quinta-feira, maio 04, 2017

Eu, enfim, cedia

Mas se eu enfim cedia... Talvez fosse porque ninguém me conhecia naquela cidade. Quando as pessoas não sabem quem somos, ou quando estamos num lugar onde jamais estivemos e somos desconhecidas, tornamo-nos mais corajosas. Foi o que aconteceu naquela madrugada.

A cidade era Flores, um lugarejo à beira mar, e a proposta dele era tentadora, ou melhor, sugeria algo que testava minha coragem. Acho que tudo começou porque ele me viu andando pelo pequeno centro da cidade apenas de biquíni. Sempre entendi como normal uma mulher passear de biquíni quando está próxima à praia. Naquele local ainda não era propriamente a praia, faltava uma ou duas ruas, porém o cheiro do mar era tentador. Saí da casa onde estava hospedada, de biquíni e uma pequena bolsa a tiracolo. Num primeiro momento não dei conta se alguém me reparava. Havia algumas meninas brincando, também vestiam trajes de banho, e como sorriam. Sorri de volta. As meninas tinham os cabelos loiros e pareciam francesas. Segui na direção do mar. Parei numa das esquinas onde havia um quiosque, pedi dois maços de cigarros. Comecei achar que fizera a escolha certa ao permanecer alguns dias naquela cidade. Ao chegar à praia vi outras pessoas sentadas na areia, umas sobre espreguiçadeiras, outras sobre um pano estendido em cima da própria areia. E havia outras crianças. Escolhi um lugar em meio às pessoas. Um rapaz veio me oferecer uma espreguiçadeira e um guarda sol, de aluguel. Não recusei. Após sentar e apoiar minhas bolsas sobre o tecido que eu tirara da bolsa, comecei a ler uma revista. Mas a presença do mar era mais forte. Ele me tirou da página que eu tentava ler. Fiquei observando como estavam serenas as águas da praia, ao longe alguns barcos pareciam ancorados. Após olhar toda a extensão de areia, de reparar o barulho de domingo, ou de um dia de férias, voltei à leitura. O homem que apareceu para conversar chegou duas horas depois. Eu já havia entrado na água e tomara cuidado para não molhar os cabelos. Ele sorriu, ficou próximo e não demorou a vir perguntar-me se eu era turista ou se mudara para cidade. Sorri, tentando ser simpática. Disse que estava de férias, mas que não demoraria na cidade. Ele retrucou dizendo que era uma pena, o lugar era tão bom, que ficar menos de duas semanas seria uma perda. Achei engraçada a palavra perda, não tenho o costume de definir perda da mesma forma que ele. Mas sorri ainda, compassiva com o que ele dizia. Na verdade, eu não queria companhia, mas o homem ficou ao meu lado, em pé, a elogiar o local. Pensei que pudesse ser um comerciante que logo ofereceria o seu produto. No entanto, tratava-se de alguém que não está acostumado a encontrar mulheres sozinhas, um tipo de machismo muito comum nas muitas cidade do nosso país. Depois de algum tempo, peguei a revista e deixei de dar atenção a ele, voltei à leitura. Minha ação foi eficiente. Despediu-se e se retirou, antes disse que se precisasse de alguma coisa era só procurá-lo, pois todos o conheciam na cidade, chamava-se Éden. Continuei no mesmo lugar, lia a revista e sentia no corpo o sol e o cheiro do mar, a cidade possuía um frisson que excitava, difícil de traduzir em palavras. Fui à agua várias vezes, mas sempre com cuidado para não molhar os cabelos. Em uma dessas idas, reparei um rapaz, que também me olhou e sorriu, chegou a piscar um dos olhos. Tive vontade de conversar com ele, porém, não se aproximou. Às cinco horas, voltei para a pousada.

Fiquei no quarto até nove da noite. O banho de mar me deixara mole e sonolenta. Mas não podia ficar sem comer até o dia seguinte. Saí às dez e logo descobri, no pequeno centro, uma rua estreita onde se enfileiravam muitos bares, todos cheios, com pessoas jovens em sua maioria, bebiam e conversavam animadamente. O que me chamou a atenção foi que estavam todos muito bem vestidos. Encontrei uma mesa lateral em um dos bares e pedi ao garçom o cardápio. Havia vários pratos quentes e frios. Optei por uma salada e uma taça de vinho branco. O bar requintado da cidade interiorana era bem abastecido, tinha até mesmo muitas bebidas importadas. Antes da salada, serviram-me uma espécie de entrada, um prato quase ornamental, uma grande folha de alface espetada, e duas fatias de presunto, que vinham enroladas em si mesmas. Ao fim de trinta minutos, veio o prato pedido. Nesse meio tempo eu já observara às pessoas ao redor e reparara uma jovem que não cessava de olhar para mim. Achei estranho seu olhar. Num momento de distração, enquanto repousava o garfo e tomava um gole da taça de vinho branco, reparei que se encontrava ao meu lado, sempre sorridente, com ar indagativo. Perguntou se eu não me aborrecia estar sozinha. Respondi que não, estava acostumada a viajar e já me habituara. Perguntou ainda se podia ficar um pouco à minha mesa. Sim, respondi movimentando os ombros, como se aquilo não me aborrecesse.

É a primeira vez que você vem a Flores?, ela quis saber.

Sim, falei enquanto levava a taça aos lábios.

De repente ela perguntou:

Você reparou como os homens dessa cidade são engraçados?, disse isso enquanto sinalizava ao garçom para se aproximar. Sorrindo, pediu a ele um coquetel, não entendi o nome.

Os homens daqui são terríveis, viu? Terríveis e engraçados.

Engraçados, como?, demonstrei surpresa.

Ah, engraçados; chegam a estar pertinhos da gente, perguntam alguma coisa e depois desaparecem.

Desaparecem?, repeti.

Isso mesmo, repetiu, se a gente fica com vontade de sair com algum deles, fica apenas na vontade, porque não se sabe mais onde estão.

Agora me lembro, recuperei o que me acontecera na praia, um homem se aproximou e veio conversar, disse que todos o conhecem na cidade, que se precisasse de alguma coisa era só procurar por ele, seu nome é Éden, depois surgiu um rapaz que piscou o olho e não se aproximou.

São assim, sei quem é o que foi até você e se ofereceu para qualquer necessidade, fala assim com todas as mulheres.

E vocês, eu queria saber, não namoram ninguém, não casam nesta cidade?, fiz cara de curiosa.

Ela deu uma gargalhada. O garçom se aproximava com uma bebida de cor vermelha, colocou a taça, muito bonita, diante dela.

Ah, ela mostrou-se surpresa, não me apresentei, meu nome é Gorete.

E o meu é Sandra, retruquei. Onde estão suas amigas?, olhei para mesa onde ela estava momentos antes e reparei que se encontrava vazia.

Ah, foi sobre isso que falei a você, querem testar os homens da cidade, falei que não valia a pena, mas mesmo assim elas não me deram muita bola.

Elas não residem aqui?

Não, em Estância, fica a trinta quilômetros do litoral. Sempre vêm à cidade nos dias de folga, adoram este centro e dizem que aqui é mais fácil de paquerar.

Paquerar?, repeti e sorri.

Gorete começou a contar sobre uma de suas amigas, que namorara um rapaz na cidade. Saía com ele todas as noites, mas dizia estar cansada de fazer as mesmas coisas. O rapaz, para não perder a namorada, começou a criar fantasias, assim ela se distrairia e não ficaria reclamando. Passaram a representar papais diferentes, como não se conhecessem e se encontrassem de repente ao acaso, viviam várias situações, até mesmo algumas em que a mulher simulava estar em apuros.

Como, em apuros?, quis que ela me explicasse melhor.

Acho que faziam de conta que ela precisava de ajuda, como se estivesse afogando na praia, ou perdida na estrada. Numa dessas brincadeiras ela me falou que ficou esperando por ele totalmente nua, sorriu ao pronunciar a última palavra, e levou aos lábios o coquetel.

Ao vê-la tomar um gole, lembrei-me de dizer que a atmosfera da cidade me causava certo frisson.

Frisson?

Gorete achou a palavra interessante.

Então, falta frisson aos homens dessa cidade, acrescentou.

Mas sua amiga arranjou um homem que provoca arrepios, não?, acrescentei.

Ele é uma exceção. Já até tentei sair com ele, mas o homem não quis.

Jura?

Juro, meneou a cabeça positivamente. A cidade é muito pequena, ele falou, logo alguém vai nos ver juntos. E o que tem isso de mais?, perguntei a ele. Gosto muito da Anita, encerrou ele a conversa.

Não tenho atualmente necessidade de homens, não hesitei em falar. Eles, na maioria das vezes, aborrecem muito.

Você tem razão, mas a gente nunca segue o pensamento lógico, é a tal da paixão a nos complicar, ou o corpo a respirar, franziu a testa e sorriu. Sua expressão revelou mais charme do que eu antes pudera perceber.

Uma mulher chamou por Gorete, estava à beira da rua, fez sinal para que ela viesse até a borda do bar. Gorete atendeu ao chamado. A mulher cochichou algo no seu ouvido. Gorete sorriu, devolveu algumas palavras, deu um breve adeus e voltou à mesa.

Uma maluquete amiga minha, e deu uma sonora gargalhada.

Suas amigas são interessantes, atalhei.

Nem sempre, às vezes são engraçadas.

O que há de cômico nessa?

Acho que você não vai gostar de saber.

Por quê?

Porque você parece uma pessoa recatada, ela falou.

Como você sabe?

Veja, você ficou na praia a tarde inteira e não namorou ninguém, usa um biquíni até certo ponto conservador, não veio para este bar com a intenção de azarar, gostar de sentir a atmosfera de frisson que emana da cidade...

E o que há isso com o fato de sua amiga ser cômica.

É outra que vive a mil com o namorado, veio dizer que vai com ele a uma boate.

Que legal, não sabia de boates por aqui.

O problema não é esse, acrescentou, você reparou, ela já está quase nua e disse que só volta de manhã. Outro dia veio com a história de que o namorado gosta de lhe roubar a calcinha, toda vez que sai com ele volta sem. Hoje veio me dizer que ele não vai poder roubá-la, adivinhe por quê?

Ela veio sem.

Isso mesmo, você é inteligente. Ao terminar de falar, Gorete sorriu e me convidou para uma surpresa.

Se é uma festa não quero, afirmei, não gosto de multidão.

Nada de festa, vai ser uma experiência nova para você, garanto, e é um segredo nessa região. Vamos comigo, trata-se de algo ligado à natureza.

Você me espera beber mais uma taça de vinho?, impus como condição.

Ok, ela atendeu.

Enquanto esperei pela nova taça, acrescentei:

Na minha cidade já tive um namorado como este de sua amiga. Ele gostava de me levar nua dentro do carro, acredita?

Sério? Na cidade grande também acontece isso?

Os homens são os mesmos em qualquer lugar. Ele vestia terno, todo bem arrumado, ia me pegar quando eu saída de uma academia de ginástica. Eu vinha com aquela malha grudada ao corpo. Ele pedia que eu a tirasse dentro do carro, guardava toda a minha roupa dentro de uma valise e me levava nua ao seu lado. Era uma coisa de arrepiar.

E você acabou gostando?

Não é que acabei gostando, era o susto, sei lá, às vezes até era bom, mas o namoro não deu certo, não era isso que eu queria.

O garçom chegou coma a nova taça de vinho, e a amiga de Gorete surgiu novamente na borda do bar e a chamou. Gorete pediu licença. Enquanto tomava o vinho, ela deixou a amiga durante alguns instantes e foi ao toalete. Depois voltou, aproximou-se dela e lhe disse alguma coisa, os braços de ambas se cruzaram. Tomei mais um gole do vinho e Gorete voltou à mesa. Sua amiga desaparecera.

Deixamos o bar e a rua plena de gente. Caminhamos duas quadras e entramos no carro de Gorete. Ela guiou durante uns trinta minutos, afastando-se sempre da zona urbana. Antes da rodovia estadual, entrou num atalho, dirigiu durante mais dois quilômetros e parou o carro. Descemos. Havia várias árvores e estava escuro.

Não tenha medo, ela disse, venha comigo.

Ela andava como se já frequentasse o local havia tempo, caminhava rápida entre as árvores, vencia obstáculos e segurava minhas mãos quando me reparava temerosa. Chegamos, enfim, a um lago.

A água é quente, você vai gostar.

Caminhou até a beira, tirou a sandália e molhou os pés.

Venha ver, é muito gostosa, em cada lugar a temperatura é outra.

Não queria me molhar, falei.

Não se incomode, você nunca sentiu um prazer tão grande, falou e, radiante, deu-me as costas e tirou o vestido. Gorete estava sem calcinha.

Venha, não tema.

Não queria desagradá-la, mas confesso que comecei a ficar preocupada, pois a conhecera fazia pouco tempo, não sabia de quem se tratava e a mulher me convidava para ficar nua à meia-noite.

Não tema, venha.

Comecei a me despir, mas fiquei preocupada onde deixaria minhas roupas.

Não se preocupe, acrescentou adivinhando meus pensamentos, ninguém vem aqui.

Entramos então na água. Ela segurou uma das minhas mãos.

Gorete tinha razão. Em cada lugar que parávamos havia um tipo de temperatura.

Este lago mexe com a gente, ela fechou os olhos e demonstrou que sentia um tipo diferente de prazer. A gente até goza, nem precisa de concentração.

Apesar dos meus temores, tentei imitá-la na busca pelo prazer. E qual foi minha surpresa ao me ver arrepiada, começava a sentir um gozo como jamais sentira. Fui ficando cada vez mais excitada, meu coração chegou a se agitar.

Ainda bem que não sofro do coração, deixei escapar.

Ela sorriu. Ninguém morre de prazer, sentenciou. Ficamos as duas numa espécie de gozo que se prolongava, que se repetia, que nos arrebatava. Ele chegou a dizer:

Sinta apenas, não precisa olhar, chega-se a sentir um pênis a nos penetrar.

Não mais queríamos deixar o lago.

Parece um feitiço, cheguei a dizer, mas um feitiço positivo.

Um feitiço, uma magia, a magia do prazer, e ela gritou como se gozasse intensamente, um orgasmo profundo, quase definitivo. Não me contive, imitei-a no grito, um ardor prolongado.

Exaustas e ainda nuas deixamo-nos cair um pouco acima de uma das vertentes, ficamos de mãos dadas, tocando-nos com a lateral do nossos corpos.

Aqui ficam todas as angústias, falou depois de um longo tempo.

E não precisamos dos homens, acrescentei, o que é muito importante.

Quando começamos a voltar ao carro foi que nos preocupamos em descobrir onde tínhamos deixado nossas roupas.

Cheguei à casa onde estava hospeda ao amanhecer. Naquele dia dormi até às duas da tarde.

Depois do almoço, fui à praia. Deitada sob o sol e olhando uma paisagem surpreendente, comecei a pensar sobre o prazer que sentira na noite anterior. Não passou muito tempo para que se aproximasse e se agachasse junto a mim o homem do dia anterior. Perguntou se eu precisava de alguma coisa. Respondi que o mais interessante naquele lugar era a tranquilidade. Minha resposta tinha a intenção de afastá-lo. Mas não foi assim que ele entendeu;.

Este local é realmente um paraíso. Tenho um amigo que pertence a uma igreja que quer construir o paraíso na terra, disse a ele para vir aqui, o paraíso já existe, terminou sua sentença com um enorme sorriso. Depois me perguntou se eu mergulharia, pois, continuou, não era bom arriscar-se a uma insolação.

Ri de sua última palavra, e ele entendeu o meu gesto como sinal de simpatia. Caso eu entrasse no mar, estava pronto a me acompanhar, embora afirmasse que a praia, apesar de mar aberto, tinha as águas calmas. Permaneceu ainda ao meu lado por um tempo que me pareceu enorme. Não tinha mais o que falar. Eu também me mantive silenciosa.

Quando o sol atingiu aquele ponto limite sobre meu corpo, o estágio que aponta tênue divisa entre moderação e excesso, levantei-me, sorri ainda uma vez ao homem e caminhei para a beira d’água. O contraste entre a temperatura do meu corpo e a da água do mar provocou-me certo prazer. Mergulhei. Depois de dois ou três segundos voltei à tona. A água escorria pelos meus cabelos e borrifei através dos lábios um pouco da água salgada que sempre ouso experimentar enquanto mergulho. O sal sempre estimulou todos os meu sentidos. Dei as costas para a praia, pretendia admirar o horizonte. Mas o que descobri em primeiro plano foi o homem que me espionava na areia. Viera atrás de mim, também mergulhara e nadara, submerso, mais longe. Sorria, pouco a pouco aproximou-se. Notou que não me agradava, mergulhou de novo, deixando-me sozinha. Naquela tarde não mais o vi. Então, pude praticar algo que sempre me deu prazer, desde menina, sei que é uma bobagem, mas para mim tem significado. Tirei a parte de baixo do biquíni e o prendi no tornozelo, como se faz com uma pulseira em volta de um dos braços. Nadei apenas de top, de um lado a outro, sentindo o prazer da água fria entre minhas pernas. Pensei no homem que me espionara. Será que estaria por perto. Acho que gostaria de me encontrar nua, de poder tocar a minha pele, de me namoricar um instantinho que fosse. Achei até que poderia estar escondido, quem sabe submerso, e conseguisse descobrir minha nudez. Mas isto não aconteceu. Às cinco da tarde, voltei à pousada.

À noite, depois das nove e meia, encontrei Gorete de novo. Ficamos durante algum tempo no mesmo bar da noite anterior. Ela pediu sua bebida rubra, enquanto eu optei pelo mesmo vinho. Aqui, os donos de bar tem bom gosto, as bebidas são esmeradas, elogiei.

Gorete sorriu. Sua amiga, a mesma que a chamou da borda do bar na noite anterior, aproximou-se. Beijou-lhe ambas as faces. Gorete apontou para mim, a moça sorriu e acenou. Ao voltar, segurou seu copo, tomou um gole e falou:

Ela achou seu vestido lindo, disse que adora vestidos que vão até os pés.

Achei que ela preferisse sempre os de pouco comprimento.

Nada disso, o negócio dela é mais embaixo.

Ambas rimos.

Passava de uma hora quando saímos juntas do bar. Vamos andar de carro, sugeriu minha amiga. Ela se pôs ao volante, ligou o carro e deu a partida. Costeamos a praia, e entramos por uma pequena estrada que subia um morro. Na parte mais alta era possível ver o outro lado da enseada.

Bonito daqui, falei.

É muito bonito.

Será que o prazer vai ser o mesmo de ontem?, eu comecei a sentir o frisson que a noite emanava.

Acho que maior, ela sorriu depois da resposta.

Gorete dirigiu descendo a vertente oposta da montanha. Não havia ninguém, apenas nós deslizávamos estrada a baixo. Ao chegarmos à praia, ela desligou o motor, abriu a porta e saímos direto para a areia da praia.

A água aqui é quente, como a do lago, embora o mar seja aberto.

Tirei as sandálias, segurei-as com uma das mãos e caminhei até a beira. Verdade, a água estava quente.

Gorete aproximou-se e segurou-me pela cintura, levantou o meu vestido.

Não precisa fazer isso, eu mesma tiro.

Fiquei nua. Gorete abraçou-me. Ao apertar-me num abraço estreito, senti algo rijo onde deveria ser o sexo de uma mulher. Ela também tirou a roupa. Gorete tinha um pênis. Como eu não notara da vez em que estivéramos no lago? Ah, o prazer foi tanto..., pensei

Não se assuste, só se você quiser, falou, sem conseguir escondê-lo, sem conseguir evitar que crescesse ainda mais.

Olhei um tanto estupefata, mas me recuperei a tempo. Pensei muito, num curto espaço de tempo.

Já sei, dei uma sonora gargalhada, é você que rouba as calcinhas das moças da cidade.

Só as calcinhas? Já levei comigo tantos vestidos, elas adoram andar nuas, e adoram trepar comigo.

Sou como elas, eu enfim cedia, por aqui ninguém me conhece, faça a seu bel prazer, aja como se eu fosse uma delas. Corri e mergulhei no mar noturno. Gorete seguiu-me.

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