depois que se foi, tranquei a porta, tirei a blusa e a larguei sobre o canapé, sentei-me na poltrona e fechei os olhos. A lembrança do envelope com as notas de cinquenta trouxe-me de novo à realidade. Após contar e guardar o dinheiro dentro do armário, voltei à sala e, ainda nua, deitei-me no pequeno sofá. Peguei, então, o agasalho e o joguei sobre meu corpo. Que gozo, pensei, ainda há o do automóvel! Será o próximo. Afinal, a fila precisa andar.
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