São tantos os namorados, afinal, a fila anda. Entrei num
desses sites de relacionamento, não passou muito tempo já havia uma chuva de
pretendentes. Escolhi os que mais me agradavam e passei os contatos para o Zap.
Tenho de confessar que, apesar dos quarenta anos, caso eu permita os homens
aparecerão aqui no dia seguinte, ou quem sabe ainda na mesma noite. Isso
acontece por causa das fotos que envio. Fotos verdadeiras! Mas é bom um pouco
de precaução. Depois de várias trocas de mensagens, analiso o que disseram, o
que me enviaram e marco com um deles. O último morava em Friburgo.
Preferi ir a ele, num domingo. Enquanto subia a serra,
pensei no dia bonito que estava pela frente. O ar fresco alegrava o rosto das
pessoas. Percebi, dentro do ônibus, um rapaz que, vez ou outra, virava e me
observava. Era bonito o rapaz. O veículo trafegava em meio à vegetação densa, a
árvores grandes. Num dos trechos do percurso, reparei ao longe uma casa, bem
depois de uma fileira de arbustos. Como seria bom estar nos braços de uma
pessoa agradável naquele lugar. Gostaria que o homem, talvez aquele a quem eu estava
indo, morasse num lugar como aquele. Não sei por que razão lembrei-me de uma
amiga, Nara, muito preocupada quando vai encontrar alguém pela primeira
vez. Mas faz a fila andar mais rápido do todas outras mulheres que conheço. Disse
que já passou por duas situações perigosas. Não concordei com ela sobre o tal
perigo. Situação perigosa para mim é quando a gente corre risco de morrer, ou
de se ferir gravemente. Com ela não foi isso que aconteceu. O que a fez tremer
tanto e a princípio dizer que não mais sairia com nenhum desconhecido foi o
homem tê-la despido na praia. Ela usava um biquíni tão pequeno, que já estava
nua antes de ele recolher a peça na palma da mão. A outra vez foi na Serra
mesmo. Decidiu andar de carona numa dessas motos que saltam obstáculos, era
noite e ela trajava um vestidinho. Desde que você aceitou ir nua, querida, eu disse a ela,
não podia reclamar. Ficou furiosa porque o rapaz pediu que ela saltasse um
pouco, ele iria buscar umas cervejas. Nara disse que não entendeu direito o que
ele lhe dissera. Quando reparou, o rapaz deu a partida deixando-a à beira da
estrada. Ela ficou uma fera. Ainda bem que não saiu do lugar. Depois de quinze
minutos, ele voltou. Os dois beberam juntos. Acho que o perigo fez que ela gozasse
melhor. Agora, onde o vestidinho?
Quando já estava próxima a estação de ônibus, em Friburgo, o
rapaz que me olhou a viagem inteira veio me entregar um papel pequenino, havia
o seu nome e o número do telefone.
Saltei na Rodoviária. Meu pretendente estava à espera. Como
já me conhecia de fotografia, veio me beijar. Olhou o meu vestido florido e
pareceu pleno de admiração. Após o beijo, beliscou-me a cintura. Arrepiei-me.
Já queria ficar nua ali mesmo. Calma, Graça, disse a mim mesma, você tem
mais tesão do que muitos homens, mas recolha o fogo ao menos até o destino
aonde ele vai te levar.
Caminhamos duas ruas e dobramos uma pequena estrada de
terra. A seguir, à esquerda, ele abriu uma porteira, como essas de fazenda, e
me convidou a entrar. Na verdade, morava num sítio, acho que tomava conta
para alguém. No centro da propriedade havia um lago. Pode tomar banho se
quiser, disse, a água é limpa e não há ninguém por aqui. Olhei para água
convidativa e olhei para ele. Não é nada mal, sorri, beijei-lhe antes de tirar
a sandália e caminhar até à beira.
Não entrei logo no lago. O namorado sentou ao meu lado e se
pôs a fazer algumas confidências.
Você sabe, já conversamos muito pelo Zap, mandei várias
fotos, você curtiu. Também falei de minhas preferências. Às vezes acontece de
vir alguma garota pra cá, gente jovem, mas logo desanimo. A maior parte não
sabe namorar, não sabe trepar, abrem as pernas e querem que eu faça tudo. Logo
me enjoo. Houve uma que ficou nua o tempo todo, andava pra lá e pra cá,
mergulhava no lago, saía e pedia pra trazer uma bebida pra ela. Acho que pensou
que estava numa colônia de férias.
Depois de suas palavras, comecei a ficar preocupada. Quem
sabe, também sou como a jovem, quero que o homem venha, suba sobre o meu corpo
e me satisfaça. Sorri interiormente. Lógico que também sei uma porção de
coisas, dessas que deixam os homens loucos. Como uma boa chupada, os lábios
macios a deslizarem por seu pênis, a língua ligeira e quente a acariciá-lo.
Queria logo tirar o vestido e mergulhar, mas achei imprudente. Talvez ele me
achasse parecida com suas visitantes juvenis. Após falar sobre o ar do lugar,
as belezas de Friburgo, tudo que eu poderia usufruir ao seu lado, acabou
sugerindo que eu tirasse a roupa e entrasse na água. Fiz um pouco de charminho antes
de tirar o vestido. Apenas de calcinha, entrei. Não tem problema ficar nua
aqui?, ainda perguntei. Não, estamos apenas os dois. Dei as costas a ele e
tirei a calcinha, deixei junto do vestido numa das bordas. Falei aquilo que
sempre desperta grande excitação nos homens: olha que não posso voltar nua pra
casa! Ele adorou. Mergulhei até o pescoço, escondi minha nudez na sombra das
águas daquele lago. Senti um friozinho... O suficiente para ficar arrepiada.
Você não vem?, perguntei. Vou, respondeu. Antes, tomou nas mãos minhas
roupas e pendurou num varal ao lado da casa. Senti outro arrepio ao vê-lo se afastar
levando as duas peças. Ao voltar, pude então reparar seu enorme pênis.
Sei que algumas amigas podem me achar louca. Era a primeira
vez que via o homem, a primeira vez que fora à sua casa. Não o conhecia.
Ninguém sabia que eu estava ali, caso fosse um louco... Mas não era, muito pelo
contrário. Abraçou-me ainda dentro d’água, ficamos num
roçar gostoso, o peru no meio das minhas pernas. Afastei e fiz que me
penetrasse. Soltei alguma goma, senti-me lubrificada, seu pênis deslizou dentro
de mim. Num determinado momento, ele sentou à beira do lago e foi me trazendo
sobre o seu colo. Estávamos encaixados, minha vagina mordiscava-o, o que o
levava à loucura. Beijei-lhe a boca, tinha gosto de morango, passei a língua no
seu tórax, ajeitei-me com mais agilidade sobre seu corpo. O homem não resistiu,
explodiu em gozo. Eu apertava, não queria que nada me escapasse.
Trouxe uma toalha. Deitei-me na beira do lago, ainda
nua, o tecido felpudo por baixo do corpo. Pensei em segredo no meu namoradinho
do ônibus. Será que ele gostaria de estar no lugar deste homem. Na certa não
sabia fazer tanta arte, mas eu poderia ensiná-lo. Tudo a seu tempo.
Fiquei nua pelo resto da tarde, acho que como suas namoradas
jovens. Bebemos dois Martinis, com azeitona e tudo, ele sabia preparar
direitinho. Mais tarde o foguinho começou a aquecer de novo e caímos um nos
braços do outro, agora dentro da casa. Em algum momento, ele pediu que eu,
ainda nua, sentasse numa das poltronas. Fiz uma pose para um lado, para o
outro, pernas cruzadas, semiabertas etc. Lembrei-me de um ex-namorado que
gostava de me fotografar nua naquelas posições. Trepamos de todas as maneiras
possíveis. Vez ou outra eu engolia seu pênis com o ardor dos meus lábios. Foi
assim até o entardecer. Então, eu pedi pega minha roupa, tenho de voltar pra
minha cidade.
À noite ele me levou à rodoviária. Prometi que lhe
telefonaria. Mas Friburgo é uma cidade distante da minha. Não disse a ele que
não sabia se voltaria. Convidei-o a ir à minha casa. Quase não saio daqui, falou,
você viu como a gente se divertiu, volte você, só não posso te convidar para
morar comigo porque a casa não é minha.
Na descida da serra, no ônibus, arranjei outro namoradinho. Veio
a viagem toda sentando bem ao meu lado, devia ter vinte anos.
Puxou conversa, o rapaz tinha imaginação! Reparou que eu estava fresquinha, o
vestido fino, sem agasalho. Quando desci na minha cidade, perguntou se podia me
acompanhar um pouquinho. Aonde?, quis eu saber. Há tantos lugares interessantes
por aqui, retrucou, vamos tomar uma Coca-Cola. Dei uma chance ao rapaz.
Acabamos numa pousadinha, à beira de um imenso parque florestal.
Tenho de dizer uma coisa, confidenciei, é melhor avisar
antes porque há homens que não gostam quando descobrem.
O que é?, pareceu preocupado.
Estou sem calcinha.
Ele riu. Riu e adorou.
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