Outro dia encontrei uma amiga dos velhos tempos. Disse estar
soltinha, como eu. A comparação foi dela. Achei engraçada a palavra – soltinha.
Será que consegue voar? Deve se sentir leve, aberta, e põe aberta nisso. Já
arranjei dois namorados este ano, falou com ar de segredo. Uma vez, na Costa
Azul, um namorado lhe desamarrou os lacinhos do biquíni. Ela, soltinha, derretendo-se
de tesão. Ótimo, retruquei, assim é que se deve ser. Soltinha. Ela foi-se, uma canarinha
a planar sobre cabeças masculinas.
Janete, mais uma mulher, veio ter comigo. Foi logo dizendo encontrei com aquele teu ex, que mora na Serra, ainda gosta de você. Sim, o homem gosta de mim, mas não larga aquela Serra por nada desse mundo. Eu gosto de passear aqui na cidade. Não lhe disse que o tal, além de não me acompanhar nos meus passeios, era impotente. Sobre essas coisas, a gente fica quieta.
Mas a fogosa, qualidade que as amigas me dão, não é porque
tive um namorado que negava a ereção. Elas já me viram na praia, biquininho,
bumbum de fora, toda serelepe. O problema delas é que escolhem muito. Não saio
com qualquer homem, mas gosto de dar chance a todos.
Certa vez veio um de cabelos brancos, achei que seria idoso,
também impotente. Ficou a conversar comigo, na praia. Voltou
várias vezes, dias seguidos, à mesma hora. Marcamos de sair, uma noite de
quinta-feira. Na hora de trepar, surpresa. Ele tinha um peru bem duro, que não vacilava.
Adorei o namoro. Não disse pra ninguém, queria aquele pênis por mais tempo. Caso
comentasse, logo aparecia uma para tirar proveito. Além de demorar na foda, o
homem me lambuzava toda. Nem gosto de escrever desse modo, mas quanto a ele não
encontro outras palavras. Passaram-se alguns meses, ele foi embora, trabalhava numa
empresa de petróleo e precisavam dele em outro lugar. Foi jorrar em outra
região. Ele e o petróleo.
Não demorou, apareceu outro, e mais outro. Por isso, nada de
tristeza, vou logo dizendo não posso ter compromisso, também não me venha com
perguntas. Saímos, tenho mesmo uma agenda. Se quisesse, poderia ganhar dinheiro,
mas trepo por prazer. Às vezes um ou outro me chama pra jantar, pra passear em
outra cidade, me dão um presentes. Não faço desfeita, aceito.
Lourdes, uma moradora do Aeroporto, tem as carnes ultrapassando o biquíni minúsculo que ela usa em Cavaleiros. Está sempre cheia de óleo, a pele
brilhando, sorrindo para os homens, convidando-os em pensamento,
e mesmo tocando neles quando começam a conversar. Qualquer coisa que dizem, cai
na gargalhada. Ela revela que consegue muitos namorados, mas só conto pra você,
viu, porque sei que não vai sair falando por aí. Lourdes tem as coxas grossas,
os lacinhos do biquíni convidando, bumbum extravagante. Não espalha, por favor,
acrescenta, quando trepo sei dar uma mordidinha gostosa, enfeitiço os homens.
Outro dia apareceu um que diz conhecer o Jorge, um namorico meu, ela me falava,
notei que o homem estava caidinho, não sei por quê, mas seu olhos revelavam. O
que você fez?, eu, curiosa. O que eu poderia ter feito? Imagine. Ela sorriu,
prendeu os cabelos, beijou-me. Tenho um compromisso pra mais tarde, completou e
se foi. O tal sorrisinho. Seu ônibus
vinha contornando a pracinha. Outra fogosa. E também soltinha.
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