domingo, março 10, 2013

Estou morta de tesão!

Outro dia fui ao shopping com um homem que conheci faz pouco tempo. Tão bonito ele. Passeamos, tomamos café e percorremos várias lojas de roupas de mulher.

“Quero comprar alguma coisa”, sorri, um sorriso que foi quase um beijo.

Ele devolveu-me o beijo. Entramos numa loja famosíssima. Cada peça cara! Quem sabe faria uma surpresa à mulher bela que ia ao seu lado?

Experimentei saias, vestidos e uma calça comprida. Comprei tudo o que provei. As roupas acompanharam tão bem as curvas do meu corpo, uma beleza. O preço? Não preciso falar, digo apenas que, para o amor, nada é tão caro. Meu amigo estendeu a mão no momento em que fomos ao caixa.

“Deixe por minha conta, um presentinho”, agora suas as palavras, e mais do que um beijo.

Sorri, abracei-o e retribuí-lhe o beijo.

Adiante, mais uma loja. Dessa vez, de blusas. Aventurei-me já de braços dados, um casal de namorados; ou melhor, de noivos; ou, talvez, de recém-casados.

Cada blusa linda! Várias as cores, vários os modelos: curtas, barriguinha de fora; compridas, mangas três-quartos; frente única; decotada; e houve até um top, quase um sutiã. Adivinhem. Difícil? Claro que não. Comprei todas, inclusive o top.

Andamos ainda pelos corredores do shopping. Paramos num pequeno quiosque para comer bolo de laranja. Que bom gosto tem esse meu recente amigo! Gosta de bolos. O mesmo gosto que eu. Ouvimos várias canções, brasileiras e americana, canções que nos fazem flutuar pelo ambiente. Antes de chegarmos ao estacionamento, acho que já me tornara sua mulher. Então, ele me falou.

“Quero-lhe fazer mais uma surpresa.”

Tirou a carteira do bolso, pegou duas notas de cem, dobrou e as colocou no bolso traseiro de minha calça jeans.

“Que é isso?”, achei engraçada a brincadeira.

“Algo mais que estou comprando pra você, mas não digo agora.”

“Adoro mistério”, falei e me dependurei no seu pescoço. Taquei-lhe um beijo na boca.

Saímos ainda a passear pela cidade. Já anoitecera.

“Vamos à minha casa?”, convidou-me. “Tomemos uma taça de vinho.”

“Adoro vinho”, sorri. Um sorriso que foi outro beijo.

Resumo a história.

Que casa linda a do meu namorado. Logo ao entrar, despenquei num estofado maravilhoso. Uma sala de móveis imponentes. E lá veio ele com o vinho e alguns minis sanduíches.

Abraçou-me, e foram muitos os beijos. Depois sussurrou juntinho ao meu ouvido:

“Vou deixar você peladinha.”

“Vai?”, continuei agarrada a ele.

“Peladinha, peladinha.”

“Que bom!”, palavras de uma mulher eufórica.

“Hoje você é toda minha.”

“Sou toda sua”, repeti.

“E aquela surpresa, lembra? As notas de cem.”

“Sei, o que tem elas?”

“É pra você. Mas significa que comprei também essa roupinha que você traz sobre o corpo, ok?”

“Ok”, eu disse, mais um beijo na boca, mais um beijo estalado nos seus lábios.

“Mas vai deixá-la aqui em casa. Uma simpatia, sabe? Quero que você volte outras vezes. Está bom assim?”

“Está ótimo”, arfei. “Deixo a roupa, deixo o que você quiser. Só te peço uma coisa.”

“Peça, estou aqui para lhe satisfazer”, sorrisos e brilhos no rosto dele.

“Me come, vai. Me come. Estou morta de tesão!”

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