quinta-feira, maio 02, 2013

Mastiga com vontade

– Por quanto tempo ainda você vai me deixar nesse canto da sala, apenas de calcinha? Já posei para as fotos que você pediu.

– Lena, por que as mulheres sempre escondem os seios quando nuas diante de um homem?

– Ora, porque é onde sentem mais vexo.

– Já deixo você se vestir, mas ouve primeiro esta história, ok? É de alguém que também posou aqui neste mesmo apartamento. Ela escreveu um livro de contos, e dedicou um deles a mim.

– A você?

– A mim, Lena, verdade. Ouve. Faz das minhas palavras as delas.


Ele deixou um bombom ao meu lado e disse: “quando estiveres prestes a gozar, me avisa, vou colocar o bombom na tua boca, mastiga então com vontade e engole tudo. Quero-te gozando também com o chocolate.”

Apenas ao escutar o pedido já fiquei arrepiada. Mas vamos do começo.

Cheguei à região dos Jardins às quatro da tarde. Não demorei a encontrar o endereço. Ao bater, veio atender uma espécie de governanta uniformizada.

“Pois não?”

Falei a senha.

“Por favor”, abriu caminho e me mandou seguir. Atravessamos o corredor comprido. Chegamos ao pátio, havia um jardim bem no centro.

“Atravesse o jardim e entre por aquela porta”, apontou à outra extremidade.

Segui em frente. Não deixei de observar as flores, que estavam tão vívidas. Ao atingir a porta desejada, bati. Ela fez sinal para eu mover a maçaneta. Obedeci e entrei.

Na antessala havia um aviso: tire toda a roupa e a pendure no cabide. Olhei para o interior do cômodo. Meus olhos demoraram a se acostumar à meia luz. Passei a mão nos meus próprios seios. Mesmo antes de me despir já me senti nua. Avancei dois passos, mas parei e olhei de novo o cabide vazio dependurado numa espécie de apoio transversal. Novamente li o bilhete: “tire toda a roupa...”

Um tanto vexada, cumpri o que me era pedido. Mantive os sapatos e a bolsa dependurada ao ombro. Sabia que devia continuar em frente, meu dever era entrar e explorar todos os cômodos. Após descobrir um dos toaletes e o quarto de dormir, entrei numa espécie de escritório. Uma das paredes abrigava várias prateleiras com livros que subiam até o teto. Uma escada de três degraus estava ao lado, era para os livros que estavam mais acima. Quando me voltei, vi um enorme livro de arte sobre a mesa. Tomei-o nas mãos, sentei na poltrona e o abri. De repente, brilhou a luz de um flash.

“Fotos não estão no acordo”, falei sem tirar os olhos do livro.

Apareceu um homem vestido de terno. Sorriu, baixou a máquina.

“Você será recompensada muito além do que espera.”

“Será?” Disfarcei minha nudez com uma parte do livro, depois o abracei como um agasalho que me salvaria do frio.  Com o sorriso, teci um manto para disfarçar a ponta de vexo que a falta das roupas me provocava.

“Gosta de chocolate?”, ele soube contornar a situação.

“Na maioria das vezes, sim”, respondi sorridente.

“Sirva-se”, apontou o pote com bombons, “chocolates servem como agasalho”, observou meu corpo arrepiado.

“São tantos, acho que vou me esconder debaixo de um cobertor”, vagarosa, mastiguei dois. O homem me esperava.

“Uma boa ginástica também serve de aquecimento”, apontou outra porta e fez sinal para que o seguisse. Entramos numa espécie de mini academia.

Antes de entrar no cômodo, reparei a porta. Era toda trabalhada com esculturas em baixo relevo. Retratavam mulheres nuas nas mais diversas posições. Ao ver que eu admirava a obra de arte, perguntou:

“Será que você consegue imitá-las no exercício?”

Entrei sem nada responder. Sentei num aparelho que se usa para aumentar o volume muscular das pernas. Fiz os primeiros movimentos.

“Ótimo, não sabia que você é tão boa nisso.”

Depois de alguns minutos, subi na bicicleta.

“Sempre quis pedalar nua”, sorri na direção dele.

“Então você vai querer vir aqui muitas vezes.”

“Quem sabe”, envolvi-o de novo na minha simpatia enquanto aumentava a velocidade.

“Ai, acho que vou perder a cabeça”, falei em meio às acelerações. “Acho que hoje a perco de vez.”

“Espere um pouco,  ainda há algo mais excitante”, apontou-me outra sala.

“Estou tão bem aqui sobre a bicicleta...”

“Deixe-a para outra hora, controle-se e venha comigo.”

Antes de atravessar a próxima porta, tive de me banhar num pequeno chuveiro manual. Ele fez questão de direcionar a chuveirada de água morna na minha direção. Entramos numa sala de banho. No meio, havia o ofurô, a banheira japonesa.

“A água está escura”, observei.

“Chocolate com uma pitada de licor, você não aprecia?”

“Chocolate?”

“Isso. Você entra primeiro. Eu vou depois e me banho junto com você.”

Enquanto ele se despia, falei de um ex-namorado.

“Ele deixou um bombom ao meu lado e disse: ‘quando estiveres prestes a gozar, me avisa. Vou colocar o bombom na tua boca, mastiga então com vontade e engole tudo. Quero-te gozando também com o chocolate.”

“Aqui faremos o mesmo, mas vamos tomar o chocolate todo, até deixar a banheira sequinha.”

“Jura?”, fiquei assustadíssima.

“Oh, se juro.”

Entramos. Em poucos segundos me tornei negrinha, a toca na cabeça me salvava os cabelos. Não tive de sorver todo o chocolate da banheira, pois morreria afogada. Mas os dois, bebemos boa parte. Depois lambemos um ao outro. E, no final, perdi a cabeça... Deixei que ele gozasse dentro de mim. Como não havia mais jeito, ainda mergulhei de boca no seu pênis, tudo misturado ao chocolate.


– E então, Lena, o que achaste?

– Não sei. Mas vou destapar os seios e estender os braços para aceitar um bombom de chocolate!

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