Minha amiga que mora em Glicério se entusiasmou e escreveu outra história. E essa é das boas...
Vim para esta cidade com a intenção de fazer a vida. Onde eu estava, não tinha mais chance de ganhar dinheiro. Também mesmo vindo de uma cidade grande, a profissão de prostituta por lá era muito concorrida. Os homens que apareciam eram de classe inferior, achavam que só porque estavam pagando podiam usar e abusar.
Assim que cheguei, logo perceberam o meu perfil. Gosto de roupas chiques. Sou de estatura pequena mas farta de coxa, bumbum, e os meus seios são duros e gostosos de apalpar.
Disputo o ponto com uma colega de profissão. Ela sabe que não tenho onde cair morta. Nas sextas feiras o bicho pega. Todas as prostitutas chegam cedo. Sabem que é dia de gringos petroleiros traírem suas mulheres, descarregarem as porras acumuladas durante a semana e liberarem a grana.
“Que é isso colega? Só porque sabe que o meu japonês hoje comparece você chega primeiro."
“Ih! Olha ela. Você é nova no pedaço, Chaveirinho."
“Nova sim, mas o japonês ficou mais satisfeito comigo. Ele goza na minha boca, rosto e espalha porra entre meus seios. Um dia coloquei uma azeitona abaixo do meu grelo e ele buscou com a língua. Tive um dos maiores gozos de minha vida. Sempre fingi na minha cidade natal. Os homens de lá só faziam sexo. Não beijavam a parceira, muito menos a elogiavam. O japonês não. Até faz juras de amor.”
“Com esse jeito romântico, você vai dar com os burros n`água. Aqui o que vale é a satisfação do freguês."
“Nossa, Alda, podemos fazer do nosso trabalho uma obrigação prazerosa."
Enquanto conversávamos o japonês passa e me mostra do seu carro em movimento a chave de uma suíte especial do Confort. Alda provavelmente pensa: Não é que a Chaveirinho está com cartaz?
Cinco horas depois apareço na rua da Praia com meus dólares. Alda me conta que fez um programinha atrás do mercado de peixe. Apareceu um senhor de uns setenta anos querendo ser chupado. Mas pagou pouco. Também a Alda já dá aquela buceta na rua da Praia há uns vinte anos. Nunca poderia competir comigo, carne nova chegada fresquinha.
Tenho esse apelido, Chaveirinho, por gostar de colecionar chaveiros esquecidos pelos clientes. Tem gente que pensa que o apelido surgiu devido à minha estatura baixa.
Nos feriadões, os petroleiros além de quererem tomar aquele chopinho no Ilhote Sul com os amigos, saem à procura de uma puta que satisfaça seus desejos. Santo de casa não faz milagre. Dão uma passadinha na orla ou até mesmo na rua da Praia para ver se acham um tira gosto mulher. Me veem lá com meu minishort branco transparente cobrindo a minúscula calcinha de oncinha. Lá vou eu, a Chaveirinho, a mais uma missão. Só que desta vez não é o japonês. Na ultima foda, ele comentou sua viagem mais recente ao Japão.
O moço me fez um sinal, quer me comer. Entro num jipe, e vamos para um motel. Ainda no carro:
“Você é tão apetitosa, já estou todo armado.”
"Você está armado e eu com vontade de ter o meu japonês."
"Sua puta, você sai comigo pensando no seu homem? Fora do meu carro!"
Fiquei na praia deserta até amanhecer. Nunca pensei que esses homens que saem com prostitutas tivessem ciúmes. Para mim valia tudo. Até falar a verdade, já que não finjo.
Um pescador que chegava de alto mar para descansar me viu e perguntou:
"Como esta sereia pôde chegar até aqui?"
"Agora estou precisando que alguém me leve de volta à cidade."
"Claro que levo."
Subi no barco para ancorar no mercado de peixe. Aquele senhor era honesto e não me deu mais nenhuma cantada. O dia passou tranquilo.
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