quarta-feira, janeiro 31, 2018

São tantos os namorados

São tantos os namorados, afinal, a fila anda. Entrei num desses sites de relacionamento, não passou muito tempo já havia uma chuva de pretendentes. Escolhi os que mais me agradavam e passei os contatos para o Zap. Tenho de confessar que, apesar dos quarenta anos, caso eu permita os homens aparecerão aqui no dia seguinte, ou quem sabe ainda na mesma noite. Isso acontece por causa das fotos que envio. Fotos verdadeiras! Mas é bom um pouco de precaução. Depois de várias trocas de mensagens, analiso o que disseram, o que me enviaram e marco com um deles. O último morava em Friburgo.

Preferi ir a ele, num domingo. Enquanto subia a serra, pensei no dia bonito que estava pela frente. O ar fresco alegrava o rosto das pessoas. Percebi, dentro do ônibus, um rapaz que, vez ou outra, virava e me observava. Era bonito o rapaz. O veículo trafegava em meio à vegetação densa, a árvores grandes. Num dos trechos do percurso, reparei ao longe uma casa, bem depois de uma fileira de arbustos. Como seria bom estar nos braços de uma pessoa agradável naquele lugar. Gostaria que o homem, talvez aquele a quem eu estava indo, morasse num lugar como aquele. Não sei por que razão lembrei-me de uma amiga, Nara, muito preocupada quando vai encontrar alguém pela primeira vez. Mas faz a fila andar mais rápido do todas outras mulheres que conheço. Disse que já passou por duas situações perigosas. Não concordei com ela sobre o tal perigo. Situação perigosa para mim é quando a gente corre risco de morrer, ou de se ferir gravemente. Com ela não foi isso que aconteceu. O que a fez tremer tanto e a princípio dizer que não mais sairia com nenhum desconhecido foi o homem tê-la despido na praia. Ela usava um biquíni tão pequeno, que já estava nua antes de ele recolher a peça na palma da mão. A outra vez foi na Serra mesmo. Decidiu andar de carona numa dessas motos que saltam obstáculos, era noite e ela trajava um vestidinho. Desde que você aceitou ir nua, querida, eu disse a ela, não podia reclamar. Ficou furiosa porque o rapaz pediu que ela saltasse um pouco, ele iria buscar umas cervejas. Nara disse que não entendeu direito o que ele lhe dissera. Quando reparou, o rapaz deu a partida deixando-a à beira da estrada. Ela ficou uma fera. Ainda bem que não saiu do lugar. Depois de quinze minutos, ele voltou. Os dois beberam juntos. Acho que o perigo fez que ela gozasse melhor. Agora, onde o vestidinho?

Quando já estava próxima a estação de ônibus, em Friburgo, o rapaz que me olhou a viagem inteira veio me entregar um papel pequenino, havia o seu nome e o número do telefone.

Saltei na Rodoviária. Meu pretendente estava à espera. Como já me conhecia de fotografia, veio me beijar. Olhou o meu vestido florido e pareceu pleno de admiração. Após o beijo, beliscou-me a cintura. Arrepiei-me. Já queria ficar nua ali mesmo. Calma, Graça, disse a mim mesma, você tem mais tesão do que muitos homens, mas recolha o fogo ao menos até o destino aonde ele vai te levar.

Caminhamos duas ruas e dobramos uma pequena estrada de terra. A seguir, à esquerda, ele abriu uma porteira, como essas de fazenda, e me convidou a entrar. Na verdade, morava num sítio, acho que tomava conta para alguém. No centro da propriedade havia um lago. Pode tomar banho se quiser, disse, a água é limpa e não há ninguém por aqui. Olhei para água convidativa e olhei para ele. Não é nada mal, sorri, beijei-lhe antes de tirar a sandália e caminhar até à beira.

Não entrei logo no lago. O namorado sentou ao meu lado e se pôs a fazer algumas confidências.

Você sabe, já conversamos muito pelo Zap, mandei várias fotos, você curtiu. Também falei de minhas preferências. Às vezes acontece de vir alguma garota pra cá, gente jovem, mas logo desanimo. A maior parte não sabe namorar, não sabe trepar, abrem as pernas e querem que eu faça tudo. Logo me enjoo. Houve uma que ficou nua o tempo todo, andava pra lá e pra cá, mergulhava no lago, saía e pedia pra trazer uma bebida pra ela. Acho que pensou que estava numa colônia de férias.

Depois de suas palavras, comecei a ficar preocupada. Quem sabe, também sou como a jovem, quero que o homem venha, suba sobre o meu corpo e me satisfaça. Sorri interiormente. Lógico que também sei uma porção de coisas, dessas que deixam os homens loucos. Como uma boa chupada, os lábios macios a deslizarem por seu pênis, a língua ligeira e quente a acariciá-lo. Queria logo tirar o vestido e mergulhar, mas achei imprudente. Talvez ele me achasse parecida com suas visitantes juvenis. Após falar sobre o ar do lugar, as belezas de Friburgo, tudo que eu poderia usufruir ao seu lado, acabou sugerindo que eu tirasse a roupa e entrasse na água. Fiz um pouco de charminho antes de tirar o vestido. Apenas de calcinha, entrei. Não tem problema ficar nua aqui?, ainda perguntei. Não, estamos apenas os dois. Dei as costas a ele e tirei a calcinha, deixei junto do vestido numa das bordas. Falei aquilo que sempre desperta grande excitação nos homens: olha que não posso voltar nua pra casa! Ele adorou. Mergulhei até o pescoço, escondi minha nudez na sombra das águas daquele lago. Senti um friozinho... O suficiente para ficar arrepiada. Você não vem?, perguntei. Vou, respondeu. Antes, tomou nas mãos minhas roupas e pendurou num varal ao lado da casa. Senti outro arrepio ao vê-lo se afastar levando as duas peças. Ao voltar, pude então reparar seu enorme pênis.

Sei que algumas amigas podem me achar louca. Era a primeira vez que via o homem, a primeira vez que fora à sua casa. Não o conhecia. Ninguém sabia que eu estava ali, caso fosse um louco... Mas não era, muito pelo contrário. Abraçou-me ainda dentro d’água, ficamos num roçar gostoso, o peru no meio das minhas pernas. Afastei e fiz que me penetrasse. Soltei alguma goma, senti-me lubrificada, seu pênis deslizou dentro de mim. Num determinado momento, ele sentou à beira do lago e foi me trazendo sobre o seu colo. Estávamos encaixados, minha vagina mordiscava-o, o que o levava à loucura. Beijei-lhe a boca, tinha gosto de morango, passei a língua no seu tórax, ajeitei-me com mais agilidade sobre seu corpo. O homem não resistiu, explodiu em gozo. Eu apertava, não queria que nada me escapasse.

Trouxe uma toalha. Deitei-me na beira do lago, ainda nua, o tecido felpudo por baixo do corpo. Pensei em segredo no meu namoradinho do ônibus. Será que ele gostaria de estar no lugar deste homem. Na certa não sabia fazer tanta arte, mas eu poderia ensiná-lo. Tudo a seu tempo.

Fiquei nua pelo resto da tarde, acho que como suas namoradas jovens. Bebemos dois Martinis, com azeitona e tudo, ele sabia preparar direitinho. Mais tarde o foguinho começou a aquecer de novo e caímos um nos braços do outro, agora dentro da casa. Em algum momento, ele pediu que eu, ainda nua, sentasse numa das poltronas. Fiz uma pose para um lado, para o outro, pernas cruzadas, semiabertas etc. Lembrei-me de um ex-namorado que gostava de me fotografar nua naquelas posições. Trepamos de todas as maneiras possíveis. Vez ou outra eu engolia seu pênis com o ardor dos meus lábios. Foi assim até o entardecer. Então, eu pedi pega minha roupa, tenho de voltar pra minha cidade.

À noite ele me levou à rodoviária. Prometi que lhe telefonaria. Mas Friburgo é uma cidade distante da minha. Não disse a ele que não sabia se voltaria. Convidei-o a ir à minha casa. Quase não saio daqui, falou, você viu como a gente se divertiu, volte você, só não posso te convidar para morar comigo porque a casa não é minha.

Na descida da serra, no ônibus, arranjei outro namoradinho. Veio a viagem toda sentando bem ao meu lado, devia ter vinte anos. Puxou conversa, o rapaz tinha imaginação! Reparou que eu estava fresquinha, o vestido fino, sem agasalho. Quando desci na minha cidade, perguntou se podia me acompanhar um pouquinho. Aonde?, quis eu saber. Há tantos lugares interessantes por aqui, retrucou, vamos tomar uma Coca-Cola. Dei uma chance ao rapaz. Acabamos numa pousadinha, à beira de um imenso parque florestal.

Tenho de dizer uma coisa, confidenciei, é melhor avisar antes porque há homens que não gostam quando descobrem.

O que é?, pareceu preocupado.

Estou sem calcinha.

Ele riu. Riu e adorou.

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