Namorados inquietos há por toda parte, sobretudo aqueles que nos provocam com fantasias avançadas. O namoradinho que me assediava queria-me, porém, só de vestidinho. Tantas vezes passeei coberta apenas por tecido fino no verão, tecido mais consistente no inverno. Calcinha e sutiã, poupados, guardadinhos no meu armário. Depois de algumas saídas, percebi, não me era apenas o vestido que ele desejava, mas trepar comigo onde lhe desse vontade. Dentro de um automóvel, nas areias da praia, à margem da lagoa, numa rua escura ao lado de um quiosque onde, durante o dia, se vendem jornais, salão de festas de um prédio sem vigia. Ações também que não tinham tanta criatividade, devido às muitas experiências de quem adora aventuras. Descobri, a seguir, que ele queria um passo além, queria avançar no seu desejo. Hoje, trepa-se muito, por toda parte, mas se usa camisinha. Uma amiga repete e repete: trepar de camisinha não suja, é ótimo, a gente pode, depois, continuar o dia de modo normal, como se nada tivesse acontecido. Verdade, há homens que depois da transa, concluímos que nada aconteceu, e não foi por causa da camisinha! Meu namoradinho, no entanto, não queria o preservativo. Ou melhor, pedia que começássemos sem ele e que o colocássemos depois de algum tempo. Quero sentir melhor você, dizia. Eu também gosto de sentir o namoradinho, quero dizer, seu pênis a me penetrar. Nada melhor do que isso. O problema é que quando se sente, não se quer mais deixar de sentir. Nós, mulheres, acabamos num intenso ardor, quando menos esperamos sentimos o jato quente de porra a nos invadir. Depois, as consequências. O risco principal são as doenças transmissíveis pela relação sexual, um pleonasmo. Ele, satisfeito, trouxe seu exame recente. Nenhum vírus, nenhuma possibilidade de me contaminar. Gravidez, o segundo problema? Não, não corro o risco. Mas como vou trepar com você limpinho da silva, despejando esse sêmen todo, eu só de vestidinho? Vou ter de ficar agachada em algum canto depois do seu gozo, mesmo assim não terei certeza se há um restinho que vai gostar das minhas coxas, percorrê-las sorrateiro e sem dó. Após insistir, de apresentar suas razões, acabei aceitando tal prova. A verdade é que eu estava doidinha para trepar. Saímos no seu carro, fomos a um quiosque na Barra da Tijuca. Vejam se ainda há essa moda, quiosques, as pessoas não se arriscam tanto. Eu, de pé, encostada numa trave de vôlei de praia, a barra do vestidinho levantada e o namoradinho cumprindo seu papel. Você vai sentir, pele a pele, ele dizia, vai gozar com o risco, noventa por cento de sentir minha explosão de porra dentro de você. Percebi quando se avizinhou ao gozo, vesti-lhe a camisinha. Esteja à vontade, eu replicava.
Preciso de um parágrafo. Faz dez anos tive um namorado
lindo. Era o máximo na trepada. Quando chegava à minha casa, abraçava-me,
encostava-me numa das paredes. Eu não demorava a perder bermuda e calcinha. Ele
me colocava de tal modo que eu ficava equilibrada apenas pelo seu pênis, meus
pés longe do chão. Como eu gozava! Era sincero o homem, dizia que só conseguia
ejacular deitado sobre mim, posição papai mamãe; naquele momento, a camisinha.
Certa vez, próximo da tal parede, a me equilibrar, ele me fez girar, uma hélice
em eixo oleoso. Quem gozou em quem?
Voltemos. O namoradinho me levou para Rio das Ostras. De
início, não gostei do lugar, achei que faltava requinte. Houve, porém, um dia, numa
praia comprida chamada de Costa Azul. Ele me deixou totalmente nua. Nosso corpo
a corpo sem camisinha, um exercício e tanto, que beleza. Ah, vou gozar, amor,
ele dizia, vou despejar tudo dentro de você, vai ficar cheinha, transbordando.
Eu fingia acreditar. Caso eu goze, continuou, arranjo um paninho para limpar sua
bocetinha. E continuava. Ele, no final, respeitou. Não gozou dentro, não. Ventava
e ventava na noite sem lua, ele lutava com a camisinha. Quando gozou, eu já ia
pelo terceiro orgasmo. Na tal madrugada, porém, quem gozou mesmo não foi o namoradinho,
mas o vento, sapeca que só, levou meu vestidinho!
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