Vocês sabem, a Margarida deixa a gente escrever aqui, é super legal, por isso vou contar uma história divertida e diferente das que vocês costumam ler.
Para uma mulher, as coisas já não são fáceis, imaginem em
relação a mim, que pareço mulher mas não sou. Quem me observa a princípio
engana-se, mas pouco a pouco acaba descobrindo a verdade. Para quem gosta de
travestis, sou um prato cheio. Minha voz é de mulher, e sou discreta,
o que tranquiliza muito os homens.
Aliás, quase tudo em mim é de mulher, menos o pênis. Amigos
e amigas perguntam por que não me submeto à cirurgia. Não quero. Gosto de
ser do jeito que vim ao mundo. Não por uma questão de natureza, mas porque
sinto prazer assim.
Quando arranjo namorado, ele pensa que sou como todas as
outras, que gosto de trepar por trás. Mas não é o meu desejo. Me visto de
mulher, tenho todo o jeito de mulher, gosto de namorar homens muito masculinos, mas no momento do sexo sou diferente. Mesmo trepando com homens, beijando-os,
acariciando-os, peço para segurarem meu pênis. Sinto prazer imenso quando
atendem. Há um modo de tocá-lo e de acariciá-lo que me dá muito prazer, preciso
mesmo me segurar para não gozar no primeiro momento. Geralmente, os namorados
dizem: "os travecos gostam de trepar com o cu, você quer ser diferente, por que
não namora mulher?" Tenho então de explicar mais uma vez. Gosto de homens, não
de mulheres, o local por onde gozo é outra história. Por isso, na maioria das
vezes, estou sozinha.
Arranjar um homem que respeite meu jeito de ser é complicado.
Caso queira, posso fazer sexo anal com ele, mas sou eu que vou enfiar o pinto
no seu cu. A maior parte não quer assim. Há um nome para pessoas de preferência sexual como eu, mas
não gosto das classificações, elas são elaboradas pela
medicina.
"Existem muitas maneiras de namorar, e proporcionam imenso prazer", tento explicar para o recente namorado.
Vamos ver se este vai querer ficar comigo depois da tal conversa.
“Mas você nunca trepou por trás?”, quer ele saber, pensa que sou virgem, talvez, quem sabe, será o primeiro a experimentar, que prazer...
“Já, claro, já trepei por trás e ainda trepo, mas não tenho
gosto, o que me dá prazer mesmo é quando o namorado acaricia o meu pinto, tanto
melhor por baixo.”
Um candidato ao namoro disse-me que os travestis não gostam que
encostem no peru deles, porque a ereção, quando acontece, produz hormônios masculinos e isso lhes
causa problemas. Quanto a mim, tal ação não me afeta. Quando estou nos
braços dos homens, tenho ereção, o que não acontece quando me vejo entre as
mulheres, mesmo que estejam nuas à minha frente.
Às vezes, para arranjar namorado que aceitem meu jeito de
ser, crio algumas fantasias. Os homens adoram fantasias. Sabem a história do travesti de minissaia ou vestido curto mas sem calcinha? Viajo na maionese contando casos no
ouvido deles. Com a voz um tantinho trêmula, descrevo minhas aventuras pela
cidade. Querem saber como faço para meu pinto não escapar pela barra da
minissaia. “Ah, é segredo, um produto ajuda a segurar, mas às vezes vai soltinho...” Ficam
loucos, loucos de tesão.
Tive um namorado que me pediu para sair apena de camisa,
dessas que descem até as coxas. Claro que aceitei. Vesti a tal roupa e
coloquei um cinto estreito; a bolsa vermelha a tiracolo e o sapato combinando,
um show. “Viu, não é só do jeito que você quer trepar que conta”, falei
baixinho.
Quando fui com ele à praia, perguntou:
"Como você faz para usar um biquíni tão pequeno?"
"Ah, não posso contar, segredinho."
Dentro d'água, tentou desfazer os meus
lacinhos!
Assim, vou levando os relacionamentos. Mas é preciso cuidado. Não é bom sair com qualquer um, tanto mais de primeira, precisa-se conversar bastante. Muitos homens ainda vivem à moda antiga, querem tudo ao modo deles!
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