quarta-feira, agosto 28, 2013

Não foi traição, mas uma situação de emergência

Naná, quer dizer que você foi parar nua na casa de um desconhecido?

Desconhecido, não, Lana, o homem bem que já de um tempinho me paquerava.

E como foi?

Ah, Lana, nem fala, foi bom, acabei até gostando, mas o Jorge ficou furioso.

Ele soube?

Sim.

Quem contou pra ele, Naná?

Quem? Eu mesma.

Você é louca...

Do modo como aconteceu, ele não poderia deixar de saber.

E qual foi a reação dele?

Assim que soube, falou:

Você não devia ter transado com ele.

Mas como não? Naquela situação..., tentei explicar.

Você devia ter corrido de volta.

E aquela gente toda? Com que cara eu ia ficar?

Eu dava um jeito.

Jeito? Que jeito?

Quer dizer que você preferiu me trair a se expor?

Não foi traição, foi uma situação de emergência.

Emergência?

Sim. Emergência, e dei por encerrada a conversa. Mas, para você entender toda essa situação, Lana, preciso contar o que aconteceu antes.

Então conta, estou curiosíssima.

Nós estávamos na casa de campo, sozinhos. Jorge resolveu, então, me fotografar. Fez dezenas de fotos minhas em meio ao quintal, às árvores, à beira da piscina etc. Quando já estava exausta de tanta pose, sugeriu que eu tirasse a roupa, que ficasse apenas de tênis. Fez então as últimas fotos. Eu, nuinha, apareço andando e sorrindo, como se estivesse num meio rural afastado e não precisasse me preocupar em vestir. Mas foi aí que aconteceu o inesperado. Chegaram dois automóveis repletos de amigos e amigas dele. Souberam que estava no sítio e lhe quiseram fazer uma surpresa. Num primeiro momento corri e me escondi atrás de uma árvore de tronco largo. Ao reparar que os carros se aproximavam, corri para a direita, era o muro que limita a propriedade com a do vizinho. Premida pelo desespero, subi e saltei para o outro lado. Logo que me vi no chão, um cachorro enorme se aproximou e se pôs a latir. Pensei que seria devorada. Depois veio o dono, um homem beirando os sessenta. Sem demonstrar surpresa, afastou o cão e perguntou: “Moça, o que houve?” A única frase que consegui falar naquele momento foi: “Moço, por favor, me dê abrigo”. Ele me levou pra dentro da casa. Ainda bem que morava sozinho e não havia ninguém com ele. Sentei num pequeno sofá, cruzei as pernas, cobri os seios com um dos braços e contei o que acontecera. O homem me deu abrigo. Quer dizer, não apenas abrigo, você entende, não?

Oh, se entendo...

Jorge não saiu logo à minha procura. Ficou com seus amigos e não falou nada sobre mim. Tanto tempo nua junto a um homem, o que poderia acontecer? E tem mais uma coisa, você até podem me chamar de piranha, mas o homem foi de tamanha habilidade, que acho nunca ter dado uma trepada tão gostosa!

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