terça-feira, dezembro 13, 2011

O que você está fazendo nua aí fora?

Sempre adoro viajar para a cidade do meu namorado, o Rio. Lá, mesmo ficando em casa com ele, já me sinto super satisfeita.

“Nunca vi uma mulher tão feliz”, são suas palavras sempre quando chego.

Estou pronta para viajar mais uma vez, aproveitar as férias, morro de ansiedade, tenho certeza de que serão mais umas férias inesquecíveis.

Embora meu namorado me ame cada vez mais por causa dessa minha mania de andar nua, um fato provocado por mim na última vez em que estive lá quase pôs tudo a perder. Numa cidade grande é preciso ter mais cuidado.

“Carla, você é tudo”, sempre diz.

O fato foi o seguinte: resolvi ir nua às duas da madrugada no lado de fora do apartamento sem que ele soubesse. Queria-lhe fazer uma surpresa. Saí e fiquei alguns segundos no corredor do próprio andar. Estava tão escuro que achei que não aconteceria nada de mais. A luz do corredor, no entanto, acendeu. Ficou tudo tão claro! Corri de volta para a porta dele. Mas descobri que ela não abria. Ouvi o girar da chave numa porta próxima, escapuli escada acima, mas ali a luz também acendeu. Encostei numa das paredes e esperei que se apagasse de novo. Como demorou... Ouvi passos, que soaram no andar onde eu estivera momentos antes, dirigiram-se à porta do elevador, chamaram-no e se foram. Ao voltar, porém, percebi que um casal de adolescente ficara e se agarrava quase em frente à nossa porta. Não deram por mim. Ai, agora essa, esses adolescentes são capazes de namorar até de manhã. Voltei na ponta dos pés, que também estavam nus, ao andar de cima.

Lembrei então um caso que tivera na minha cidade, com um homem mais velho. As pessoas o achavam meio tarado. Mas não tive medo, saí algumas vezes com ele para jantar e depois fui à sua casa. Lá aconteceu algo semelhante. Ele, numa madrugada, pediu: “você vai nua lá fora? Morro de tesão com uma mulher chegando nua na minha casa.”

Eu, prontamente, respondi: “só vou se você for também,”

Ele: “um homem nu é a coisa mais feia do mundo.”

“Só se for pra você”, contra-argumentei, “adoro homens nus.”

Chegamos a um acordo. Íamos os dois, mas bem pertinho da porta. A rua dele tinha outras casas, todas estavam escuras e silenciosas. Acredita que namoramos um longo tempo na calçada, eu e ele peladinhos? No momento de entrar, porém, virou-se para mim, me deu mais um beijo, depois encostou a palma de suas mãos nas minhas e me empurrou de leve para fora do alcance da porta. A seguir fechou-a e se foi. Pensei: bem que falam que esse homem é tarado, vou ficar a vida toda pelada aqui fora. Toquei apressada a campainha. O som rompeu o silêncio das duas da manhã ao fazer um ruído intenso. Ele voltou rápido e abriu a porta.

“Psiu, não era para tocar, assim você acorda a vizinhança.”

Fiz fisionomia de quem não havia gostado da brincadeira. Achei que meu corpo nu, depois de tudo aquilo, não tinha mais magia alguma. Mas ele me desarmou:

“O que você sentiu peladinha lá fora?”

Respondi de pronto: “pensei que você não fosse abrir.”

“Mas que você gostou, gostou, não?”

Então falei: “gostei”, e acabei sorrindo: “adoro ficar nua.”

Ele me tomou no colo e me levou para cama, acho que nunca trepei com tamanha excitação.


Mas os dois adolescentes continuavam lá. E não se desgrudavam. Veio-me mais uma vez o pensamento de que ia ficar pelada ali pelo resto da noite. De repente, ouvi a chave de nossa fechadura girar. Seria meu namorado procurando por mim? Ouvi em seguida passos que se afastavam. Eram os adolescentes correndo dali. Ainda bem que se foram descendo a escada.

Corri para a porta e esperei que meu namorado viesse abri-la. Mas ele não a abriu. Na verdade experimentara a chave, verificara se a porta estava bem trancada. Resolvi então bater. Primeiro de leve, mas ele não escutou. Depois, toquei a campainha. Outro barulho imenso. Enfim, veio abrir.

“O que você está fazendo nua aí fora?”, perguntou surpreso.

Respondi:

“Adivinha”, fiz uma cara de extrema sedução, aprumei os seios, coloquei as mãos às costas e esperei que me beijasse.

Beijou-me na boca. Já dentro do apartamento, saltei no seu pescoço. Levou-me nua, no colo. Sussurrou no meu ouvido:

“Você é completamente louca.”

Fomos para cama. Outra transa inesquecível.

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