A gente faz muitas loucuras durante a vida. Faz uns dez
anos, tive um namorado que dizia me adorar. Saíamos para todos os lados e
acabávamos na casa dele, onde namorávamos de modo muito gostoso. Mas ele tinha umas
manias estranhas, gostava de me amarrar, os pés e as mãos. Eu permitia, e o
pior, ou o melhor, não sei, passei a gostar da situação. Ele pegava
meias grossas e atava meus braços à cabeceira da cama; as pernas, bem abertas,
ficavam presas no lado contrário, laçadas por cordonete resistente. Nenhuma
das vezes consegui me soltar. Houve um dia em que, num momento de euforia, aproveitou
para me amordaçar. Tirou de não sei onde uma fita adesiva e colou na minha
boca. Não passou muito tempo, veio nu sobre mim. Metia-me seu peru enorme e
tapava minhas narinas. Dizia goza, vai, sei que você goza com o perigo. Eu
tinha de respirar em intervalos, quando ele afrouxava os dedos. Ai, esse homem ainda me mata, eu pensava. Em outros momentos, pegava
uma faca enorme e passava a ponta sobre o meu ventre. Eu queria me encolher,
ficava apertadinha. Às vezes, uma marca vermelha brilhava sobre minha pele. Eu
queria expressar o meu temor, mas, abafada pela mordaça, emitia baixos grunhidos. Uma
vez, numa fração de tempo, tocou-me o clitóris. Deixei escapar uma lágrima.
Molha, molha a faca com o teu gozo, vai, mas com o gozo da xereca, disse
decidido. Tive que fazer malabarismo. Ele acabou por falar que eu consegui. Houve
uma vez em que foi à cozinha e voltou com dois ovos. As mulheres gostam de
chocar, pronunciou com nitidez. Não vai dizer que você... Não consegui acabar a
frase, ele me segurou e já ia colocando o ovo dentro da minha boceta. Espere, por
favor, tenho uma ideia melhor. Pareceu aceitar minha intervenção. Levantei-me,
e, ainda nua, fui à cozinha. Acendi o fogo, coloquei uma pouco de água numa caçarola
e pus os ovos para cozinhar. Enquanto isso, voltei à sala e me agarrei a
ele. Gostava de aventura esse namorado, mas não media as consequências. Você
gosta de me torturar, isso não é bom, viu?, vai que um dia eu arranje um homem
carinhoso. Me beija, amor, bem demorado, por favor. Sentei no sofá, cruzei as
pernas, vamos esperar um pouquinho, falei. Pelo menos esse não me pede para ir
peladas lá fora. Tive um namorado que adorava isso. Cheguei mesmo a sair nua,
de carro, ao lado dele. O homem morria de tesão. Mas o que estava ao meu lado, bebendo um gole de refresco,
gostava mesmo era da minha pele. Você ficou com fome, quer comer ovos cozidos?,
perguntei maldosa. Isso mesmo, e é tão gostoso. Quando a água ferveu, fui ao
fogão e tirei os ovos, coloquei-os sobre um prato e os levei à sala, com o
saleiro e a garrafinha de azeite. Quando depositei o prato sobre a pequena mesa
de centro, ele pegou um deles e começou a descascar com bastante calma,
colocando a casca ao lado; a seguir, descascou o segundo. Eu olhava a cena, com
interesse. Depois, colocou um pouquinho de azeite sobre ambos. Então
aproximou-se e pediu fique de cócoras. De cócoras?, ainda repeti. Isso mesmo,
confirmou. O que você deseja? Eu já incentivava. Como adoro experiências novas, estava excitadíssima. Fiz o que pediu, de cócoras, ao lado da mesinha de centro.
Feche os olhos, pediu. Obedeci. Passaram-se alguns segundos, senti algo morno a
roçar minha boceta. Hum, hum, que gostoso, sussurrei, pensei que você tivesse
fome. Que fome!, exclamou. O azeite ajudou o primeiro ovo a escorregar para
dentro de mim. Tomou numa das mãos o segundo, e seguiu o mesmo
ritual. Continuei agachadinha, as pernas abertas, ambos os ovos perdidos
dentro de mim. Agora, amor, por favor, choca dois ovinhos pra mim. Deixa
primeiro eu passear um pouquinho, grávida desses ovos. Levantei-me e fui à
janela, lá fora ainda a noite era recente. Caminhei pensando no que acontecia
andar nua pela casa com dois ovos dentro da xereca. Voltei e me agachei no
mesmo lugar. Começamos a tentar pôr os ovos. Ele estava doidinho para ver o que iria acontecer. Hum, hum, estou vendo se consigo, falei baixinho. Posso dizer, que
foi uma luta. Imaginei o sacrifício das galinhas. Eu mexia para um lado, para
outro, fazia força, e nada. Começava de novo. Amor, acho que vou precisar da tua intervenção; ao contrário, vou parar no hospital, já pensou que vergonha!
Ele agachou ao meu lado. Nada disso, as galinhas sabem chocar, bata os braços,
faça de conta que você tem, como as galinhas, curtas asas. Ai, ai, fiz o que
pediu. Agora, mexa-se, ele disse, já estou vendo a pontinha de um deles. Num
movimento rápido, sem que ele notasse, toquei num dos meus grandes lábios. Um
ovo escorregou. Isso, agora falta o segundo, ele a me incentivar. Rodeou-me e segurou meus braços por trás. Eu podia
mexer apenas as pernas. Abra bem, orientou, abra que vai escorregar. E o ovo
caiu sobre o chão. E agora, amor?, eu, cheia de tesão, nem pude suspirar aliviada.
Agora, você vai engolir os ovos. Abra a boca, ele introduziu o primeiro. Mastiguei-o
com muito cuidado; depois, sem me deixar descansar, avançou entre os meus lábios
o segundo. Mastiguei, vagarosa como fizera com o primeiro e o engoli. Fique de
costas, a voz dele, sempre a me conduzir. Meteu, então, por trás, seu enorme
peru, mas procurando minha xereca. Aceitei-o, fácil, ainda melada do azeite.
terça-feira, agosto 31, 2021
Galinha
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