quarta-feira, agosto 03, 2011

Esses homens adoram...

As garotas me admiram muito. Dizem: “puxa, você tem um corpinho, e é bem mais velha do que nós!” Sorrio e lhes afirmo que não acumulem preocupações, assim sempre serão lindas, como são aos 17 ou 18 anos. Mais uma coisa, também muito importante, que saibam amar. Muitas pessoas pensam que amar é sinônimo de sofrer. Ledo engano. Amar significa gostar muito de tudo que existe. Deve-se levar a vida com muita alegria. Se você é alegre, não haverá quem não queira se aproximar. Na verdade, as apessoas vão se sentir atraídas por você como as atrai os raios do sol numa manhã fria de inverno.

Faz algumas horas que saímos para uma festa, dois casais. Não preciso dizer o tanto que sou mais velha do que todos eles, incluindo o meu namoradinho. Amor e simpatia prescindem da matemática.

Dançamos toda a noite. Madrugada alta, paramos na orla. Corri com ele até a beira d’água enquanto o outro casal se beijava próximo à calçada. Tirei toda a roupa. Na verdade um vestidinho que não me cobria muito. Ele já está acostumado ao meu jeito, mas os outros dois coraram ao me ver pelada.

“Calma, pessoal, não se vexem tanto, quem está nua sou eu.”

Quando conheci o meu namorado, a primeira coisa que falou foi:

“Que beleza o seu corpo, parece uma gata de 20 anos, e esse seu biquíni poucas garotas teriam coragem de usar”, me segredou depois de alguns beijinhos.

Disse a ele que, juntos, iríamos nos divertir muito. E não deu outra. Ensinei alguns dos meus artifícios. Ele adorou. Além do biquíni mínimo e de permitir que me deixasse nua dentro d’água, insinuei que adoro sair só de camisa, de preferência uma camisa dele.

Numa noite trouxe uma dessas de mangas compridas, uma espécie de camisa social.

“Você vai apenas de camisa?”, fingiu (acho) surpreender-se.

Dei-lhe um beijo no rosto.

Descemos à garagem e saímos no seu carro. Passeamos pela zona sul. Pedi que estacionasse e que caminhássemos no calçadão.

“Mas você está descalça”, falou.

“Não faz mal, não se vem à praia de sapatos.”

Tomamos água de coco num dos quiosques do Leblon.

“As pessoas estão olhando muito para você”, reparou já tarde.

“Deve ser porque formamos um casal perfeito”, falei com os lábios prontos a lhe capturar a boca.

“Pode ser que estejam investigando se você usa calcinha.”

“É mesmo, você acertou! E quer saber mais? Esqueci.”

“O quê?”

“A calcinha, ora", e taquei-lhe mais um beijo.

Voltando à madrugada à beira-mar, com o casal amigo.

“Você não disse que gostou do meu vestido?”, perguntei à moça, “pode ficar com ele por hoje.”

“Mas não posso chegar em casa sem o meu, o que vou dizer?”, seu rosto espelhou preocupação.

“Diga que trocou com uma amiga. Aliás, nem precisa trocar, vista o meu e leve o seu também. Uma amiga emprestou, fale à sua mãe caso ela queira saber.”

“Mas e você?”

“Eu? Sempre gostei de andar nua. E ele adora”, apontei ao meu namoradinho e o beijei na boca.

“A senhora é... Oh, senhora, não, você”, desculpou-se a mocinha, é meu modelo de vida. Já que vai nua, vou também”, tirou toda a roupa e veio me abraçar. Depois voltou ao rapaz, que estava eufórico.

Agora estamos as duas sentadas num pedaço deserto da praia, cada uma fumando o seu cigarro. Aguardamos o sol nascer. Os rapazes? Foram guardar nossas roupas no carro e aproveitaram para ir comprar cerveja. Esses homens adoram uma bebida.

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