Ele sempre me pedia para eu vir com o vestido curto,
coladinho ao corpo. Eu não podia sair lá da Baixada, onde moro, tomar o trem
vestida, ou melhor, nua daquele jeito, os homens querendo-me despir com seus
corpos, beliscando minhas coxas e outras coisas mais. Iam me chamar de piranha,
vadia, vagabunda. Eu estaria a serviço de quem pagasse mais. Por isso o
vestidinho veio na bolsa, e eu de macaquinho, as pernas de fora, mas comportadas.
À tarde, encontrei com o namorado. Fomos a um hotel. Bonito o lugar, pode-se
dizer requintado. Ele gosta de conversar, de me abraçar, beijar, de ficar
agarrado comigo, quase inocente. Olhei o cardápio e telefonei pedindo um
lanche. Continuamos nosso papo e nossos toques. O lanche não demorou. Comi com
gosto. Ele apenas ficou olhando para mim, me apreciando. Quando acabei, ainda
esperei um pouco, sorri, fui até a janela e olhei lá embaixo. Depois voltei e
disse que ia ao banheiro. Demorei uns dez minutos. Tomei um banho, escovei os
dentes e vesti o vestidinho. Abri a porta e disse:
“Surpresa.”
Ele ficou realmente excitado. O vestido curtinho, coladinho,
subia quando eu dava alguns passos. Ao chegar perto dele, não deixei que viesse
logo me agarrar, não queria que colocasse as mãos por baixo do pano. Pelo menos
naquele momento. Fiquei um pouquinho distante. Desfilei. Só depois fui chegando
a ele, me encostando. O namorado me pegou pela cintura, me levantou.
“Não vou tirar o teu vestido, não, mas a calcinha.”
Me colocou no chão, deslizou as mãos pelas minhas coxas e trouxe
a pequena peça enroladinha, puxou até os joelhos, depois desceu aos tornozelos,
ultrapassou o calcanhar e a calcinha nas mãos dele. Guardou em um dos bolsos.
Tal ação me provocou arrepios. Há homens que adoram nos deixar sem a calcinha
não apenas no momento do sexo, mas também gostam de guardá-la com eles. ‘Depois
compro outras pra você’, dizem. Já tive namorados assim.
Mas este não ia roubar minha calcinha. Ele adorava meter em
mim seu grande pênis. Primeiro pediu que eu o chupasse. Quando me dei por
satisfeita, levantei a cabeça, deitei, ele veio me penetrar. No meio do
caminho, falou:
“Vamos fazer coisa melhor.”
Sentou numa cadeira, pediu que eu me aproximasse, que
abrisse as pernas, o vestidinho sobre o corpo, e que descesse e subisse várias
vezes sobre o sexo dele. Eu é que devia regular os movimentos, o nível da
penetração.
Uau, que delícia.
Não posso nem pensar. Deixei mesmo que ele gozasse dentro de
mim. Estava tão gostoso que não tive coragem de tirar. Ele cuidou para que não
sujasse o vestidinho.
“Você passeia comigo com o vestidinho?”
“Como pego o trem depois?, vão me agarrar”, retruquei.
“Fazemos assim, passeamos, depois vai ao banheiro do Mc Donalds
e troca pelo macaquinho.”
Concordei. Fomos ao passeio. Era fácil perceber todos os
homens a me acompanhar com os olhos. Não é só no trem que há tarados.
Anoiteceu, tomamos um suco no café da Cultura.
“Então, vamos”, pedi.
“Ao Mc Donald, que não serve só hamburguês”, ele completou.
Ri. No banheiro, ao vestir o macaquinho foi que lembrei:
onde a calcinha?
Na saída, nada falei, sorri, beijei-o e parti.
Quando cheguei a casa, lembrei: a calcinha ficou no
bolso dele!
Ah, deixa pra lá. O importante e que tudo foi muito bom. E o
vestidinho pronto para entrar em ação de novo.
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