“A nudez é coisa para os jovens!”
Como ele gosta de me ver nua! Gosta mais de me deixar nua. É bom fazer amor depois das fantasias que ele inventa.
Eu e meu namorado descobrimos algo inusitado: das duas às cinco da madrugada são as horas mais seguras. Eu posso sair nua no carro, ao seu lado; não há ninguém para nos molestar. Apenas as sombras e o braço dele a me envolver, o tecido de sua blusa a roçar meu corpo. Na primeira vez, ainda trêmula, temendo algum imprevisto, levei uma canga; na segunda, deixei-a na garagem; na terceira, saí nua. Tranquei a porta de casa e pendurei o cordão com as chaves, no pescoço. Senti um friozinho na barriga, mas depois me tornei a mulher mais corajosa do mundo. Ele morria de tesão ao me ver naquele estado. Com o correr das semanas e dos meses, já não vivíamos sem aqueles momentos. Uma relação convencional, sobre a cama, eu envolta em lençóis, só se antes tivéssemos praticado nossa fantasia. Às vezes trepávamos na rua mesmo. Dentro do carro ou fora; eu, encostada numa árvore.
Nunca disse nada a ninguém. Acho que não acreditariam. Caso algum amigo tocasse em assunto mais ousado, dava a sugestão: “pergunte a sua namorada se ela não gostaria de sair nua, de madrugada?” Tenho certeza de que quase todas as mulheres vão se apressar em dizer não. Depois, no entanto, sentirão a pulga atrás da orelha. A pergunta vai martelar durante alguns dias, vai transformar-se num desafio. Enfim, ela mesma vai tocar no assunto. Caso tenha sido verdadeira a proposta do namorado, acabará aceitando. Primeiro timidamente, a seguir tomará coragem e será difícil detê-la. O romance passará a ter nova face; a mulher sentirá a paixão maior e estará sempre pensando nele; ele, nela.
Se me perguntam se já pratiquei minha própria sugestão, respondo com outra pergunta: “o que você acha?”, e não digo mais.
Um dia desses fomos um pouco além. Quando voltávamos, pedi para dirigir. Nua. Como foi bom! Ao parar defronte da garagem, quis que fizesse amor comigo ali mesmo, que subisse sobre meu corpo no próprio banco do motorista. Tento ser discreta, não posso, porém, negar: como senti prazer... Quando acabamos, saí do carro e fui abrir o portão da garagem.
Caso vamos a alguma festa, jantar, ou caso tenhamos assistido a algum espetáculo e ainda estamos na rua durante a madrugada, tenho uma sacola para guardar as roupas que sei que vou tirar. Coloco-as na mala do automóvel. Não quero pano algum junto a mim. Meu bumbum se esparrama no assento do carona, relaxo o corpo e deixo que as mãos de meu homem me percorram o corpo. Não há nada melhor.
Ia esquecendo: ainda há as fotos. Cada uma mais linda do que a outra. Eu sempre nua, poses sutis, de arrepiar. Ah, como são boas essas máquinas digitais!
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