Eu queria enviar uma mensagem para ele, ou mesmo um ícone daqueles que há no whats app. Fiquei um tempo enorme pensando, demorei a decidir. Um dia antes, era segunda-feira, ele me telefonou, perguntou se eu estaria no consultório à tarde. Respondi que sim. Vou tentar aparecer lá, ele falou. Mas não foi o que aconteceu. Atendi uma, duas, três pessoas, e nada de ele tocar a campainha, pelo menos para me dar um beijo, como às vezes faz. Quando eu consultava um dos pacientes, o celular tocou. Porém não pude responder. Não ia interromper a consulta por causa de uma ligação para o celular. Só no final do dia pude olhar o número da ligação perdida. Era o dele, que pena. Voltei para casa. Ele não aparecera para me visitar nem ligou de novo.
Por isso eu queria mandar a mensagem, ou o ícone do whats app. Acabei encontrando um coração pulsante. Isso mesmo, um coração rubro, que pulsa à medida que o destinatário abre a mensagem e o observa, uma gracinha. Antes de enviar, lembrei-me mais uma vez do gesto dele ao me visitar. Dá-me dá um abraço apertado, segura-me por alguns segundos, eu agarradinha nele. Não posso dizer que não gosto. Certa vez esperava-me para descermos ao café, então o telefone tocou. Atendi. Não sei se era um paciente ou uma ligação comercial. O que recordo é que, enquanto eu respondia a ligação, ele deu meia volta e beijou a minha orelha, a orelha contrária à de onde eu colocara o gancho do telefone. Senti um arrepio incrível, confesso que até fiquei envergonhada. Como se diz por aí, perdi o rebolado: esqueci o que devia dizer à pessoa que me aguardava do outro lado da linha. Naqueles poucos segundos, lembrei-me de um acontecimento que me ocorrera quando era bastante jovem.
Estava com um namoradinho, acho que era sábado à noite, ele agiu da mesma forma. Um beijo molhadinho na minha orelha. O rapaz, então, surpreendeu-me num ligeiro tremor. Envergonhada, abracei-o. Ele entendeu meu abraço como um sinal de aceite. Como faria para dizer que tudo não passava de um mal entendido? Ainda para incentivar, eu vestia um tomara que caia curtinho. Dá para acreditar? Não consegui escapar de suas investidas. No final, eu ainda me sentia molhadinha, e não era só na orelha. Quis dizer que não gostei, fiz cara de furiosa, mas quem acha que consegui?
Volto ao consultório. Após o beijo, permaneceu juntinho a mim, abriu a boca e deu também a tal lambidinha, bem dentro da minha orelha. Parece que minha lembrança atraiu sua ação. Fiquei toda arrepiada, quase não aguentei. Ou melhor, não aguentei mesmo. Mas tive de disfarçar e dizer para com isso, estou no telefone.
Estava com um namoradinho, acho que era sábado à noite, ele agiu da mesma forma. Um beijo molhadinho na minha orelha. O rapaz, então, surpreendeu-me num ligeiro tremor. Envergonhada, abracei-o. Ele entendeu meu abraço como um sinal de aceite. Como faria para dizer que tudo não passava de um mal entendido? Ainda para incentivar, eu vestia um tomara que caia curtinho. Dá para acreditar? Não consegui escapar de suas investidas. No final, eu ainda me sentia molhadinha, e não era só na orelha. Quis dizer que não gostei, fiz cara de furiosa, mas quem acha que consegui?
Volto ao consultório. Após o beijo, permaneceu juntinho a mim, abriu a boca e deu também a tal lambidinha, bem dentro da minha orelha. Parece que minha lembrança atraiu sua ação. Fiquei toda arrepiada, quase não aguentei. Ou melhor, não aguentei mesmo. Mas tive de disfarçar e dizer para com isso, estou no telefone.
Na mensagem do whats app, não escrevi nada, apenas enviei o coração pulsante. Sei que ele vai entender. Meu coração pulsa por ele. Na próxima vez que me beijar, sei que me vou toda derreter.
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