quinta-feira, fevereiro 03, 2011

Livre para voar

Hospedada aqui neste hotel paradisíaco, só me vem à mente conhecer alguém que atenda às minhas fantasias sexuais.

Vejo um homem de aparência tranquila sentado sozinho no canto do restaurante. Olha para mim com olhos de cachorro sem dono, me faz um sinal, talvez por ter notado a ausência de uma companhia masculina ao meu lado, ou de uma aliança num dos dedos de minha mão esquerda.

Sento à mesa sempre acompanhada de uma menina de dez anos e um casal.

Finjo ir ao toalete e desapareço. Noto que o homem faz o mesmo. A sobremesa deste almoço será, com certeza, mais interessante do que a dos três.

Ando sob o sol forte. Quando paro à sombra de uma árvore e olho para cima, imagina quem vejo? Um gato trepado no galho mais alto chamando-me para subir, para não dizer trepar.

Aceito o desafio.

"Estou de vestido" (na verdade é uma saidinha de praia).

"Não tem problema."

Escalando o tronco, chego perto dele.

"Quem é você, deusa dos ares?"

"Sou Ágata, e vim a este lugar para descansar dos problemas comuns do dia-a-dia. E você, como se chama?"

"Meu nome é Caio. Gostei de você quando a vi no restaurante. Também venho tentando esquecer algo, e este é um ótimo lugar para isso. Vamos falar de coisas interessantes?"

"O que você sugere?"

"O que você mais gosta de fazer?"

"Esta pergunta é um pouco excitante para nós que estamos nos conhecendo agora", respondo.

“Você gosta muito de fazer sexo?"

"Gosto muito."

“Vejo através do seu tecido semitransparente um corpo escultural e prazeroso."

"Só de você falar assim meus hormônios começam a se agitar. Estou bastante tempo sem, não encontro ninguém com quem valha à pena arriscar."

"Nossa, a sua história se parece muito com a minha. Acho que se você topar, vou gozar antes de lhe penetrar."

“Topo. Coloque a camisinha para você perceber o quanto sou quente. A portinha da minha vagina é estreita."

Caio deixa escapar o pênis pela abertura da bermuda e veste-o com a camisinha.

Me livro do biquíni já molhadinho, ali mesmo. Ele cai como um pára-quedas no galho de baixo. Nos deliciamos com o encontro de nossos sexos.

"Nunca experimentei um enrosca-enrosca em cima de uma árvore", digo.

"Para mim também é inédito."

"Vamos concluir esta transa em outro lugar?"

Descemos e vamos atrás de outro lugar ainda não experimentado por nós. O biquíni? Esqueço-o. Sou toda prazer, penso apenas no sexo do meu recente namorado.

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