sexta-feira, março 23, 2012

Histórias

Quando leio aquelas histórias, fico a mil por hora. Não conheço a autora nem sei se ela sabe alguma coisa sobre mim, mas o conto que fala da morena que bate nua na porta do namorado sou eu direitinho, e é uma experiência que vivi na pele. Gosto e, ao mesmo tempo, resisto em lembrar. Como ele demorou a abrir...

Sempre ao ler o relato me deleito, volto no tempo e vivo as mesmas sensações.

Outra história que me excita é uma de carnaval. A mulher dança com um vestido solto e curtinho; está de short por baixo, mas logo resolve tirá-lo. Depois, deixa entrever o fio dental preto. Mais um tempinho vira de costas, levanta a roupa e mostra o bumbum. Então começa a tirar a calcinha. Quando volta a ficar de frente, coloca a mão na barra do vestido fazendo um falso jogo de esconde-esconde com sua nudez frontal.

Será que eu teria coragem de dançar assim, quase pelada? Só se fosse escondidinha, no fundo de um camarote. Mas a história não acaba aí. Ela trepa com um homem em pleno baile, à meia luz. Entro na sua pele. Na euforia dos beijos e amassos, ele guarda minha calcinha no bolso da bermuda. No final, depois do prazer proporcionado pelo sexo, apareço rebolando de novo, ainda nua, nem sinal do homem por perto. Quando o baile acabar, como vou fazer? Sinto outro arrepio. Se cheguei nua em casa alguma vez? Já cheguei e também já saí, mas não quero falar sobre isso agora.

Estou sentada no sofá, mas sem o vestidinho. Acaricio minhas pernas.

Outro episódio que faz meu coração ir aos saltos é o da mulher que vai se casar mas no dia do casamento, faltando quatro ou cinco horas para a cerimônia, deixa-se seduzir por um homem negro, faz amor com ele nas areias da praia, uma despedida de solteira. Eu, como não gosto de casamentos, adorei. A maioria dos homens passa a mulher para trás. Ela colocou chifres no futuro marido. Como o homem do baile de carnaval, este também a deixa nuinha. O final do conto não esclarece como a jovem fez para voltar para casa. Ou mesmo se chegou a casar. Tudo vai depender da imaginação do leitor.

Meu último namorado tentou me dar prazer de todas as maneiras. E conseguiu. Como me conhecia bem, narrava histórias que me provocavam muita excitação. Como eu gritava nos braços dele. Mas, um dia, terminei o namoro. O motivo? Não sei explicar direito. Pus na cabeça que me traiu. Mas ele nunca admitiu a traição.

Longe dele, sofri bastante. Mas, pouco a pouco, comecei de novo a ler histórias de encontros, sedução, arrepio, sexo. Imagino os homens sempre de pênis avantajado. Vivo a vida das personagens, seus gozos e temores. Enfim, já não estou sozinha, mas plena de possibilidades.

Afasto as pernas devagarzinho, minhas mãos subindo pelas coxas, eu nuinha no sofá...

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