quarta-feira, dezembro 21, 2016

Meu namorado adora me deixar nua

Meu namorado adora me deixar nua, seja em casa ou em qualquer outro lugar, principalmente ao ar livre. É um arrepio, como gostamos, como gozamos. Ao irmos à praia, quando há pouca gente, tira-me o biquíni na própria areia, primeiro o top, depois a calcinha. Caso haja outras pessoas, entramos n’água; a primeira coisa que faz é me roubar o biquíni, literalmente, fico apenas de top. Certa vez me quis totalmente nua. Sem o top, as pessoas vão notar, tenha calma, adverti. Ele aceitou. Fiquei sem a parte de baixo durante uma boa meia hora.

Antes me surpreendia com tais investidas suas, contei então a uma amiga. Você não é a única a ficar nua em lugares públicos, assegurou, há outras que são até mesmo mais ousadas. Mais ousadas?, refleti. Contou-me o que faziam. E acho que fazem até hoje. Cada coisa de dar frio no estômago. Uma dirigiu nua, parou, saltou do automóvel e ficou na estrada a esperar pelo namorado que partiu para dar uma volta com o carro dela mesma. Além dessa, havia histórias muito excitantes. Até mesmo a de uma mulher encontrada nua de madrugada por um motorista que já a paquerava havia muito. Meu coração bateu mais forte. Será verdade?, quer dizer que há tanta gente nua por aí dia e noite?, perguntei curiosa. Isso mesmo, confirmou, mas não conte a ninguém suas aventuras, deixe que cada uma pense que é exclusiva. Engraçado, tememos mas, ao mesmo tempo, queremos aventuras e exclusividade. Lembrando as palavras de minha amiga, pensei sobre uma aventura que vivi e não disse a ela. Já saí nua de casa, não dirigindo o automóvel, mas sentadinha no banco do carona, sem suar de temor. Quero dizer, no começo fuquei um tantinho grudenta no assento, mas pouco a pouco me fui soltando. Correu tudo bem, meu namorado parou o carro num recanto arborizado, estacionou e trepamos ali mesmo. Mesmo depois de terminada a transa, eu ainda estava excitadíssima. Depois ele guiou pela orla, onde se reúnem muitos jovens para beber sábado à noite, mas me mantive tranquila, Chegou a sugerir quer saltar? Quem sabe, sorri desejosa. Tudo terminou bem. Quando entramos em casa, levou-me no colo, colocou-me no sofá da sala, tirou a roupa e escalou meu corpo, acariciou minhas carnes, descobriu em mim mais um ponto de gozo.

Semanas depois à praia, aconteceu algo engraçado. Ainda bem que não foi por aqui, onde moramos, mas duas cidades ao sul, num sábado à tarde, quase ninguém a tomar banho de mar, dois ou três casais, uns garotos ao longe jogando futebol. Ele tirou minha calcinha, como sempre faz quando entramos n’água. Mas, naquele dia, resolveu ir adiante. Roubou-me o top. Não tem ninguém por aqui, hoje quero deixar você nua inteira, disse e saiu da água levando nas mãos minhas duas peças. Recostou lá onde estavam as nossas coisas e cochilou. Aí surgiu, como que do nada, um homem. Tomei um grande susto. Mas, como não gosto de dar mancada, tentei manter a pose. O problema é que uma mulher de seios de fora é descoberta num piscar de olhos. Sem ter o que fazer, nada falei, a solução foi rir. Ele também riu. Você é bonita, afirmou no meu ouvido, bem pertinho, uma voz melodiosa, e ficou juntinho a mim; a seguir me segurou pela cintura. Ainda bem que não perguntou por que estava nua, eu morreria de vergonha. O desconhecido tinha talento, soube me deixar muito à vontade. Você só vai ter de cuidar de uma coisa, disse sorrateira e olhei para a areia. Ele já sabia, não precisei continuar. E o namorado?, lembrei a pergunta caso um dia contasse a história a alguma amiga. Adora me deixar nua, seja em casa ou em qualquer outro lugar, principalmente ao ar livre.

sexta-feira, dezembro 16, 2016

O biquíni dentro da bolsa

Ele me sussurrava enquanto namorávamos no seu apartamento, “você é muito gostosa, jamais vi uma mulher assim”. Sei que os homens falam sempre essas coisas para todas as mulheres, mas eu fingia que acreditava, já estava acostumada a tais elogios. Apenas me surpreendi quando ele acrescentou, “vou levar você à Floresta da Tijuca, vou tirar toda sua roupa e transar com você sobre a grama, depois lhe vou levar para passear inteiramente nua”. Arrepiei-me com a proposta, mas tentei não demostrar. Duas semanas depois, de novo em sua casa, entre beijos e abraços, eu disse, “você não cumpriu sua promessa”. “Que promessa?”, pareceu assustar-se. “Você falou que iria me levar à Floresta e me deixar nua”. “Ah, é mesmo, mas ainda vamos, ok?”, sorriu e me beijou os lábios. “Claro, estou esperando você me levar”. “Também quero levar você à praia e, dentro d’água, tirar o seu biquíni”, continuou. Lembrei-me de que havia contado a ele um episódio de adolescência, certa vez mergulhara de uma pedra, na então Praia do Flamengo, e senti uma sensação muito estranha, na verdade um orgasmo, no momento em que atravessei o espelho d’água, a temperatura baixa da água do mar me fez gozar. Afirmei também que mesmo tentando várias vezes nunca mais tive a mesma sensação, acrescentei que, algumas vezes, cheguei a tirar o biquíni dentro d’água em busca daquele gozo perdido, mas nada. Ele disse que iria me levar ao orgasmo na Floresta e na praia, que seria um gozo inesquecível. “Será?”, eu duvidava, mas o arrepio retornou.

Duas semanas depois fomos à Floresta. Subimos a serra de carro, ele dirigindo, estava um dia ensolarado de primavera. Chegamos pelas dez da manhã. “Tem muita gente”, falei, “acho que não vamos conseguir”. “Sempre se encontra um lugar deserto, a floresta é grande”, rebateu. Subimos, após várias curvas demos com um larguinho onde ele estacionou. Saímos do automóvel, eu levava uma bolsa de palha e vestia uma canga com o biquíni por baixo. Subimos por uma trilha. Às vezes encontrávamos outras pessoas, principalmente jovens, que pareciam preparados para longas caminhadas ou escaladas. Num estágio do caminho, havia uma plataforma que rodeava um grupo de árvores largas. Ele me puxou para a esquerda e entramos em meio à vegetação. Os galhos altos e as folhas das árvores filtravam os raios de sol. “É melhor a gente voltar num dia de semana, hoje tem muita gente”, eu disse um tanto temerosa. “Veja, aqui não há ninguém, e a gente pode ainda ir mais adiante”. Havia um corredor de árvores, mas nenhuma trilha. Às vezes o mato crescido no impedia a passagem. Contornamos uma pedra larga com vegetação que repousava sobre ela. Apoiei as mãos sobre alguns galhos para caminhar com mais segurança. Quando acabamos de contornar a rocha, nos deparamos com um local ainda mais retirado, que não havia vestígio de outras pessoas. As árvores, mais densas, tornavam o sítio escuro, e havia umidade no ar. Comecei então a sentir o tal gozo. Paramos atrás de uma árvore maior e nos abraçamos. Apressei-me a soltar a canga, dobrei-a com cuidado e a coloquei dentro da bolsa. Estava doidinha para ficar nua, mas ainda esperei um pouco, voltei a me agarrar a ele e a o beijá-lo na boca. “Tira o meu sutiã”, pedi baixinho. Ele soltou os laços e meus seios apareceram. Apertei seu tórax querendo sentir sua pele. Ele estava quente. Ficamos mais algum tempo abraçados, eu escondia  minha nudez superior dentro de seus braços. Como ele demorava para me tirar o biquíni, acabei eu mesma tomando a iniciativa. Não sei se estava temeroso ou se duvidava de que eu me aventuraria nua em plena floresta. Enquanto guardei o biquíni também dentro da bolsa, junto com o sutiã e ao lado da canga, reparei que ele olhou ao redor para se certificar de que estávamos sozinhos. Depois, fiquei agachada. Nua e agachadinha, a esperar por ele, queria que viesse por baixo. Ele entendeu o meu desejo, mas não quis tirar a roupa, apenas colocou o pênis para fora. Abocanhei de início aquele sexo gostoso. Após alguns minutos, pedi que se sentasse e fui sobre ele. Ficamos naquela posição durante muito tempo, eu me deliciando num intenso sobe e desce, deslizando o peru de meu namorado para dentro de mim e o trazendo de volta até a ponta, equilibrando-me para que não escapasse. Sentimos um sopro de vento a varrer aquela parte da mata, partículas de terra e folhas que me tocavam o corpo traziam-me intenso gozo, um orgasmo quase em dobro. Deitei e pedi que viesse sobre mim. Transamos demoradamente. Mas pelo meio da transa, descobri entre duas árvores, que estavam a uns dez metros de nós, duas fisionomias juvenis. Garotos nos observavam. Nada falei ao um homem, ao me sentir observada meu prazer cresceu, a mesma sensação que tivera ao mergulhar da pedra tempos atrás. Quando acabamos, meu namorado disse: “vamos à praia, agora quero você nua dentro d’água”. Acho que não vai dar, falei e sorri. “Por quê?”, ele fez uma fisionomia triste. “Enquanto trepávamos, alguém veio escondido e roubou minha bolsa, agora não posso voltar nua até o carro, você vai ter que arranjar uma solução”, eu disse, mas sem revelar preocupação alguma na fisionomia. Ele olhou, preocupado, para todos os lados, e deu com minha bolsa ao pé de um tronco, logo adiante. Caminhou dois passos e voltou com a bolsa. “Brincadeirinha”, falei, vamos à praia, sim, mas antes quero passear nua pela floresta!

terça-feira, dezembro 13, 2016

Ele vai me amar

Ele me telefonou. E toda vez que telefona sinto um arrepio. Perguntou se eu já tinha me separado.

“Você falou que estava se separando”, afirmou.

“Sim, falei, lembro, já me separei, sim.”

“Então...”, ele pronunciou e se calou.

Ele estava querendo encontrar comigo já fazia tempo, certa vez falou que viria aqui roubar minha calcinha, como fez certa vez quando namoramos. Eu sorri na ocasião, sorria de novo por causa do tal pensamento, enquanto segurava o telefone.

“Então”, repeti, “você quer falar comigo de perto, não é mesmo?, sugeri.”

“Isso, sim.”

“Então”, foi minha vez.

Como nada falava, achei que perdera o interesse. Quando eu estava casada o homem me telefonava, me convidava para sair, lembrava o tempo que fôramos namorados. Agora, ali, eu segurava o telefone, numa ligação interurbana, nada de confirmar as palavras que dissera outras vezes. Achei melhor tomar a iniciativa.

“Quando a gente se encontrar, vou sem calcinha.”

“Roubo tua saia”, rebateu e riu.

Outro arrepio, agora bem fundo. Não pela ameaça, mas porque o roubo já acontecera, além do sumiço da calcinha. Namorávamos à noite em um lugar deserto (gostávamos de aventura), um desvio da estrada, escuro, muitas as árvores, e ele a correr atrás de mim. Tirei a saia e pendurei num galho, a esmo, quis surpreendê-lo. Ele acabou me descobrindo, me abraçando. Beijou-me, um beijo demorado. A saia? Falou que se havia perdido, que não encontraríamos o galho que servia de cabide. A transa foi tão boa, que eu queria mesmo era ficar nua. Voltei para casa apenas de blusa. Ainda bem que ninguém pelo caminho. Dois dias depois descobri que a saia não se havia perdido coisa nenhuma, ele a trouxera escondida consigo, quis me pregar uma peça. Sua ação acabou por me excitar ainda mais. Ao parar o automóvel diante de minha casa, pedi que me comesse mais uma vez, ali mesmo, depois entrei em casa, na maior naturalidade. Isso já era passado, mas um passado que ainda me provoca frisson enquanto digito no teclado do computador. Talvez seja este o prazer do texto sobre o qual tanto fala Roland Barthes.

Talvez seja melhor sugerir ir ao encontro dele, pensei. Seria demais a ação? Estava sendo ousada? Afinal, o telefonema fora dele.

“Vou mandar umas fotos”, falei, “agora não há mais problema.”

“Fotos, que bom”, pareceu muito feliz. Imaginei sua face radiante, o telefone numa das mãos. “Mas como serão as fotos?”

“Não sei, vou pensar”, fiz mistério, “você vai gostar, comprei um telefone novo, faz self, as fotos ficam lindas.”

Enquanto esperava a voz dele, comecei a pensar nas fotos. Sou tão criativa, mas na hora de fotografar morro de vergonha.

“Isso”, ele disse.

“Isso o quê?”, assustei-me, será que ouvira o meu pensamento?

“Isso, as fotos, e bem bonitas, vou verificar, vou escrever uma história, você como personagem, levo pra você ler, nada de mensagem.”

“Ok”, concordei, “quando?”

“Amanhã ligo pra dizer o dia, tenho que resolver um problema de trabalho, mas é coisa rápida.”

Despedimo-nos. Sentei à beira da cama, uma vontade louca de ficar nua. Ele vai gostar, algumas fotos diante do espelho. A primeira com um vestido comprido, o vestido e a blusa de alcinha. A segunda, um vestido mais curto, ou mesmo uma saia, saia e camiseta. A terceira, de shortinho e top. Outra, de biquíni de praia. Já pensaram, o homem vai morrer de tesão. Mais uma, vestida apenas com a parte de baixo do biquíni; meus seios são rijos e pequenos, ele sempre adorou. A última foto, eu nua, apenas os olhos cobertos pelo telefone. Se a foto cair em mãos alheias, não vão saber que sou eu. Que arrepio, eu nuazinha, só o telefone a cobrir meus olhos, ele vai me amar!

terça-feira, dezembro 06, 2016

O presente e o frisson

Meus seios sempre foram grandes, não que isso me cause algum tipo de problema, muito pelo contrário, os homens adoram, e me olham com um desejo e tanto. Mas, às vezes, sinto um pouco de vergonha, principalmente quando uso blusas soltas. Não posso sair sem sutiã, ou sem algum tipo de top. Outro dia, um namorado insistiu para eu sair com ele sem o top.

“Já fico nua pra você, por que quer que os outros vejam meus seios?”

Ele nada falou, na verdade queria me exibir às outras pessoas. Fiquei um pouco chateada com a insistência e pensei em terminar o namoro. Nada de ser objeto de exibição.

Um episódio, porém, me surpreendeu e mexeu comigo. Aconteceu no último sábado. Eu caminhava pela praia, vinha do Pecado quando na altura do Durval me deparei com uma senhora que também caminhava. Ela vinha de camiseta e sem top, seus seios eram grandes e, apesar da idade, eram rijos e bonitos. Fiquei pensando por que andava daquele jeito, sem vergonha alguma e desejosa de mostrar o que tinha de mais bonito. Será que seu objetivo era arranjar namorado ou, quem sabe, sentia prazer em mostrar os seios?

“Jacqueline, você tem os seios grandes!”, exclamam minhas amigas caso me surpreendam nua, “queria ter seios assim”, dizem com certa inveja.

“Não é fácil ter os seios grandes”, rebato, “os namorados ficam loucos, e me querem sempre com os peitos de fora.”

Elas riem, acham ótimo, adorariam ter namorados como os que me aparecem.

E apareceu de novo o namorado que me desejava sem o top. Acabei saindo com ele, um sábado à noite. Fomos a um restaurante. Dele o convite. Um lugar aconchegante, à luz de velas. Bebemos vinho, culinária francesa, tudo do bom e do melhor. Será que vai me querer nua depois do jantar?, pensei. Lembrei na hora a mulher que caminhava pela praia de camiseta, sem o top. Ela seria a primeira a tirar a blusa. No final do jantar, andamos um pouco pela praia, uma brisa fresca, um arrepio. Ele contou uma história, uma viagem, barcos e aviões. O mar inspirava. No final, deu a senha.

“E então?”

“Então o quê?”, fiz-me séria, como se não o entendesse.

“Você vai me deixar roubar o teu sutiã?”

“Rá, rá, sorri forçada, você não esquece isso.”

“Como eu poderia esquecer, você com esses seios grandes é um charme.”

“Você quer mesmo meu sutiã?”

“Claro.”

Lembrei algo que eu queria comprar mais não tinha dinheiro, e era tão bonito. Falei a ele.

“Será que a loja está aberta, agora?”

“Quem sabe?”, respondi.

Deixamos o shopping para o domingo à tarde, pois era sábado, quase meia-noite. Mas fui para casa dele. Trepamos. Um gozo e tanto.

“Vou roubar teu sutiã agora, e quero que você vá apenas de blusa até lá fora”, o homem morria de ansiedade.

“Nada disso”, contestei, “você terá de esperar até amanhã.”

Ele esperou. No dia seguinte, fomos à loja determinada e ele comprou o que pedi. Não falo qual o presente porque morro de vergonha, as pessoas podem pensar que sou prostituta.

No carro, no escurinho da noite, ele:

“E então?”

Enquanto o homem dirigia, tirei a blusa, depois o top, coloquei as duas peças no banco traseiro do automóvel.

Com o presente na bolsa, valia a pena passear de torso nu, tanto mais no escurinho da estrada. Comecei a entender a senhora que passeava de camiseta e seios soltos à beira da praia. Um arrepio. Aliás, dois, o presente e o frisson.

terça-feira, novembro 29, 2016

Uma lágrima? De amor

“Ui, calma”, eu dizia a ele, “o quê?, você quer gozar na minha boca?”

Tudo começou com um ligeiro encontro, fazia tempo que eu não saía com homem nenhum. Mas aquele foi se chegando, conversando, sedutor que só. Eu esperava o metrô. E assim se sucedeu. No dia seguinte, logo à saída do trabalho, outro encontro. E a conversa comprida. Cada dia que se passava, maior a extensão.

“Vamos esperar o próximo?”

E esperávamos, já não íamos no primeiro trem.

Na semana seguinte, resolvemos passear pelo bairro. Perguntou se eu tomava cerveja?

“Não, não gosto, mas tem outra bebida que adoro.”

“Qual?”

“Vinho do porto.”

“Como você pode gostar de vinho do porto? É bebida de gente rica.”

“Como você sabe que não sou rica?”, perguntei incisiva.

Ele riu, quem sabe.

Sempre gostei do tal vinho desde que me ofereceram pela primeira vez, um namorado de paletó e gravata, que me levava pra jantar em Ipanema. Achei que o pedido, ao tal paquerador, iria afastá-lo de mim. Essa mulher gosta de coisas caras, diria. Mas não foi assim que aconteceu.

“Por que você não vem de vestido curto?”, perguntou.

“De trem, de vestido curto ou minissaia, nem pensar.”

“Por quê?”, fez-se de ingênuo.

“Os homens beliscam as pernas da gente quando o vagão está cheio, e não dá pra reclamar. Tenho uma amiga que perdeu a calcinha.”

“Como?”

“Imagine.”

Passamos a namorar antes de pegar o metrô. Na Central dávamos mais uma paradinha antes do trem. Mas ali não vendem vinho do porto.

No dia seguinte, enfim, ele me convidou pra ir a um hotel.

“Hoje não”, falei, “não estou me sentindo bem, amanhã ou depois.”

Sempre é bom criar um suspense. Ele poderia pensar, ela vai desaparecer e eu não comi esta mulher.

Mas, como prometi, ao entardecer de uma quarta-feira fomos ao hotel.

Nada posso reclamar, tudo foi tão bom. Mas senti que esfriei quando pedi:

“Não goza dentro não, por favor, tenho de fazer um exame amanhã.”

“Tudo bem”, ele contrapôs após trinta segundos, “mas deixa então eu gozar na tua boca.”

Por essa eu não esperava, não podia dizer a ele que jamais fizera aquilo. Quando estava pra gozar, ele sentou na cama e esperou que eu mergulhasse no seu peru. Mas hesitei. Cheguei a dizer, como que surpresa:

“Ui, calma, você quer gozar na minha boca? Vamos devagar.”

Mas ele não conseguiu se segurar, seu pênis esguichou três jatos de porra, uma delas atingiu meu rosto. Fiquei morrendo de vergonha.

Dias depois, nos encontramos de novo. Havia prometido a mim mesma retomar a transa fracassada. Mas não voltamos ao hotel. Ficamos conversando na estação de trens.

Demoramos duas semanas para trepar de novo. Até pensei que ele não mais me desejava. Enquanto chupava, tentei manter a linha, não queria demonstrar nenhuma tensão. Ficamos naquilo por uns dois ou três minutos. Foi então que resolvi segurar o pênis dele pelo talo, aquela parte de trás, quase junto ao saco, ainda puxei na direção contrária à minha boca. O pênis ficou ainda mais duro, e ele mais excitado. Até que explodiu. Eu, como por instinto, fiz um movimento de que iria me levantar, mas ele segurou minha cabeça e deu três esguicho muito forte, como na primeira vez. Quando me soltou, pensei em correr pro banheiro, mas apenas pensei. Ele tapou minha boca e me manteve na cama, apertou o meu nariz como se faz a uma criança quando vai mergulhar pela primeira vez. Estive a um triz pra engasgar. Sentiria vergonha. Uma lágrima escorreu dos meus olhos.

Minutos depois, quando nos preparávamos pra ir embora, ele perguntou:

“Você chorou?”

“De amor”, respondi.

Não queria dizer que era inexperiente naquela arte. Acho, porém, que convenci.

Depois de saltar do trem, tive de correr pra chegar logo em casa. Não sei se posso atribuir o mal estar a ele, mas estava morrendo de vontade para ir ao banheiro. Quando sentei no vazo, soltei tudo de uma só vez. Amanhã não apareço mais, cheguei a pensar.

No final de semana, contei a uma amiga, a tal que perdeu a calcinha no trem. Ela perguntou:

“Quer que eu vá no teu lugar?”

A partir de então me aperfeiçoei nessa arte. A arte de chupar. Marcamos e fomos para o mesmo hote. Ao entrar abracei-o e o beijei na boca, deitei-me na cama e pedi que tirasse minha roupa. Quando já estava nua, sugeri:

"Você rouba minha calcinha?"

Ele riu, pegou a calcinha, dobrou-a e guardou dentro da bolsa. Tirou a roupa e veio para junto de mim. Fiz que ficasse deitado e sentei sobre seu peru, que já estava duro que só. No início foi um pouquinho difícil, mas pouco a pouco fui ficando molhadinha. Após cinco minutos eu já o tinha dentro de mim. Era bom eu mesma poder controlar a transa, subia e descia, num exercício gostoso, o volume do seu sexo atingia-me as profundezas. Quando ele estava para gozar, tirei e mergulhei de cabeça. Chupei o pênis do homem o máximo que pude. Então, ele gozou. Três esguichos fortes, como sempre. Passei a língua em volta da cabeça para não deixar escapar uma gota de porra sequer; com a boca ainda quase fechada, sentia ainda o volume de toda aquela carne rija, depois levantei a cabeça e deixei que visse as contrações do meu pescoço. Estava engolindo tudo que ele ejaculara. Acho que hoje não existe ninguém melhor do que eu nesta arte. Mas havia a lágrima, dela eu não me conseguira livrar.

“Uma lágrima?", perguntou.

De amor!”, disfarcei.

terça-feira, novembro 22, 2016

Tudo bem ali à minha frente

Estou numa loja de moda, em M. Manhã de sábado. Oi, Mariana, que bom ver você, escuto. Viro-me. É Júlia. O que você compra?, quer logo saber. Um biquíni, digo resolvida. Um biquíni?, que bom, ela repete, está mesmo calor, mas você tem biquínis tão bonitos, ela continua, vejo você vez ou outra na praia. Tenho, falo e sorrio, mas vai chegar o verão e quero um novo. Aqui é uma boa loja, ela acrescenta, você vai encontrar um ótimo, e os namorados, hem?, ela pergunta sempre no plural, namorados. Tenho de rir. Namorados, então, é esse o motivo, ela me escuta. Quero me apresentar novinha em folha, ainda argumento. Já sei, ela é curiosa, você esta semana conquistou mais um. Hum, hum, respondo. Não se deve falar demais às amigas, a inveja mata. Espero-a sair para escolher o biquíni. Um azul, de lacinho, convite à sensualidade. Vou à praia agora mesmo?, os impulsos sempre me perseguem. Não. Este não é pra hoje. Vamos esperar o momento certo, digo a mim mesma, pedagógica, como me desse uma aula. Ando pelo calçadão de M. Muitas as pessoas, vãos às compras. Apresso-me. Numa galeria, tomo um refresco. Quando levo o copo aos lábios, o rapaz da loja em frente ri pra mim. Ele me conhece? Não sei. Talvez sim, tantos me conhecem. Mas não me namorou, tenho certeza, nada com os homens fáceis da cidade. Namoro agora alguém de longe. Não perguntei de onde vem, perguntas não ficam bem num primeiro momento, mas seu sotaque é quase estrangeiro, isso sei perceber. Tomamos uma bebidinha ontem à noite e comemos uns canapés. Meus lábios vermelhos de batom, e eu a colocar vagarosamente o canapé na boca, sem que tocasse os lábios, sem que manchasse o batom. O homem reparou, e quase enlouqueceu. Quis sair comigo dali mesmo. Vamos a um lugar mais tranquilo, sugeriu. Não, espere, tudo está tão gostoso. No final, sugeri que deixasse pra outro dia, quem sabe pra hoje. Sei que não se conformou, mas manteve a elegância. Sou escorregadia. Os homens me querem, mas eu deslizo pra longe, como se estivesse toda ensaboada, eles não conseguem me segurar. E, agora, vou com o meu biquíni, por enquanto na bolsa. Entro um das transversais e, na esquina com a Teixeira, encontro um amigo. Aliás, alguém que já me acompanhou à praia num fim de semana. Olá, Mariana, sempre bela. Tive de rir, e lhe beijar ambas as faces. Cheirosa, completou. Que bom, repliquei, ainda bem que há quem repare. Ele quer saber de mim. Minha face revela bem estar, felicidade, muito bom humor. Mas não permaneço ali, despeço-me, deixo-lhe saudades. Sigo em direção ao meu bairro, menos de vinte minutos. Tantas pessoas conhecidas. Seria bom viver onde ninguém me conhecesse? Não sei, talvez sim, talvez não. Vejo Mariângela, está na varanda. Caminho rápida, apenas um movimento de cabeça como cumprimento. A ela nada posso falar, tem fama de roubar namorados e, além de tudo, é muito levada. Esta é a palavra que usam por aqui quando a mulher é atirada, sempre a buscar namorados, envolvida com muitos homens. Alguém veio me contar que Mariângela adora estrangeiros. Por isso, tenho de me guardar a seus ardis. Caso contrário, roubar-me-á o homem.  Outro dia ela apareceu com um dinamarquês, homem grande, louro, de fazer qualquer mulher morrer de inveja. E ela é magra, não tem nada pra mostrar, não sei como consegue. Quem sabe suas fantasias não deixem os homens escaparem? O dinamarquês ficou com ela o tempo em que esteve na cidade Há quem jure que viu Mariângela nua, no banco do carona do carro dirigido pelo homem da Escandinávia. Ela fica para trás, entro em casa. O telefone toca: alô?. É ele, o tal que saiu comigo ontem. Não demora e já quer me encontrar. Vamos esperar até à noite?, proponho. Ele aceita. A vulgaridade é uma acusação estúpida, superficial, uma exigência de princípios que se transformou no mais cômodo refúgio da mediocridade. Penso nisso ao ver o vizinho da casa ao lado, vestido apenas de calção de banho, mangueira na mão a molhar a grama do quintal. Ele me descobre e acena, sorri, como gostaria que eu caísse em seus braços. Quem sabe, reflito, não é um dos bobalhões da cidade e, por morar ao lado, não creio que venha a ser vulgar. O rapaz me acena. Não quer vir, está calor, fala e ao mesmo tempo se molha com o jorro da mangueira. Acho tudo muito interessante, quase uma brincadeira de criança. Venha, venha se molhar, insiste. Não seria bom, penso em frações de segundo. Com um vizinho, logo alguém vai descobrir que entrei na sua casa, fico com má fama. Digo que preciso descansar, deixa pra outro dia. Ele faz uma fisionomia de quem tristeza, não é bom estar só, tanto mais num dia de sol como este. Saio rápida da janela, pois a tentação é muito grande. Volto-me para dentro da cozinha, procuro alguma coisa para por no fogo. Enquanto descasco duas batatas, minha imaginação voa, não me dá descanso. Desço. Visto um short, o biquíni por baixo. Não o novo, é claro. o biquíni que costumo usar ultimamente, não me desaponta, nem aos homens. Oi, tudo bem?, digo. Ele se apresenta, faço o mesmo, beijo-o nas duas faces, está calor mesmo hoje, acrescento. Conversamos amenidades. Ele diz que já me vê faz tempo, queria se apresentar à vizinha mas não tinha achado oportunidade, agora então... Carlos, o nome dele. Tiro o short e tomo nas mãos a mangueira. Ele continua em pé, às vezes olhas para mim, às vezes desvia os olhos para o jardim. Você é da cidade ou veio de fora?, pergunto. De fora, ele, mas conheço algumas pessoas da cidade, estou a trabalho, como hoje é sábado... Procura mostrar-se o mais agradável. Enquanto fala, despejo a água sobre o meu corpo. O calor arrefece, sinto imenso prazer. O ideal seria uma piscina, diz ele. A mangueira está boa, asseguro, você não tem amigos ainda?, estou curiosa. Alguns, do trabalho, mas amiga mulher você é a primeira. Penso nas mulheres das redondezas, são tão atiradas, será que ainda não sabem da existência dele, caso estejam cientes devem estar a caminho, correndo para atirarem-se nos braços de Carlos. Aqui todos são muito simpáticos, falo com o desejo de tornar a estada do homem na cidade a melhor possível. Já reparei, são todos muito sorridentes, sobretudo as mulheres, continua. Então ele já sabe, elas sorriem para ele, não demora e uma bate aqui na porta, de biquíni ou, quem sabe, nua. Entrego-lhe a mangueira, junto as mãos, um pouquinho acima dos seios, uma atitude sensual, mas involuntária. Ele dirige a ponta da mangueira para o próprio corpo e se molha intensamente, chega a fechar os olhos. Sua altura é de mais ou menos um e oitenta, tem os cabelos curtos, dentes muito brancos. Olha para mim e ameaça me molhar, faço fisionomia de que estou com medo, de que vou sentir frio. Diz brincadeirinha. Você frequenta muito a praia?, pergunta. Às vezes, prefiro a parte da tarde. Retoma a palavra, já sei você acorda tarde e o sol já está muito quente. Isso mesmo, replico, não gosto do sol me tostando, e à tarde a praia já não tem tanta gente. Você vai hoje?, sua voz soa quase como um convite. Hoje, não, tenho um compromisso logo mais, se eu for a praia vou ficar morta. Ele sorri das minhas palavras, na certa entende compromisso como saída com algum namorado. Tenho de voltar, digo, deixei a panela no fogo! Visto o short e volto à realidade, o fogão, as batatas e a água fervendo, corro à janela para ver se ele ainda está no quintal. Desapareceu. Fechou a torneira e a mangueira jaz sobre o chão, como uma cobra comprida e inofensiva. Volto à cozinha, aliás, antes tiro o short e a blusa, que calor, deixo as duas peças sobre a cama e volto a cozinhar batatas. É boa a sensação de estar nua, ninguém a incomodar. Enquanto as batatas vão mergulhadas na água quente, volto à sala, sento no sofá de dois lugares, quase junto à janela, cruzo as pernas, seguro uma revista e tento me distrair com a leitura. Como os homens gostariam de me ver assim, sem roupa alguma, eu magra mas sensual, chego a sentir arrepio. Na revista, procuro fotos de homens, talvez como o que vi há pouco no quintal da casa ao lado. Dizem que as mulheres são menos fogosas do que os homens. Mas, no meu caso, não consigo acreditar, sinto muito tesão, tenho até um pênis, desses que se vendem em sexy shop. Por falar nisso, por anda? Que tal procurar por ele agora? Levanto-me e vou a um dos armários. Acho que está guardado na parte superior, bem no fundo. Isso mesmo. Encontro-o, tiro da caixa. Engraçado, funciona a bateria, a cabeça movimenta-se, uma maneira de aumentar a sensação. Abro a torneira e o lavo, cuidadosa. Acho que a bateria pifou, mas sem problemas. Basta enfiar, vagarosamente. Volto ao sofá, recosto, e aproximo a ponta do pênis à minha vagina. Encosto-o. Movo-o para um lado, para o outro, nada de enfiar rápido. Gosto de tudo com muita calma. Começo a me masturbar. Esqueço da vida, tenho todo tempo do mundo. Enfio o pênis mais fundo, já o coloco até a metade, como é grande, maior do que o dos homens normais. Estou toda molhada, tesão a mil. Alguém toca campainha. Quem será a essa hora, duas da tarde de sábado. Abro a porta, vagarosa, assustada, estou nua, ponho apenas a cabeça no pequeno vão. Surpresa. O vizinho do lado. O que foi?, pergunto abrupta. Acho que você esqueceu alguma comida no fogo, está saindo fumaça pela janela da sua cozinha. Corro e desligo o fogão. As batatas, a água secou e eu nem senti. Volto à porta. O vizinho ainda está lá. Obrigada, sabe, se não fosse você, acho que minha casa pegava fogo, por falar nisso, quer entrar um pouquinho?, entre sim, você salvou a minha casa. Ele aceita. Entra. É lógico que antes peço que espere um instantinho. Vou ao quarto e jogo uma camiseta sobre o corpo, dessas que me cobrem até as coxas. Não esqueço de esconder o pênis artificial. Já não preciso dele, tenho um natural, um corpo de cheio de músculos, tudo bem ali à minha frente.

terça-feira, novembro 15, 2016

Tirou o biquíni e o entregou na minha mão

Na verdade, tudo não passou de uma brincadeira de verão. Íamos à praia para ter a pele bronzeada mas, principalmente, para olhar os rapazes bonitos. Apostávamos se viriam conversar conosco. Quando se aproximavam, fazíamos de conta que éramos mulheres difíceis, sérias, não incentivávamos a conversa. Mas sempre estávamos doidinhas para namorá-los. Às vezes quando entrávamos na água, algum deles mergulhava. Eu achava que era para ver de perto as minhas pernas, reparar o meu biquíni bem pequenino. Aí veio a Fanny com a tal brincadeira:

“Quer valer como não descobre?”, perguntou.

“Não descobre o quê?”, eu não havia entendido.

“Não descobre que você está nua.”

“Nua? Como?”, custei a perceber o que ela insinuava.

“Vamos apostar”, falou. “Tiro o biquíni, deixo com você, quando um deles vier conversar aposto que não descobre.”

“E se descobrir?”

“Não descobre, não; nem vou pensar nisso.”

Ela não se fez de rogada. Tirou o biquíni e o entregou na minha mão. Ficou apenas de top. Veio um, veio dois, conversaram durante vários minutos, acho que uma meia hora. Nenhum deles deu falta do biquíni. Quando percebi que ela ganharia a aposta, sai da água e levei a peça comigo.

Depois de algum tempo, Cecília apareceu e me falou:

A Fanny está chamando você, e olha que está furiosa?”

"Onde ela está?"; fingida, eu.

"Lá, dentro d'água", apontou.

“Ok”, respondi.

Voltei.

“Você saiu da água, cadê o meu biquíni”, perguntou, parecia tão calma, uma artista a Fanny..

“Guardei lá na minha bolsa”, falei. “Espere que volto já.”

Então ela mergulhou rapidinho. Sem que eu esperasse, desfez os meus lacinhos. Só entendi o ardil, quando senti o biquíni escapar.

“Volto logo, deixa que eu mesma vou buscar”, falou e se afastou.

“Ei, volte aqui”, gritei agitadíssima. Ela vestiu o meu biquíni e se foi.

Ao me perceber só, fiquei quietinha, temia atrair alguém. Estava, porém, desesperada.

Depois de intermináveis vinte minutos, lá veio ela de volta.

“Que susto, Fanny, pensei que você não voltaria.”

“Fiz isso pra você ver como é estimulante correr risco”, fez cara de santa e me devolveu a calcinha. Estava escondida dentro do seu biquíni.

Suspirei, então:

“Fanny, você tem razão, é muito bom. Fiquei e estou toda trêmula, mas acho que gozei.”

Ela riu e completou: “gozou sem que algum dos rapazes viesse conversar com você? Espere que vou deixar você nua de novo!”

“Não, Fanny, por favor, assim eu morro.”

“Não morre, não.”

Realmente, não morri. E à noite ainda acabei pelada pelas mãos de um rapagão, o que mostrou os olhos mais abertos durante o dia. Era tudo o que eu queria.

terça-feira, novembro 08, 2016

Você ficou nua, como a mulher de quem acabou de falar?

Certa vez eu falara a ele que faria uma surpresa. Havia comprado uma sainha, improvisaria uma blusa curtinha, vestiria o conjunto e desfilaria à noite, só pra ele. Mas nunca cumpri minha promessa. Sempre que o encontrava, saíamos, víamos um filme e depois jantávamos num restaurante da orla marítima. Na volta, logo ao entrarmos a casa, nos agarrávamos e nos beijávamos. Ele, então, tirava minha roupa e mergulhávamos num sexo quente, pleno de ardor. A surpresa ficava sempre para a próxima semana.

Mas na semana passada resolvi fazer o contrário. Quando ele chegou pra me pegar, eu vestia a tal sainha e blusinha, levava nas mãos uma echarpe, para caso de um frio repentino. Percebi que ele se surpreendeu, porém nada falou. Entramos num táxi e fomos ao cinema. Dentro da sala, outro ato inesperado de minha parte. Tomei uma de suas mãos e a coloquei sobre minha coxa esquerda. A mão quente tomou grande parte da minha perna, a sainha subira confortavelmente. Ele chegou mais perto, moveu o tronco como se quisesse arranjar-se mais confortável na poltrona. Ainda no escuro do cinema, beijamo-nos, cheguei a sussurrar no seu ouvido gostou? Ele me beijou mais uma vez. Há muito que prometo, cheguei a soprar. Ele relaxou no recosto e assistimos ao filme.

Você, com essa sainha, o melhor seríamos ir a uma boate, vai fazer o maior sucesso, sugeriu. Uma boate apenas para nós dois?, insinuei. Não, uma boate de verdade, você dançando agarradinha a mim. Tudo bem, concordei.

A boate era bem pequena, havia o bar e a exígua pista de dança. A música, como sempre, era alta, ecoava terrivelmente em nossos ouvidos; as luzes, de enlouquecer. Como estava muito cheio, ele me abraçou e não me largou um momento sequer. Acho que temia que eu fosse levada por algum homem sozinho, ou alguém a me enfiar as mãos sob a minissaia. Bebemos as nossas caipirinhas e dançamos agarradinhos. Algumas mulheres também se agarravam aos homens. Havia alguns que ficavam ao redor da pista, aguardavam olhares maliciosos. A ideia da boate fora boa. Eu me soltava, acelerada pela bebida. Depois de algum tempo, percebi alguns estofados, rodeavam as paredes da boate, onde namoravam mulheres e homens; alguns, pelos gestos ousados, pareciam apaixonados. Dançávamos alucinadamente, ele resguardava-me com as mãos, não desejava perder nem mesmo um milímetro do meu corpo. Percebi entre as mulheres uma que dançava com um micro vestido. Não podia levantar os braços sob o risco de deixar seu bumbum de fora. Como era safadinha, vez ou outra se exibia, girava, e revelava. Os homens a olhavam, queriam-na nua. Um deles chegou-se a ela, abraçou-a e, disfarçadamente, tocou suas coxas. Ela jogou o corpo pra trás, inclinando-se num precário equilíbrio, o vestido subiu um tantinho, o suficiente para revelar que ela estava totalmente depilada. Não sei dizer por quê, mas senti inveja da mulher. Queria eu fazer o mesmo? Meu namorado continuava a me abraçar. Estou morrendo de tesão, disse no seu ouvido, em meio a todo o barulho da boate. Mas ele escutou. Saímos da pista e nos colocamos em uma das extremidades, onde não havia tanta gente. Queria que houvesse um buraco, falei. Um buraco?, repetiu como se não entendesse. Pra você me deixar nua e me comer, acrescentei. Olhamos em volta. A parede era forrada de veludo, muita gente se agarrava encostada nela; no fundo, os toaletes; ao lado uma porta sem letreiro. Pedimos licença e escapamos. Meu namorado mexeu na maçaneta, a porta abriu-se. Lá dentro, outros casais, mais estofados, pessoas que se agarravam. Numa ponta, descobrimos um lugar vago. Sentamos, eu sobre seu colo. Imaginem, eu de sainha, as pernas abertas, sobre as pernas de meu namorado. Ninguém olhou pra nós, não estavam interessados. Não fizemos o principal, mas senti o seu sexo no meio das minhas pernas. É melhor irmos, ele disse, vamos nos agarrar em um lugar em que fiquemos à vontade. Tudo bem, consenti. Queria sentir seu pênis dentro de mim, na posição em que estávamos não era possível. Olhei ao redor e reparei que ninguém trepava ali, apenas as saias, ou vestidos, iam acima da discrição exigida. Enquanto ele foi ao caixa pagar nossos cartões, corri ao toalete, um quadrado também muito estreito, onde cabiam duas pessoas diante da pia, ou do espelho; meio metro atrás estava uma porta de metal que dava entrada ao local onde ficava o vaso. Diante da pia, havia quatro mulheres, a princípio não entendi o que discutiam. O mais curioso: uma delas estava inteiramente nua. Perguntei se a cabine onde ficava o vaso estava disponível. Uma delas disse sim, as outras continuaram discutindo. Entrei, fechei a porta e prestei atenção à conversa. Você fala com ele, ele vai resolver, sempre resolve, falou a que estava nua. Outra interveio com duas perguntas repetidas, como se estivesse muito surpresa: mas como?, mas como? Depois explico, disse a nua, vá falar com ele, não é a primeira vez que acontece. Saí da cabine, perguntei se poderia lavar as mãos. A nua afastou-se e apontou a torneira, não demonstrava vexo algum. Ao abrir a porta do toalete ainda ouvi as mulheres: quando amanhecer, quero saber como você vai fazer pra sair pelada da boate, fale com ele, ele vai resolver, está muito barulho... As vozes se perderam, abafadas pela música alta e bem ritmada. Meu namorado abraçou-me, saímos e tomamos logo um táxi.

Enquanto o táxi rolava pela orla da lagoa, contei ao namorado sobre a mulher nua no banheiro. Sabe, achei aquilo muito engraçado, a mulher dava a entender que não tinha o que vestir, como pode ter acontecido?, certamente ela não saiu nua de casa. Ele riu, talvez tenha achado o assunto excitante. Já terminei nua a noite, mas faz tempo, aconteceu num daqueles bailes de carnaval de antigamente, rolava de tudo. Você ficou nua, como a mulher de quem acabou de falar? Sim, fiquei, todo mundo ficava, o que tem? Nada, nada, ele disse preocupado de que eu não ficasse aborrecida. Acho que sua pergunta revelava por que a mulher estava nua, devia ter acontecido o mesmo que acontecia a nós naqueles famosos bailes. Você gostou da minha sainha?, disse baixinho no seu ouvido e o beijei. Adorei, ele respondeu, mas prefiro você sem ela. Sem ela?, repeti. Isso mesmo, acrescentou, sem a saia. Então tira, pode tirar, me deixa nua, soprei-lhe. Mas aqui no táxi?, pareceu surpreender-se. Não faz mal, a nua serei eu. Então, ele atendeu o meu pedido, quero dizer, a minha quase súplica, porque eu já estava morrendo de vontade de trepar com ele. Ele resolve, fale com ele que ele sempre resolve. Enquanto eu gozava, a voz da nua ecoava na minha cabeça.

terça-feira, novembro 01, 2016

O sofá

O sofá jazia na rua, junto a um poste. Esperava pela compaixão de alguém. Ou pelo caminhão da limpeza pública. Era um sofá de pano. Via-se que estava gasto, um tanto desbotado, mas ainda servia. Quem quisesse sentaria nele e descansaria. Não era isso, porém, que me despertava o sofá. Lembrava um namorado. E fazia mais de dez anos. O namorado tivera um sofá semelhante. O pano estampado de listras cinzas e brancas. O namorado insistira em me levar ao seu apartamento. O namoro ainda ia cru, duas semanas de encontros, apenas. Eu não queria, não do jeito dele. O sofá jazia na rua. Ninguém viera buscá-lo até aquele momento. Nem havia alguém que o espreitasse. O sofá do namorado era convidativo. Ele perguntou se eu bebia alguma coisa. Havia vinho e cerveja na geladeira. Não, obrigada. Bebera momentos antes num bar, com ele. Insistira e eu acabei sentada sobre o sofá de sua sala. Uma sala limpa, aceitável, alguns livros numa estante. Cruzei as pernas, o vestido comprido, de flores verdes e fundo branco, escondia minhas pernas. Esperava a reação do namorado. Ele observava minha fisionomia ressentida. Vencera. Conseguira-me sentada no seu sofá. Descruzei as pernas, olhei-o desafiadora. Por que a mulher sempre é levada ao local mais fácil?, acho que pensei naquele momento. Merecia um hotel. Não o Palace, mas um hotel razoável, paredes claras, a luz quebrada ao meio. O sofá era convidativo. Ele sentou ao meu lado. Deu-me um longo abraço, um começo de beijo. Eu, rígida, como se não quisesse o beijo, como se recusasse o abraço. Não queria o apartamento, muito menos o sofá. Sentia-me vencida. Sim, eu era uma mulher vencida. Mas não sabia dizer o que seria uma mulher vencedora. Não naquele momento. Descobriria duas ou três horas depois. Mas a dor de se sentir vencida é um fato quase irrecuperável. O sofá, o da rua, eu diante dele fazia tempo. Quem via a mulher louca diante daquele refugo? Louca ou mendiga, dá no mesmo. Minhas roupas, no entanto, revelavam uma mulher limpa. Talvez queira levar o sofá para casa, alguém pensaria. Talvez esteja cansada e queira sentar. Nada disso. Era o namorado. Eu estava sentada ao seu lado. De repente levantei, dei alguns passos. Queria conhecer o resto do apartamento. Começava a conquista. Entrei no quarto, caminhei até a janela. O outro lado da rua, um prédio de apartamentos, uma mulher passou rapidamente de um cômodo a outro. Estava envolvida numa toalha. Sua rapidez revelava o desejo de não ser descoberta. Voltei à sala. Entrei na cozinha, na área de serviço, nas dependências de empregada. Havia um secador pequeno na área de serviço, pequeno e vazio. Ele não lavava as roupas? Voltei à sala. Sorria dentro de mim. Ele não lavava as roupas. Ele ainda sentando, à espera. Seu olhar indagativo. Eu aceitava? Não sei. Entrei no quarto mais uma vez e deitei na cama. Venha até aqui, gritei. Deitada, esperava que subisse sobre meu corpo. Seu vestido vai ficar todo amarrotado, preocupava-se ele com meu asseio. Não faz mal, não ligo aos vestidos. Deitou enfim sobre mim. Beijou-me. Um beijo longo. Assim que acabou, tirei o vestido e o arremessei sobre uma cadeira. Arre a todos os vestidos. Meus seios se aprumaram. Ele sabia que eu não usava sutiã. Deitei-me e ele veio de novo sobre mim. Tira minha calcinha, ordenei. Sou eu que rejo a orquestra, falei dentro de mim. Começamos um duelo vigoroso. Eu sabia que não haveria vencedores. E numa orquestra há muitos homens. Homens e mulheres. No sexo, ambos ganham. Ou perdem. Depende do ponto de vista. Mas o vestido sobre a cadeira mostrava minha determinação. Uma determinação de mulher que não tem medo de sair nua andando quadras e quadras. Eu era essa mulher. A princípio vencida pelo namorado, levada cordata à sua casa. Mas depois. Bem, depois há sempre aquele que diz que já não é possível a vitória. Mas eu vencera. Tanto vencera que fiz questão de reger uma orquestra. Eu, que jamais aprendera música nem sabia tocar instrumento algum. Uma mulher que não tinha a preocupação de ir embora amarrotada. Melhor, então, a vitória final. Não iria embora amarrotada. Não iria embora. Ou Iria embora nua. E de cabeça erguida. Os seios aprumados. Seria presa? Não me importava a prisão. Importava reger a orquestra. Antes de sair ainda sentei uma vez no sofá. Para calçar a sandália. O sofá. Que jazia na rua. 

terça-feira, outubro 25, 2016

Trepar pelo zap

Ele me enviou uma mensagem pedindo uma história. Lembrei então que, no meio de todo o fogo da nossa última transa, perguntei se gostava de ouvir sacanagem. A maioria dos homens gosta, principalmente na voz das mulheres. Talvez fosse isso, agora ele pedia por escrito. Sou boa na fala, mas no papel... Não respondi logo, também achei imprudente dizer que não entendera seu pedido. Dois dias depois enviei a história. Ele respondeu, mas em forma de convite, queria me encontrar de novo.

Você quer enfiar no meu cu?, quer? Eu trouxe uma pomada, você passa no meu rego e enfia, você vai gozar muito. Você quer que eu pegue?, mas deixe contar mais uma coisa. Calma, por favor, se segura, não vai gozar agora. A pomada é geladinha, e como eu gozo, acho que gozo primeiro com ela, depois com o teu pau. Mas escuta, eu trouxe também uma renda branca, transparente. Sabe que já saí uma vez enrolada nela. Verdade, era de madrugada. Não preciso dizer que deixei o homem louco. Quem? Ah, um homem que estava comigo. Desenrolei a renda do meu corpo e fiquei peladinha no banco do carona. Ele dirigiu pela Dutra, a renda pela janela do carro, eu segurando pela ponta dos dedos. Quase escapou. Já pensou?, eu ter de voltar pelada pra casa?, mas pelada ou a renda era a mesma coisa. Vou pegar, está na bolsa, a renda e a pomada, mas primeiro a renda, desfilo pra você, vou lá fora, fica bonitinha, viu, posso vestir como um vestido longo, ou como um minivestido, ou vestidinho, não sei como dizer, então tem de ficar dobrada, perde um pouco da transparência, mas minhas coxas nuas são um tesão, ameaçam mostrar tudo. Você quer?, mas espera, quero dizer mais uma coisa. Trouxe também um creme, um creme para o corpo inteiro. Você passa sobre a minha pele?, espalha bem? Não imagina como sinto prazer com isso. Eu, toda brilhosa, bastante cremosa. Mas uma coisa de cada vez. Primeiro a renda e o desfile, mesmo aqui no quarto do hotel, ou ali fora, quem sabe, desfilo e bato à porta pra você abrir; depois o creme sobre o corpo inteiro, você querendo me agarrar e eu toda escorregadia, um gozo só; no final, a pomada, mas é preciso ter cuidado, se a dose for grande vou engolir tudo muito rápido, você tem de passar a medida certa, caso contrário teu pau vai afundar dentro de mim, aí não vou sentir muito prazer. O gozo está em eu sentir a medida certa, ou em eu ter de me equilibrar sobre um estreito fio de arame. De cada lado está a possibilidade de eu perder o gozo, o ato de continuar avançando sobre o fio será o próprio gozo. Por falar nisso, você já viu uma mulher gozar? (Ai, pro zap essa história já está imensa), você já viu? Acho que não, as mulheres quase não gozam, ou gozam muito pouco. Mas eu gozo, gozo muito, você vai ver. A pomada na dose certa, quero sentir uma ardidinha, um pouco de arrepio, você enfiando em mim. Calma, não, agora não, se segura, nem peguei todas as coisas que trouxe. Você não aguenta?, por que os homens acabam com o prazer sempre tão cedo? Vamos fazer diferente. Goza aqui, na minha boca, está vendo? Vai. Cuidado pra não escapar. Vou engolir tudinho. Você nem vai precisar tapar meu nariz. Agora, goza tudo. Sei, sou tagarela, mas não falo mais, abro apenas a boca...

terça-feira, outubro 18, 2016

Melhor mesmo é fotografar

Não faz muito tempo, eu era maluquinha. Namorava todos os homens que apareciam no meu caminho. Ganhava tantos presentes, que não tinha onde guardá-los. Certa vez vivi uma experiência sedutora.

Conheci um fotógrafo. Devido à profissão, ele não perdia a oportunidade de fotografar tudo que achava interessante. Então, aproveitava também para fazer umas fotos minhas. Naquele tempo ainda não existiam as máquinas digitais. Fazíamos as fotos e tínhamos de esperar alguns dias para ver se ficaram boas. Toda semana, pedia para ele me fotografar. Ele atendia, e as fotos iam se avolumando. Tenho todas as cópias até hoje. Numa determinada fase do nosso namoro, quando já vivíamos mais intensamente a relação, pedi que me fotografasse nua. No início, recusou. Mas depois, após eu insistir, começou a fazer as fotos. Às vezes eu usava algum tecido para cobrir determinadas partes do corpo, só para provocar quem acaso viesse a apreciar as fotos. Mas, na maioria, eu saí nua por inteiro. Toda mulher tem um ponto vulnerável, e o meu passou a ser as fotos de mim mesma. Certa vez, tentei pregar-lhe uma peça. Levei uma das fotos a uma agência de publicidade. Queria que fizessem um outdoor. Perto de onde eu morava, havia um monte deles. Após insistir e pagar uma pequena fortuna, consegui o outdoor por três dias. Eu aparecia nua, mas de perfil; no alto, ia escrito: “venha, Antônio, estou lhe esperando”. Ninguém de onde moro me reconheceu. Pelo menos foi o que pude deduzir. Lembro que saí de casa todas as manhãs para passear bem defronte à minha própria imagem. Houve apenas duas diferenças entre a mulher da grande foto e eu. Passeei vestida e de óculos escuros. Nem meu namorado percebeu a minha imagem. Mas faço uma ressalva: ele era muito distraído. Depois de substituída a foto por uma propaganda qualquer, contei a ele. Mas não acreditou.

O tempo passou. Meu namorado foi embora do Brasil. Eu não quis acompanhá-lo. Fiquei por aqui. Daí surgiram outros. E como não descobrissem o meu ponto fraco, eu lhes soprava no ouvido, você não tem uma câmera? Após a primeira foto, eles também se tornavam dependentes dessa arte. E do meu corpo.

Chegaram, então, as digitais e os celulares que fazem fotos. Tudo ficou mais fácil na minha vida de namoradeira prestes a ser clicada nua. Cada admirador passou a colecionar um punhado de fotos minhas.

O engraçado é que sempre após o término dos namoros, as fotos ficavam com eles. Aliás, houve um que, tristonho, voltou com o intuito de devolvê-las. Nada disso, disse-lhe eu, fica de presente. Mas você está nua, ainda tentou me convencer. Não tem problema, retruquei, o que há de mal nisso?

Na semana passada, após longo inverno sem namorado, surgiu a ocasião de a maluquinha aqui entrar em ação de novo. No apartamento do homem, pedi, faça uma foto minha. Ele atendeu. Pedi mais uma vez, quero uma foto nua. Nua?, replicou, acho que fingindo surpresa. E fui tirando a roupa. E foi ele me clicando. Depois das fotos, ainda nua, contei-lhe a minha longa história de fotografias. Lógico que sem ressaltar os namorados. Você não tem medo que essas fotos vazem?, arregalou os olhos. Vazem?, repeti. Isso mesmo, que caiam na internet?, acrescentou. Nunca pensei nisso, respondi, e não vou me preocupar agora, mas peço uma coisa a você, ok? Ok, respondeu, já sei, que eu tome muito cuidado com essas fotos... Nada disso, concluí, quero que você venha até aqui bem pertinho, tire a roupa e enfie esse peru gostoso bem fundo dentro de mim. Ele veio. Sabe, sussurrei-lhe no ouvido, esta história de fotos é muito boa, melhor, porém, é trepar, e uma trepada bem gostosa...

terça-feira, outubro 11, 2016

Vou como a cadela

Não sei como o conheci. Rondo sua casa e espero que ele me veja. Talvez pense obra do acaso, não conta que planejo tudo de modo meticuloso. Como, no entanto, demora a aparecer, começo a ficar preocupada. Já faz três semanas. Todos os dias levo a cadela a passear. Contorno a quadra, dobro à primeira rua, mais alguns passos e desfilo diante da casa dele, uma construção de dois andares, janelas de madeira, uma árvore frondosa no terreno de frente. No bairro, de um tempo para cá começaram a subir os muros. Segurança, medo de roubos, não sei. O que posso dizer é que tiram a beleza original das casas, algumas de mais de meio século. A sua não é tão antiga, talvez vinte ou trinta anos. Espero que a porta se abra, que ele surja, de preferência só, saindo para as  compras ou para o trabalho. Não sei se trabalha, pelo aspecto parece uma pessoa de certa cultura, talvez escritor, ou quem sabe diretor de cinema. A cadela puxa a guia, cheira a terra junto a uma pequena árvore, procura indícios de outro cão; eu, atrás. O que é capaz de fazer uma mulher quando está apaixonada? A pergunta martela minha cabeça. A cadela não quer esperar, puxa, deseja outros sítios. Começo a pensar em espionar a casa, sozinha. Deixo que ela me conduza, segue dando a volta na quadra, depois para, me olha, espera minha decisão, já não tem capacidade de cuidar da própria vida.

Penso voltar à noitinha, à hora que ele provavelmente entra. Mas como ter certeza de que ele voltará ao entardecer? Caso alguém me veja rondando a casa por muito tempo, suspeitará, quase ninguém circula na rua, a exceção são os próprios moradores. Melhor será o amanhecer, quando as pessoas saem para o trabalho, poderei trazer de novo a cadela. Caso dê com ele, como chamar sua atenção? Não ficará bem correr até o homem e fazer uma declaração de amor. Essas coisas não estam na moda e, na verdade, são coisas de cinema. Na verdade, ele é que precisa olhar pra mim e sentir alguma atração. Por isso, visto uma short bem pequeno e uma camiseta. Minhas pernas, sempre admiradas pela maioria dos homens, funcionarão como instrumento de sedução também para ele.

Sigo o que programei durante cinco dias, mas nem vestígio do homem. Na semana seguinte, abandono as investidas. Saio com a cadela, mas ando nas proximidades de onde moro, o pequeno animal parece satisfeito, cansa-se menos.

No sábado, aceito o convite de uma amiga. Encontro-a num bistrô, ao entardecer. Quando estamos conversando, colocando as novidades em dia, eis que ele se aproxima. Entra no bistrô e senta a uma das mesas, bem ao centro. Acompanho seus movimentos. Também tento prestar atenção na história que me conta Sara. Mas confesso, sua voz se perde no vazio. Ao mesmo tempo, faço de tudo para que ela não note que estou transtornada. Minha amiga fala sobre um namorado, sua voz traz algum entusiasmo, mas, pouco a pouco, perde a entonação inicial. Fico a pensar qual a causa, quem sabe minha desatenção. Se esse o motivo, nada comenta. No final, diz que depois de sair duas ou três vezes com o homem, perdeu-o pra outra mulher. Mas por que ele não ficou com vocês duas, digo sem muito refletir. Faz cara de espanto, depois cai na gargalhada. Ele, da mesa onde bebe uma pequena garrafa de cerveja, olha para nós duas, mas depois volta às páginas do livro que tem sobre a mesa. Você fala como a Gisele, intervém, ela bateu à porta de um homem e disse que queria ir a um restaurante com ele, nem notou que ele morava com uma mulher; dias depois o encontrou de novo, então trepou com ele na garagem do prédio onde moram, dentro do automóvel. Por que ela não levou o homem ao apartamento dela?, quero saber. Não sei, não falou sobre isso, ela pensa como você, não se incomoda em dividir o homem com outra, minha amiga termina e espera minha reação. Quero dizer que não penso assim, que minha concepção de relacionamento é outra, mas acho inútil a explicação.

Ficamos mais um quarto de hora no bistrô, às 6h30min minha amiga diz que precisa partir, tem um compromisso. Após ir embora, penso em voltar e tentar seduzir o homem, mas ele está tão concentrado na leitura, que acho inútil qualquer iniciativa minha. Volto pra casa.

Entro. A cadela vem fazer festa. Depois se coloca junto à porta. Quer passear. Pego a guia e vamos para fora. Qual caminho seguir? O tal quarteirão, talvez, quem sabe. Não posso ir tão vestida, penso. Já sei, vou como a cadela!

terça-feira, outubro 04, 2016

Lívia queria, e podia, transformar o jogo em amor

No fundo mesmo, ela se julgava uma deusa. E as deusas apareciam nuas. Ao menos nas estátuas. Se haviam sido reais em épocas remotas, ninguém podia afirmar. Mas Lívia era real até demais, às duas tarde, numa praia do litoral norte. E ganhava quando comparada a uma deusa grega ou romana. Lógico que não tirava a roupa sob o sol. Ao entrar na água do mar chamava Clara, uma adolescente que a acompanhava no último verão. Não sei o que provoca em você tanto arrepio, observava a menina, deve ser porque a água está gelada, completava. E a deusa mostrava apenas a cabeça da estátua, até que um dia... Até que um dia surgiu um bonitão. A praia sempre tão vazia; algumas mulheres ao banho de sol; um ou outro garoto a jogar bola num pedaço de areia distante dali. A menina que ia com Lívia a pressionar um tablet. Mas onde estava naquele momento? Ah, um garoto estava ao lado dela e levava uma revista. Minha tia se acha uma deusa, e quer tomar banho de mar nua. Será que a menina contara? O bonitão a explorar a maresia, a descobrir a estátua de deusa que ao contrário do que se poderia imaginar flutuava. O jogador, ao perceber a bolinha prestes a se fixar numa das casas da roleta, durante uma fração de segundo vai ao paroxismo porque sente que está prestes a tudo perder. Lívia sentiu o mesmo quando viu o bonitão aproximar-se. Ele vinha como quem não quer nada. O jogador apostara na cor, assim maior a chance. Lívia apostou no negro, só que colocou tudo que tinha. Respirou fundo, arrepiou-se, o friozinho no estômago e a nuvem que, de repente, turvou o sol. A roleta ia ao seu favor, ao menos temporariamente, uma nuvem efêmera e única fez sombra. Lívia tinha a capa, uma máscara que lhe alimentava o mistério.

Está fria a água, disse o bonitão.

Ela sentiu-a mais gelada. Não frisou o rosto nem sorriu.

Pena que tão pouca as pessoas; o bonitão economizava nos verbos.

Onde a menina? Por que não olhava na direção dela? Por que não vinha em socorro?, pensou Lívia, que precisava tanto de mais fichas. Ah, ela enamorara-se do garoto e da revista dele. Via-se, apesar da distância.

A nuvem corria no céu, a roleta girava, a incerteza dos instantes seguintes tornava a máscara impossível. A face é efêmera, assim como a rosa, assim como a nuvem que logo se desfaz sob o sol revelador. O bonitão também sabia jogar. E apostava no vermelho. Nos lábios de Lívia. Mergulhou ele, não demorou a voltar à tona, trazia os louros da vitória. A revelação. As fichas amontavam-se ao favor dele. Lívia entregava-se, entregava o jogo. Nem sempre é possível vencer. Sua sorte, agora, mostrava-se no sorriso do bonitão, um sorriso calado, assim como a expressão neutra do rosto de Lívia. Ela teria de saber perder, ou pelo menos fingir que sabia. Mas, pensou melhor, não saía a perder. Talvez até estivesse a ganhar. A menina, lá longe, enamorara-se do garoto, da revista dele, e ele do tablet dela. Lívia girava a roleta no sentido inverso, queria, e podia, transformar o jogo em amor.

terça-feira, setembro 27, 2016

Assim não tenho complicações

Eu estava em pé. Vestia uma minissaia e uma camiseta curta. Ele olhava pra mim. Num determinado momento veio na minha direção. Estávamos dentro de casa e o botão da minha saia aberto; ela presa apenas pelo fecho. Ele me abraçou, me beijou, uma de suas mãos desceu meu fecho e a minissaia foi ao chão. Na verdade, era o que eu desejava. De calcinha e camiseta, agarrada a ele. Não costumo levar pra casa os homens que conheço há pouco. Falo que moro com alguém, ou que tenho uma filha. Assim eles me convidam pra um hotel, ou mesmo pra casa deles. Aquele eu conhecera no Shopping.

Ele estava na praça de alimentação, comia seu lanche, e eu pedi pra sentar ao seu lado. Pouco a pouco surgiu a conversa, alimentada pelo pedaço de bolo que eu comia. Acabamos em sorrisos plenos. Ele perguntou se eu tomava um café. Agradeci, mas lembro que falei que o aguardaria. Ele foi à cafeteria em frente e logo retornou. Eu poderia ter ido embora nesse tempinho. Quando estivesse de volta, ele daria com a cadeira vazia, a mulher lhe pregara uma peça. Fiquei, esperei por ele. Tomou o café devagar, a conversa cresceu de novo, acho que conversamos sobre as lojas do shopping. Como sempre gosto de comprar roupas, estava ali pra levar algumas, depois iria até o segundo piso. Ele disse que as lojas também o agradavam, e que faz compras na C&A. Não disse a ele que as roupas da C&A não me servem, ou que não gosto da loja. Eu, na verdade, com quase quarenta anos, compro roupas nas lojas de roupas de jovens, roupas esportivas, camisetas, calças colantes, minissaias etc. No segundo piso, pedi que me esperasse, entrei numa loja bonita. A vendedora veio logo falar comigo, perguntou meu nome, aquele sorriso azul, ou cor de rosa, não sei. Comprei várias peças. No final, era mais do que eu podia pagar. No entanto, como gosto de superar os meus limites, levaria as compras. Qual não foi a minha surpresa quando vi o homem tirar o cartão da carteira e ir ao caixa pagar tudo o que comprei. Um presente, falou, um presente, amanhã compro mais. Ai, me senti pelada nas mãos dele, e dentro do Shopping. Dali fomos pra minha casa, um pulinho. Não foi logo depois que ele tirou minha roupa, nem me deixou de calcinha e camiseta. Na primeira transa, sempre fico um pouco vexada, cheguei a dizer. Não se preocupe, retrucou, a gente tem tempo. E tivemos mesmo.

Ele me telefonou todos os dias, foi à minha casa três dias depois, voltou no sábado e só na terça seguinte é que começamos a nos agarrar, eu a fazer de conta que não queria a saia fora do corpo. Numa das visitas, antes de transarmos, aconteceu uma coisa engraçada. Eu disse a ele que o biquíni de praia ficou uma gracinha no meu corpo. Deve ter ficado mesmo, pagaria pra ver, completou. Quer que eu vista? Sim, respondeu de pronto. Fui ao quarto, três minutos depois voltei à sala, de biquíni. Um biquíni à toa mesmo. Desfilei. Cheguei perto dele, parei. Ele aplaudiu. E os lacinhos tão frágeis, pedindo pra serem desatados. Mas o homem manteve a elegância. Disse apenas pra eu sentar um pouquinho, fazer de conta que estava na praia. Aceitei a sugestão. Ele pagou, pagou mesmo, dinheiro, antes de ir embora. Mas nada de escândalo, deixou duas notas de cem na pequena estante que tenho na sala. Eu ainda de biquíni.

Na terça, como já falei, fui eu que não aguentei, desabotoei a saia, a camiseta aparecendo meus mamilos, cineminha. Só faltava ele me deixar nua. E aconteceu. Mas não foi assim tão de repente. Primeiro muitos beijos e abraços, abraços apertados, meus seios comprimidos pela corpulência do namorado. Beijo com sabor de amora. Sério. Gostinho de bala. Ainda fiquei só de calcinha um tempo, os seios nus, e ele me apalpando, beijando meus mamilos. No final, tirou minha calcinha, não a largou pelo chão, nem sobre o sofá da sala, guardou no bolso da própria bermuda. Achei, a princípio, o gesto estranho. Até lembrei uma amiga, contou que o namorado adora levá-la pra passear. Ela de minissaia e a calcinha no bolso dele. Quem sabe é o mesmo homem, cheguei a temer. Mas no final entendi, ele pagaria, pagaria a calcinha, me pagaria sem calcinha. Olha que por dinheiro faço tudo, saio até nua. Mas não vou dar a ideia. Se ele me paga pra sair vestida... Assim, não tenho complicações. E a trepada foi dez. Nada de camisinha. Só disse, aliás, gemi no ouvido dele vou perder a cabeça, está muito gostoso, mas não perde a tua não, ok? Não perde, não, não goza dentro porque vou ter problemas. Já sei, ele disse, sei que você vai adorar, vou te dar um presentão. Tudo bem, suspirei, mas goza então na minha boca. Gozei muito. Como ele não podia ficar pra trás (não é mesmo?, não quero perder um homem de tantas qualidades), abaixei, ele gozou na minha boca. Eu me equilibrando na ponta do pinto dele. Engoli. Fiz o melhor que pude. Melhor do que isso? Ah, o dinheiro. Ele sempre a me pagar. A loja, o cabelereiro, o passeio, tudo que preciso. Que todas tenham a sorte de um dia terem um homem como esse meu. E a calcinha no bolso da bermuda dele...

terça-feira, setembro 20, 2016

Literatura policial

“Um australiano que teve vontade de viver a vida e que viveu”, eu dizia ao meu amigo.

“Quem é o autor?”

“Simenon, George Simenon.”

“Ah, interessante”, mostrou admiração.

Estávamos em Rio das Ostras, sentáramos na areia e olhávamos o mar.

“Literatura policial, você não gosta?”

“Gosto”, afirmou, “Mas o que há de mais nessa história?”, ele quis saber.

“Um caso de amor.”

“Casos de amor? Casos de amor sempre são interessantes.”

“E nesse há um assassinato.”

“De quem?”, ele estava curioso.

“Do australiano. Ele não era jovem, tinha uma amante da mesma idade, bebiam juntos, faziam muitas coisas juntos.”

“Só isso?”

“Não, mas acho melhor você ler o livro”, falei e me viverei para ele, “acho que está aqui na bolsa.”

“Não, por enquanto não, prefiro que você me conte o principal dessa história.”

“Vocês homens são práticos, não?, sempre o principal, nada de leituras.”

Passou um ambulante vendendo cerveja, fiz sinal a ele. O homem parou, pedi uma long neck. Paguei e ele se foi. Tomei um gole. Meu amigo disse que queria saber da história.

“Ele arranjou uma mulher mais jovem, A amante então o seguiu e o matou, com uma faca.”

“E não foi presa?”

“Não. Contando assim pode não ter graça. Mas o inspetor achou melhor poupá-la, tinha poucos meses de vida, tanto menos quanto mais bebesse.”

“Bebesse?”, surpresa da parte dele.

“Isso. E era ao mesmo tempo um caso de alcoolismo.”

“Então, acho que você também gosta de facas”, meu amigo falou.

“E você de mulheres nuas, não?”

“Acho que todo homem gosta.”

“Então, você também tem uma história.”

“Tenho. Ambientada nessa praia.”

“Agora sou eu que quero ouvir, pois conte.”

“Aconteceu com uma amiga.”

“E como foi?”, a curiosa agora era eu.

“Não foi uma história de detetives, mas ela teve de se esconder, por pelo menos uma hora e meia.”

“Pouco tempo.”

“Na situação dela, o tempo foi imenso.”

“Por quê?”

“Porque ela estava nua, dentro d’água, nessa mesma praia. O namorado sempre quis vê-la tomando banho de mar nua. Ele pediu o biquíni e ela deu. Tirou e deixou nas mãos do homem. Só que não contava que ele sairia d’água e guardaria o biquíni na bolsa. Ela coberta apenas pela capa provisória das ondas e espumas, e as pessoas passando pra lá e pra cá, um dia de sol, de tardinha.”

“Poxa, mau esse namorado. Eu é que não queria saber dele.”

“Verdade? Olha que você ia gostar. Toda mulher gosta de andar nua.”

“Há mulheres que gostam, mas não é o meu caso, me sinto desconfortável quando estou nua.”

“Mas não era o caso dela. No início, ela gostou muito. Mas quando viu que ele não voltava, começou a ficar preocupada. E no final...”, meu amigo parou de contar para fazer suspense. “No final, uma moça parou para falar com ela, era uma amiga que a reconheceu.”

“Ela então pediu ajuda.”

“Nada disso, diz que até teve vontade, mas ficou caladinha.”

“E aí?”

“Gostou, não? Está curiosa.”

“Quem não ficaria?’

“A amiga não notou que ela estava nua. Aí, depois que a tal amiga se foi o namorado voltou, devolveu o biquíni, ela o vestiu e tudo acaba bem. Disseram que até foram comer uma pizza!”

“E quem contou a história?”

“Ela mesma. Mas não para mim. Para uma amiga, que me contou. Mas me pediu silêncio. Como você não a conhece, estou contando.”

“Então, acabou bem.”

“Sim. Sem facadas. Um caso de amor, de amor e de tesão. E uma pizza de muzarela!”

Ri. Ele riu também. Então olhou para os lacinhos do meu biquíni, e pediu um gole de cerveja.

terça-feira, setembro 13, 2016

Na mira da onça

Contam que num lugar chamado Estrela vivia uma mulher muito tarada. O nome Estrela era porque ficava no alto de uma montanha, mais perto do céu e das estrelas. Todos adoravam aquele lugar de difícil acesso, onde nunca chegara o telefone nem chegaria a internet. 

Certo dia apareceram por lá muitas pessoas, iam a um banho de cachoeira. Os visitantes deixaram a condução no sopé da montanha e subiram a pé, contemplando a natureza, os pastos, as árvores. Sentiam na pele o sol ainda brando, respiravam o orvalho ainda fresco da noite. No meio dos excursionistas havia um rapaz claro já um pouco maduro, de cabelos loiros, que nunca tivera uma mulher. Todos iam muito alegres, mas Jonathan sempre na sua e caladão. Monique, da janela de sua bela casa no meio daquela relva, árvores, cercas e curral, via a multidão subindo em direção à cachoeira. Quase nunca ia às quedas d'água, mas naquele dia, depois de ter descoberto o rapaz, aprontou-se com um biquíni de lacinhos, sutiã tomara que caia, viseira, uma saída de cachoeira toda em crochê trazida de uma viagem que fizera ao nordeste, sandália rasteirinha e caminhou devagar e charmosa misturando-se às pessoas. Parou precisamente onde estava Jonathan, que ficou um pouco afastado de toda aquela muvuca. Olhou o rapaz sem que ele reparasse que ela estava ao seu lado.


Ele lhe lembrou um namorado que ela arranjara ao acaso, fazia uns dois anos, ali mesmo pelos lados da Estrela. Naquela vez a farra foi tão boa, que a morena deixou-se despir dentro d'água. Namoraram sobre uma pedra, todas as posições, ninguém pra incomodar. A safadinha também não esqueceu que o vestidinho que lhe cobria o corpo acabou indo por água abaixo. Não faz mal, pensou à época, ainda está escuro, volto pra casa coberta pelo ardor de um homem verdadeiro.

Monique tinha belos seios e um corpo de violão. Aproximou-se  de Jonathan e segurou-o por trás. O rapaz chegou a se assustar, mas diante da beleza da mulher esperou pra ver o que ia acontecer. Ela foi logo fazendo um cafuné no seu pescoço. Ele jamais imaginaria que naquele lugar vivia uma mulher tão bela e fogosa. Aquilo mais parecia um conto de fadas. Ele ficou muito excitado. Não perdeu tempo, arrastou Monique, enfiando-se com ela pelos cipós e se escondendo de todos. Não se apresentaram nem conversaram. Num gesto rápido, abaixou o sutiã da mulher. Saltaram dois belos seios nos quais não se fartou de chupar. Ela ardia em fogo. Jonathan fez penetrar na buceta melada de Monique o seu exuberante pau. Para quem jamais experimentara uma mulher, até que ele se saiu bem. Ela, como ótima instrutora, o deleitava com as mais variadas técnicas sexuais. A  morena ficou de frente, de costas, veio por cima, por baixo, gemia e gritava de gozo. No final, a ousada fêmea fez que Jonathan se deitasse. Ela abriu as pernas o máximo que pode e, como hábil bailarina, deu um giro de trezentos e sessenta graus tendo como eixo o peru do rapaz. Os dois foram aos delírios de prazer. Correram por entre as árvores e fizeram tudo de novo por mais uma, duas, três vezes. Enquanto a felina não pediu arrego, Jonathan não a perdoou. Foi o dia que o leão venceu a onça.

terça-feira, setembro 06, 2016

Batas

Sempre gostei de usar blusas soltas, conhecidas também com batas, dessas que descem até abaixo do umbigo. Há outras mais compridas, que vão até às coxas. Gosto de todas, mas prefiro as mais curtas. Um dia desses, o namorado me deu uma de presente. Acho que comentei alguma coisa e ele anotou. Uma bata linda, verde clara, adorei. Há uma coisa que não contei a ele. Sinto um prazer enorme em andar dentro de casa vestindo apenas a bata. Isso mesmo, a bata e a calcinha. É tão confortável. Quando usei o presente, ele disse que eu estava linda.

Saímos, passeamos, acho que fomos ao cinema, fizemos um lanche. Depois trouxe o namorado pra minha casa. Logo ao entrar, começamos a nos abraçar, beijar, um agarra agarra e tanto. Antes de chegar ao quarto, já estava eu sem a calça comprida, apenas a bata sobre o corpo, como costumo fazer quando estou sozinha. Ele falou você fica bem assim, só de bata, as pernas de fora, e essa calcinha pequenina. Fiz um gesto inocente, na verdade uma pose, o sorriso nos lábios, as pernas um pouquinho curvadas e as mãos sobre as coxas. Merece uma foto, ele completou. Mas lógico que não clicou, ficamos apenas nas palavras. Mais um pouquinho eu continuava de bata, mas sem a calcinha. Daí em diante, não preciso contar, fizemos a festa.

Meu namorado ficou com a imagem na cabeça: eu de calcinha e de bata. Seria bom se você pudesse sair assim, de calcinha e de bata, sugeriu. Sorri. Vai ser um escândalo, respondi com fisionomia de quem tem na pele um arrepio. Sabe, tenho uma amiga que topa qualquer coisa, já saiu até nua, acrescentei. É mesmo, como ela faz?, ele quis saber. Hum, eu dando ideia, o que iria acontecer comigo? Ah, acho que ela sai de casa pra garagem, entra no carro e dirige nua. Jura?, ele, curioso, dirige nua?, repetiu. É totalmente louca, acho que já foi nua encontrar o namorado, afirmei. Ficamos nisso, ele não perguntou nada mais, nem nada acrescentei.

Lembrei um episódio de minha adolescência. Certa vez fui à praia com dois amigos também adolescentes. Na volta, paramos na minha casa, fizemos um lanche, depois os levei pro meu quarto. Pedi licença, fui ao banheiro, tomei uma ducha e voltei enrolada na toalha. Vocês permitem que eu fique nua?, não é sem vergonhice não, adoro ficar nua depois que chego da praia, mas não significa que vocês possam me agarrar, compreenderam? A princípio eles ficaram surpresos, e adoraram me ver nua, deitada na cama; eles juntos a mim, um de cada lado. A partir daquele dia, passamos a fazer aquele programa. Praia, minha casa, lanche, e eu nua no quarto entre os dois. Chegamos mesmo a namorar, os três ao mesmo tempo. Eles, como só tinham a ganhar, jamais comentaram com alguém. O namoro, porém, nunca foi além de beijos e carícias, dois pares de mãos a percorrer meu corpo.


Que legal essa tua amiga, foi encontrar nua o namorado. Acho que ele me imaginou batendo nua à porta dele. Já pensou se alguém do apartamento ao lado abre antes de você?, perguntei em meio a uma breve gargalhada.

Num outro dia, andava eu sempre de bata pela casa, mas estava sozinha. Desfilei de um lado a outro, fui à cozinha, preparei um lanche levinho. Que prazer. No sábado à noite, encontrei o namorado,

Vestia saia curtinha, blusinha leve, verão, perfume no ar. Como você está linda, ele disse surpreso. Está muito calor, retruquei. E saímos no carro dele. Um passeio pela orla, a parada num quiosque, água de coco e um sorvete. Que namoro inocente, vocês dirão. Será?, voltamos pra casa depois da meia noite e fizemos outra festa. Ele pediu pra eu desfilar apenas vestindo a blusinha. Somava-se a ela apenas a bolsa a tiracolo e a sandália plataforma. O homem ficou morrendo de tesão. Até que eu disse tenho uma surpresa, espere um instantinho. Abri a porta, e saí como estava vestida. Volto já. Percebi que ele ficou a mil. Quis ir comigo. Não posso deixar você sair assim por aí, quis ele intervir. Nada disso, vai dar tudo certo, assegurei. Ele pensou que eu ia ficar ali pela porta de casa, no pequeno jardim. Eu havia apanhado a chave do carro, escondidinha, e saí pruma volta no quarteirão. Ao ver que eu já ia longe, e de automóvel, ele quase enlouqueceu. Quando voltei, ele fez charminho. Deixou-me batendo à porta um bom tempinho. Eu, seminua. Olhe, se passar alguém na rua vou com ele, viu, tem tanta gente querendo me namorar. Então, abriu a porta e eu me atirei nos seus braços. Você é totalmente louca, sentenciou. Depois disso, bem, vocês imaginem. Meu namorado ficou com a pulga atrás da orelha, como minha avó dizia. Como você aprendeu essas coisas todas? Todos os homens vão querer você, caso saibam das tuas artimanhas.

No último sábado, saí de vestidinho. Ele me perguntou você me deixa te levar pra passear peladinha? Hum, quem sabe, eu estava esperando a sugestão, mas não fui me atirando de cabeça. Vamos andar um pouquinho, depois pensamos nisso, suspirei sem que ele notasse. E saímos pro nosso passeio. Um passeio demorado, uma volta completa, com água de coco e sorvete. Então, chegou a hora de passear nua. O que você está fazendo?, perguntou num faz de conta. O que você sugeriu, estiquei o pescoço e taquei-lhe um beijo. Tirei o vestidinho. Eu, de calcinha, os peitinhos de fora. Está bom assim? ele veio acariciar-me, tocar-me os dois seios. Falta uma coisinha, disse eu rindo que só. Tirei a calcinha, um gesto rápido, de acrobata. Você abre a mala do carro?, perguntei. Está aberta. Saltei, corri até a traseira, levantei a tampa e coloquei lá dentro o vestidinho e a calcinha. Pronto, agora podemos ir, falei depois de entrar e bater a porta. Tocava uma música romântica no rádio, nós dois rolando na autoestrada. Não olha pra mim não, afirmei cruel, você está ao volante. Cuidado!, cheguei a dar um gritinho. Suspirei, cruzei as pernas e dei uma risadinha, esquecida do mundo lá fora. Numa saída lateral a uma estrada secundária, ele desviou; logo depois, parou. O final, vocês imaginem com muito amor, muito mesmo.

Depois da praia eu nua de novo na minha cama; de cada lado, meus namoradinhos de adolescência!

terça-feira, agosto 30, 2016

Vice-versa

O difícil é convencê-lo. Como posso deixar você assim, quase uma da madrugada e num lugar tão deserto?, nervo puro o homem. Desde o começo avisei que não daria explicações sobre isso, rebato, e tem mais uma coisa, lembra que aceitei a sua aproximação, deixo você realizar o seu desejo, sempre nos encontramos duas horas antes e ficamos muito à vontade. O homem respira fundo. Teme que me aconteça algo ruim. Não vai acontecer nada, fique tranquilo, uma mulher bonita tem sorte, depois de amanhã estaremos juntos de novo, você vai poder invadir o meu corpo, como gosta de dizer. Ele fica sério. Toma a sacola nas mãos sem mostrar muito jeito, aponta sem saber como agir. São roupas, digo já sem paciência, nunca viu roupa de mulher?, depois de amanhã pego de volta, cuida porque são roupas caras, e tudo está pelos olhos da cara. Ele acaba aceitando. Entra no carro, mas demora a dar a partida. Bato duas vezes na lataria da porta. Não o vejo, mas faço sinal que se vá. Assim que o carro desaparece, sinto aquele friozinho no estômago, comum nessas situações. Ao longe faróis anunciam a aproximação de outro veículo. Da beira da estrada, pulo para dentro do mato, me agacho. Sei que não é quem aguardo. Para uma picape. Desce um homem grande. Acho que desconfia, talvez me tenha visto de relance. Meu coração acelera. Permaneço quietinha, guardo até mesmo a respiração. Chego a suar. Dou com as nádegas na terra, entre a vegetação. Se esse homem me encontra, já sei o que vai acontecer, penso, ainda sem soltar o ar. Escuto som de água correndo, depois sinto o cheiro. Xixi. Isso mesmo. O desconhecido urina quase ao meu lado. Ao longe ouço o som de outro automóvel. Assim que passa, um cão gane. O ronco do motor anuncia a partida do automóvel. O grandalhão se vai. Solto a respiração. Volto cautelosa à beira da pista. Limpo com as mãos o naco de terra que me gruda às coxas e ao bumbum. Procuro o perfume dentro da bolsa, mas faróis novamente se aproximam, e o alerta vem piscando. É o sinal. Carlos para, abre a porta. Entro. Ai, você ainda me mata, pouso as mãos sobre as coxas depois de beijá-lo. A questão deste é outra, quer saber como faço para chegar nua até ali. Nada de perguntas, vamos aos fatos, declaro. Então ele me leva a um hotel, desses em que se entra com o automóvel dentro da garagem do apartamento. Juntos tomamos banho. Carlos me ensaboa e eu passo as mãos sobre o seu tórax. Quando voltamos ao quarto, tira da bolsa a garrafa térmica. Ela contém água morna. Serve-me um grande gole num copo que há sobre o frigobar. Encho a boca com a água. Está suave. Sento-me na cama. Ele chega o pênis bem junto do meu rosto. Abro a boca. Deixo que deslize através dos meus lábios até mergulhar no líquido tenro, que guardo entre as bochechas. Fazemos um sexo oral delicioso. Seu pênis indo e vindo, banhado na água morna. Carlos se extasia e não demora a gozar. Quando tira fora o sexo tapa-me a boca, pede que eu engula a água junto com a porra. Faço hum hum como sinal de aprovação. Assim que vê os músculos do meu pescoço demonstrarem o movimento de deglutição me solta e corre a beijar minha boca. Deitamos e ele enfia seu sexo na minha vagina. Quando está próximo o fim da madrugada digo a ele vamos, não tenho o que vestir. Ele morre de tesão e me come mais uma vez, pleno de voracidade. Saímos às cinco e quinze. Ainda predominam as sombras, mas à oriente se percebe alguma claridade. Quando chegamos a casa beijo o namorado, olho ambos os lados, abro a porta do automóvel e corro. Amanhã você me conta como faz para vir nua ao meu encontro, ainda o ouço. Ok, respondo, amanhã falamos sobre isso. Já pensei também em começar por Carlos. Ser deixada na estrada depois da meia-noite por ele e apanhada pelo namoradinho da matinê. Mas, desse modo, saberiam o meu segredo. Logo, nada de vice-versa.

terça-feira, agosto 23, 2016

A calcinha ficou no bolso dele!

Ele sempre me pedia para eu vir com o vestido curto, coladinho ao corpo. Eu não podia sair lá da Baixada, onde moro, tomar o trem vestida, ou melhor, nua daquele jeito, os homens querendo-me despir com seus corpos, beliscando minhas coxas e outras coisas mais. Iam me chamar de piranha, vadia, vagabunda. Eu estaria a serviço de quem pagasse mais. Por isso o vestidinho veio na bolsa, e eu de macaquinho, as pernas de fora, mas comportadas. À tarde, encontrei com o namorado. Fomos a um hotel. Bonito o lugar, pode-se dizer requintado. Ele gosta de conversar, de me abraçar, beijar, de ficar agarrado comigo, quase inocente. Olhei o cardápio e telefonei pedindo um lanche. Continuamos nosso papo e nossos toques. O lanche não demorou. Comi com gosto. Ele apenas ficou olhando para mim, me apreciando. Quando acabei, ainda esperei um pouco, sorri, fui até a janela e olhei lá embaixo. Depois voltei e disse que ia ao banheiro. Demorei uns dez minutos. Tomei um banho, escovei os dentes e vesti o vestidinho. Abri a porta e disse:

“Surpresa.”

Ele ficou realmente excitado. O vestido curtinho, coladinho, subia quando eu dava alguns passos. Ao chegar perto dele, não deixei que viesse logo me agarrar, não queria que colocasse as mãos por baixo do pano. Pelo menos naquele momento. Fiquei um pouquinho distante. Desfilei. Só depois fui chegando a ele, me encostando. O namorado me pegou pela cintura, me levantou.

“Não vou tirar o teu vestido, não, mas a calcinha.”

Me colocou no chão, deslizou as mãos pelas minhas coxas e trouxe a pequena peça enroladinha, puxou até os joelhos, depois desceu aos tornozelos, ultrapassou o calcanhar e a calcinha nas mãos dele. Guardou em um dos bolsos. Tal ação me provocou arrepios. Há homens que adoram nos deixar sem a calcinha não apenas no momento do sexo, mas também gostam de guardá-la com eles. ‘Depois compro outras pra você’, dizem. Já tive namorados assim.

Mas este não ia roubar minha calcinha. Ele adorava meter em mim seu grande pênis. Primeiro pediu que eu o chupasse. Quando me dei por satisfeita, levantei a cabeça, deitei, ele veio me penetrar. No meio do caminho, falou:

“Vamos fazer coisa melhor.”

Sentou numa cadeira, pediu que eu me aproximasse, que abrisse as pernas, o vestidinho sobre o corpo, e que descesse e subisse várias vezes sobre o sexo dele. Eu é que devia regular os movimentos, o nível da penetração.

Uau, que delícia.

Não posso nem pensar. Deixei mesmo que ele gozasse dentro de mim. Estava tão gostoso que não tive coragem de tirar. Ele cuidou para que não sujasse o vestidinho.

“Você passeia comigo com o vestidinho?”

“Como pego o trem depois?, vão me agarrar”, retruquei.

“Fazemos assim, passeamos, depois vai ao banheiro do Mc Donalds e troca pelo macaquinho.”

Concordei. Fomos ao passeio. Era fácil perceber todos os homens a me acompanhar com os olhos. Não é só no trem que há tarados.

Anoiteceu, tomamos um suco no café da Cultura.

“Então, vamos”, pedi.

“Ao Mc Donald, que não serve só hamburguês”, ele completou.

Ri. No banheiro, ao vestir o macaquinho foi que lembrei: onde a calcinha?

Na saída, nada falei, sorri, beijei-o e parti.

Quando cheguei a casa, lembrei: a calcinha ficou no bolso dele!

Ah, deixa pra lá. O importante e que tudo foi muito bom. E o vestidinho pronto para entrar em ação de novo.