quinta-feira, setembro 27, 2012

Suada e doída

O ser humano vive sempre em busca do prazer, e o corpo é o local onde esse prazer realiza-se de modo mais intenso. Há pessoas que o obtêm através de processos positivos, como o contato táctil conhecido como carícia. Neste caso, embora haja o aumento da temperatura e a aceleração da pulsação, tal desequilíbrio no funcionamento do organismo é recebido como um tipo de bem estar. Mas há aqueles que não se satisfazem com o mesmo processo, pois necessitam de desiquilíbrio maior, ou mesmo do rompimento ainda que temporário da estabilidade do funcionamento do organismo, o que produzirá o processo conhecido como dor. Tal subversão é conhecida nos meios psicanalíticos como sadomasoquismo.

Sou adepta do amor e da carícia. Mas outro dia me telefonaram dois homens. Queriam trepar comigo ao mesmo tempo. No início fiquei temerosa, mas como a proposta me era vantajosa aceitei.

Embora sempre tenham ímpetos de violência, quando se relacionam com as mulheres os homens, de modo geral, trepam de modo civilizado. Mas isso não acontece ao se aproximarem das travestis. Pode ser a mais bonita, que mesmo assim desejam logo praticar algum tipo de perversão.

Ao entrar no apartamento combinado, repararam o meu vestido curtinho, minhas pernas compridas e grossas de fora. Pediram que eu não me mexesse. Obedeci. Transformei-me numa estátua. A primeira ação de um deles foi arrancar minha calcinha. Queria se certificar se o meu pênis escaparia pela barra do vestido. Para a alegria deles, escapou. Na maioria das vezes, os homens querem trepar com travestis para fazer sexo oral. A modelo põe a sua masculinidade à mostra e eles mergulham de cabeça. Um deles imediatamente quis me abocanhar. Mas o outro o advertiu: “espera, quero que ela desfile para nós.” Afastou-se e apontou para eu caminhar pela sala. Ainda o vestido curtinho, os saltos bem altos, a bolsa ao ombro e o pênis... de fora. Depois, este entregou minha calcinha para o amigo: “guarda pra você, é uma lembrança.”

Não demoraram a me despir.

“Por favor”, falei com delicadeza, "não posso voltar nua pra casa, não estraguem minha roupa.”

Apenas riram.

Será que preciso descrever o que aconteceu durante todo o tempo em que estivemos juntos? Acho que não, vocês são capazes de imaginar. Mas, no final, quiseram algo inesperado. Que eu me deitasse sozinha na cama e me masturbasse até gozar.

“Vamos ver se ela consegue. Travestis não gozam quando mexem no peru. Já obriguei uma à meia-hora de punheta e não saiu uma gota.”

Pus-me em movimento. E eles torcendo por mim.

Durante bons quinze minutos friccionei o meu pênis com toda a intensidade. Um estorvo.

O mais alto, então, tirou um pequeno chicote da bolsa.

“Não, por favor, assim você vai me marcar”, gelei.

“Vira de lado, vamos, vira. Você vai gozar rapidinho.”

Voltei a bunda para ele. Aplicou-me a primeira lambada.

“Ui”, gemi, “devagar, por favor, bate sem marcar”, acabei por me revelar.

Bateu uma, duas, três, quatro vezes.

A cada chicotada eu tremia num espasmo involuntário.

“Vamos, sua puta, goza, goza rápido.”

Intensifiquei as fricções e comecei a gritar.

“Me bate, vai, mais, mais, não pára, pode me marcar, marca bem, na bunda, estala o chicote”, passei a comandar o espetáculo. “Vai, mais, mais, mais...” E o homem em ação.

Depois de alguns minutos, aconteceu. Meu sêmen enfim jorrou. Nunca ejaculei tanto.

No final, o que estava de espectador disse: “Alcides, olha como ficou o lençol. Isso não tava previsto.”

Suada e doída, não escondi o riso.

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