quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Deixo que me roube a fantasia

(Este é mais um conto de autoria da minha amiga Rosalinda. Ela se entusiasmou tanto com o carnaval...)

Clara, como está se sentindo com o término do carnaval?

Estou ótima, Ana. Antes da escola pisar na avenida, Joel fez a parte dele. Como sou rainha da bateria já faz cinco anos, não fico ansiosa com o desfile, consigo gozar tranquilamente. Joel chegou ao camarim da escola, eu estava com o meu corpo purpurinado, já me arrumando para a grande festa. Como sempre, ele nem pergunta se quero, com aquelas mãos macias começou a acariciar meus seios. Eu não resisti. Trancamos a porta, Joel percorreu todo o meu corpo com beijos provocantes. Penetrou com classe na minha estação primeira e gozamos ao som dos primeiros batuques da escola. E com você, Ana?

Eu te invejo, Clara, por isso perguntei. Meu parceiro predileto, o Gilson, que toca punheta ao som do pandeiro, não deu as caras. As mulatas sambam até o chão perto dele e ele aproveita o embalo. Semana que vem sei que vai aparecer por aqui, então mando pastar em outro pasto. Estou pensando seriamente em aceitar os assédios do Lauro. Lauro é magro, e dizem que homem magro tem pau comprido e duro. Se ele não rechear essa relação com beijos, linguadas e outras carícias, me encarrego disso; afinal, será um investimento que com certeza me dará lucro.

Nossa, Ana, você está decidida. Também quando chega o carnaval ninguém é de ninguém. O que vale é satisfazer o corpo.

Nesse momento entra Gilson. Ana, larguei tudo e vim aqui. Quero ter você, afinal é com você que tudo se concretiza.

A conversa acontecia na varanda que rodeia a casa de Ana. Clara entendeu a mensagem e se afastou para que os dois ficassem juntos, aproveitou o tempo em que eles com certeza dariam uma boa trepada para olhar os patinhos no lago bem ali próximo.

Gilson, assim sem esperar é muito mais gostoso. Meu corpo agora está bastante quente, estou a mil. Mas vê se não desaparece mais. Se isso voltar a acontecer, quando eu ficar nua no camarim da escola, passo no corpo aquele creme que uso antes de salpicar a purpurina e dou pro primeiro passista que aparecer. Você sabe, tem um monte de homem querendo me comer; no final do desfile, ainda deixo que me roube a fantasia.

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