Usar esses vestidinhos colados ao corpo, curtinhos, é um problema ou, quem sabe, a solução, depende do que cada uma de nós deseja. Sou alta, 1,80, magra, a perna um tantinho grossa. Quando uso um deles é uma atração à parte. É melhor à noite, entra-se no automóvel e salta-se no local da festa, ou na porta do restaurante combinado. Tenho um namorado que me adora de pernas de fora, e o vestidinho ajuda.
Outro dia fomos a uma festa no Jóquei Club. Não preciso dizer que minha presença causou quase um escândalo. Escândalo no sentido positivo. Não houve homem que não olhasse pra mim. Mesmo aqueles que estavam acompanhados das mulheres mais lindas. Quando fui ao toalete, muitas me olharam com inveja. Sempre há uma engraçadinha, não é mesmo? E ela pediu se podia vestir meu vestido por alguns instantes, queria ver se ficava bom nela. Não posso voltar nua, eu disse assustada. É só um pouquinho, e juro que não saio do banheiro, deixo saia e blusa com você. Tudo bem, falei, como somos todas conhecidas... Tirei o vestidinho e permiti que ela o experimentasse. Foi presente do namorado, sabe, falei, na verdade eu devia perguntar a ele se posso deixar outra mulher vesti-lo. Ah, ele ia adorar, duas mulheres nuas pra ele, e com o mesmo vestidinho, disse a engraçadinha desfilando e dando várias voltinhas. Saí do toalete e me misturei aos outros convidados, encontrei o namorado. Ainda bem que não mais a vi, nem voltei ao toalete.
O que serve de fetiche aos homens quando estou com esse tipo de roupa é que eles desejam saber se uso calcinha. Sabe que já até saí sem calcinha, mas é melhor vir completa, de calcinha e top. Mas eles sonham que o vestido vai subir e eles vão ver minha xereca. Não gosto do nome, não é nada literário, mas não encontro outro. Continuando no fetiche, há também aqueles que desejam subir as mãos por baixo do tecido e tocar minhas coxas até atingir o meio das pernas. Tenho amigas que querem ficar logo peladas, são ousadas, dizem que estão molhadinhas de tesão. Mas acho que é da boca pra fora. A mulher pra ficar excitada precisa de algum estímulo, não basta estar nua. Há ainda aquelas que ficam anos sem namorado, sem transar, a velha história de que o sexo da mulher é para dentro, por isso conseguem se segurar.
Há algumas coisas que me excitam, não sei explicar por quê. Uma delas é namorar dentro do carro. Não em qualquer lugar, mas em lugares especiais, onde existem árvores, silêncio e um céu cheio de estrelas. Há um lugar assim na Cosa Verde, onde predomina a mata de um lado e o mar de outro, é bom parar o carro numa das estradinhas laterais, deixá-lo estacionado em meio às árvores e namorar. É possível fazer sexo dentro do carro; se a temperatura estiver alta, pode-se mesmo fazer fora. Foi dentro de um carro que tirei o vestidinho pela primeira vez num lugar público. Estendi-o no banco de trás e deixei o namorado vir com todo ardor. Num outro dia, fizemos uma brincadeira. Saí correndo do automóvel, nua, e ele tinha de me pegar. Como estava escuro, me escondi. Foi um ótimo meio de nos excitarmos. Quando me encontrou, não aguentamos, trepamos encostados num tronco de árvore. O local estava como gosto, silencioso, o cheiro de mato, o céu cheio de estrelas, e lá longe, na pista, viam-se os faróis dos veículos.
Gosto de ter muitos namorados, não todos ao mesmo tempo, mas é bom experimentar os mais diversos tipos de homem. É importante também fazer papel de mulher séria, nada de piranhice. Os homens ficam caidinhos pelo meu encanto, pelo meu jeito angelical, pelas minhas pernas longas e nuas. Houve um que me pediu que eu fosse no banco do carona sem o vestidinho, ainda que por alguns minutos. Como ele era muito atraente, simpático e de uma família rica, concordei. Acabei que não vesti mais a roupa. Ele parou à porta de minha casa e disse está escuro, você está só em casa, devolvo teu vestidinho amanhã, assim durmo com o teu cheirinho. Jura que devolve?, perguntei, gosto tanto dessa roupa, afirmei. Juro, respondeu solene. Ele esperou eu abrir a porta e entrar. Eu, apenas de sandália e com a bolsa a tiracolo dei um adeusinho. Ele voltou no dia seguinte. Trepamos que foi uma beleza. E o vestidinho voltou passado e muito cheiroso. A nós, mulheres, no momento do sexo sempre parece que falta alguma coisa, queremos mais um pouquinho. Os homens não são capazes de nos satisfazer. Mas esse namorado me completou. Ou, não sei, foi o que chegou quase lá!
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