Saio de casa em torno das dez da manhã para ir à praia. Levo comigo apenas a sacolinha plástica transparente com o protetor
solar e algum dinheiro. Nada visto além do biquíni. E olha que é uma
coisinha à toa. Na cabeça, uso um boné. Após sair da praia, mesmo que já esteja
próximo o entardecer, às vezes vou a algum bar ou restaurante. Já fiquei de
biquíni andando por aí até as onze da noite. As pessoas me
olham, algumas se surpreendem. Mas eu não ligo. O importante é que sempre me
divirto. Vergonha, jamais sinto. As mulheres adoram andar nuas, e eu não
sou exceção. Passeio com alguns rapazes, mas tudo na maior amizade. Quando rola
algum namoro, marco o encontro para outra ocasião. Não
quero estragar os dias e as noites de verão agarrada a alguém. Sempre há aquele que
acha ser fácil me conquistar, pensa que só por eu andar seminua significa que desejo
trepar com todo o mundo. Esses logo se decepcionam, descobrem que nada tenho a
ver com as suas fantasias. Algumas meninas dizem que é perigoso andar de biquíni
fora da praia, ou mesmo fora da faixa de areia. Mas quanto a isso, nunca tive problemas. Na Zona Sul é difícil aparecer homem que seja capaz de bolinar uma
mulher. Podem até ter vontade, mas não vão além disso. Caso a mulher esteja
sozinha de madrugada, nua numa rua escura, alguém se aventurará a persegui-la.
Mas aí são outros quinhentos. Não vou dar tão mole assim. O fato de andar nua,
como diz a minha mãe a respeito do meu modo de vestir, não
significa que eu queira me exibir. Ando de biquíni pelas ruas de Ipanema para
agradar a mim e não aos homens. É uma atitude muito natural. Toda garota
que fizer o mesmo vai adorar. Na primeira vez pode até sentir um friozinho na
barriga e ter vontade de correr para casa, ou mesmo de pedir uma camiseta
emprestada a algum rapaz benevolente. Mas se insistir vai gostar tanto, que seu único
trabalho daí em diante será escolher o modelo de biquíni que melhor lhe sobressaia o corpo.
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